FESTIVAL DE ABORRECIMENTOS: LA TRAVAIATA, THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO, 25/03/2012
Tem dias que o público do Theatro Municipal de São Paulo se comporta como se estivesse no Scala de Milão. O silêncio é sepulcral e se aproveita toda a música com prazer e emoção. Tem dias que a coisa desanda, mas até o grande Homero às vezes cochila. A récita da ópera La Traviata do dia 25/03/2012 foi um festival de aborrecimentos, uma senhora ou moça, não vi quem era, resolveu cantarolar todo o primeiro ato. O público paga para assistir aos cantores. Celulares tocaram diversas vezes, pessoas se levantavam e as poltronas do teatro rangiam com agudos estridentes. Conversas do público passaram a ser rotina. Lamentável!
Cena da ópera La Traviata.
O soprano Adriane Queiroz mostrou uma Violeta madura, uma mulher realizada. Sua voz é pura potência, um fraseado correto e timbre escuro. O problema são os agudos, às vezes ásperos e muitas vezes forçados e agressivos. Penou nas coloraturas, forçou ao limite para atingir as notas. Sua atuação cênica regular não convence, uma interpretação contida e travada. Um soprano convencional.
Marcello Vanucci imprimiu belos agudos para Alfredo, cantou em casa , com desenvoltura e facilidade. Voz limpa e clara aliada a uma atuação cênica precisa. Qualidade em todos os quesitos do início ao fim da récita. Grande tenor.
O barítono Rodolfo Giulianni tem uma voz pequena, seu timbre é deveras interessante, claro e consistente. Fez um Goirgio Germont comum, sem grande expressão. Os aplausos magros são um sintoma disso.
A segunda cena do segundo ato da ópera La Traviata mostra uma grande festa. A ideia do diretor colocar máscaras em todos foi interessante, a encrenca foram os dançarinos. Descordenados em todos os passos em uma coreografia de péssimo gosto. Se eu estivesse num rega bofe desses sairia a francesa.
Giuseppe Verdi
Ninguém é perfeito, sem o programa na mão imaginei que Daniele Abaddo fosse mulher na crítica publicada no dia 23/03/2012, quebrei a cara. Amigos me chamaram a atenção e corrigi rapidinho no blog, felizmente meus textos são publicados em diversos outros sítios e a lambança ja estava feita. Pessoas que estiveram na récita do dia 23/03/2012 relataram algumas vaias misturadas com aplausos no baixar das cortinas do primeiro ato. Sinal que a galera não digeriu bem essa La Traviata.
Ali Hassan Ayache
Theatro Municipal de São Paulo.
Sou uma tiete da Traviata, confesso. Não achei esta produção lá grandes coisas. O figurino era muito minimalista para os meus olhos mal-acostumados, mas, em compensação o cenário (ou quase ausência dele) dava uma amplidão de perspectiva bem interessante.
ResponderExcluirQuerido Ali !!!!
ResponderExcluirNestes tempos mordenos em que a internet tornou este mundo tão pequeno , e nos deu possibilidades infinitas, como ter um blog como este !!!!
ontem estive assistindo La Traviata , inclusive podia ve-lo pois estava na mesma Fileira que eu . e sai do teatro com uma impressão maravilhosa do espetaculo , querido não se deve se expor demais escrever qualquer coisa , assim as pessoas não darão credito as sua criticas , e não elogie apenas os estrangeiros , na recita do dia 23 você se sentiu em Londres, uma pena que o senhor desmereça tanto assim os Brasileiros, querido vá para Londres
Grande Abraço
Carlo Olivier di Milano
PS Convido a todos a prestigiarem ,A Opera esta linda VCS VÃO ADORAR