ANA BOTAFOGO COMPLETA 35 ANOS DE CARREIRA E 30 COMO PRIMEIRA BAILARINA DO THEATRO MUNICIPAL ENCENANDO  CLÁSSICO INÉDITO EM SEU REPERTÓRIO
`Marguerite e Armand’, baseado em ‘A Dama das Camélias’, de Dumas, terá apresentações em Curitiba (17/09, no Teatro Guaíra), São Paulo (24 e 25/9, no Teatro Alfa) e Rio de Janeiro (1 e 2/10, no Theatro Municipal)
 
Lá se vão 35 anos desde que Ana Botafogo dançou profissionalmente pela primeira vez, no tradicional Les Ballets de Marseille. Com uma estreia estimulante, o que se viu depois foi uma trajetória meteórica. Na volta ao Brasil, ingressou como bailarina principal do Balé Teatro Guaíra (de Curitiba) e, cinco anos depois, em 1981, debutou no lendário Theatro Municipal do Rio de Janeiro já como primeira bailarina. Nestas três décadas, interpretou os papéis principais das mais importantes obras do repertório da dança clássica, como ‘Coppélia’, ‘O Quebra Nozes`, ‘Giselle’, ‘Romeu e Julieta’, ‘Don Quixote’, ‘O Lago dos Cisnes’, ‘Floresta Amazônica’, entre várias outras. Há 35 anos, os grandes momentos do balé clássico brasileiro passam, inevitavelmente, pelos pés de Ana Botafogo.
Para celebrar a dupla comemoração, os 35 anos de carreira e 30 como primeira bailarina do Theatro Municipal, Ana se propôs um novo desafio: escolheu ‘Marguerite e Armand’, uma versão de ‘A Dama das Camélias’, de Alexandre Dumas, com coreografia de Frederick Ashton, criada em 1963, especialmente para a bailarina inglesa Margot Fonteyn, uma das maiores de todos os tempos. Nesta primeira montagem– que chegou a ser apresentada no Brasil, em 1967 - Armand  foi interpretado por Rudolf Nureyev, que formou com Margot a mais famosa parceria da história do balé.
- Pensei muito até definir qual personagem eu interpretaria. Queria algo novo , que nunca tivesse dançado . Quando me ocorreu a Marguerite, não tive dúvida. Há alguns anos Dalal Achcar e Peter Wright sugeriram que este era um balé talhado para mim. Pouco depois foi a vez de Bibi Ferreira  dizer que havia visto Margot dançar, que esta coreografia tinha elementos dramáticos  e  ela me imaginava neste papel . Decidi-me – contextualiza Ana. “É um papel sob medida para este momento da minha carreira, para uma bailarina experiente e com tantos anos de estrada. Marguerite e Armand é a culminância dos clássicos que eu já encenei nestes 35 anos “, complementa.
Ana terá como partner, no papel de Armand, Federico Fernández, o principal bailarino do Teatro Colón. Os dois dançarão a música original de Liszt, no ano do bicentenário de nascimento do compositor húngaro. Completando, há as participações especiais dos bailarinos Marcelo Misailidis e Joseny Coutinho que interpretam, respectivamente, o pai de Armand e o duque.
Os  cenários e figurinos do espetáculo são do teatro argentino . Além de Federico Fernández, a montagem contará também com o jovem e virtuoso pianista do Colón,  Iván Rutskauskas. A regência fica a cargo do maestro Henrique Morelenbaum, que também participou da estreia de Ana Botafogo como primeira bailarina do Theatro Municipal, em ‘Coppélia’, e regeu para Margot Fonteyn quando ela esteve no Brasil em 1967 . A remontagem é de Grant Coyle, o principal coreólogo do Royal Ballet, de Londres.
A turnê que marca os 35 anos de carreira de uma das mais importantes bailarinas do país começa dia 17 de setembro, no Teatro Guaíra. Na apresentação de Curitiba, a primeira parte  constará da coreografia ‘Treze Gestos de um Corpo’ - da portuguesa Olga Roriz, e música de Antonio Emiliano -, com participação do Balé Guaíra (no qual Ana Botafogo estreou profissionalmente no Brasil), e  ainda do ‘Dupo Beatriz , de “ O Grande Circo Mistico “,  coreografia de Carlos Trincheiras . Na sequência, o espetáculo segue para São Paulo, dias 24 e 25, no Teatro Alfa. E, finalmente, aporta no Rio Janeiro, 1 e 2 de outubro, no Theatro Municipal.  No Rio e em São Paulo haverá a participação da Cia Jovem de Ballet do Rio de Janeiro nas coreografias  ‘Mozarteando’ e ‘FugA_Technic@’ (de Éric Frédéric, e música de Alexander Bàlànescu). Ana Botafogo dançará ainda, com Joseny Coutinho, a coreografia ‘Sabiá’ (de Vasco Wellenkamp, com base na canção de Chico Buarque e Tom Jobim).

Sinopse

Na Paris da primeira metade do século XIX, a elegante cortesã Marguerite se deixou conquistar pelo amor do jovem Armand. Quando os dois decidiram viver juntos, o pai de Armand, preocupado com a reputação da família e o casamento da filha, implorou a Marguerite que rompesse a relação. Culpada por sua condição e buscando a redenção pelo sacrifício, Marguerite se afastou de Armand sem que ele soubesse a razão. Revoltado, Armand se vingou humilhando Marguerite publicamente. Tuberculosa e endividada, Marguerite foi abandonada pelos amantes e falsos amigos. Somente depois de sua morte, Armand descobriu o sacrifício feito por ela.

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