"REQUIEM", DE VERDI, HUMANISTA NO THEATRO MUNICIPAL DE SP. CRÍTICA DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

   
                                    Maestro Enrique Arturo Diemecke
  
   Giuseppe Verdi já havia apresentado ao mundo sua maior ópera,  a "Aída" em 1871,  e num período de silêncio,  foi visitar o túmulo de seu ídolo literário, o poeta  e escritor do romance I Promessi Sposi (Os Noivos), considerado por toda a Itália um patrono estético dessa unidade. Comovido pela perda do amigo, Verdi jurou erguer, em sua memória, uma grande obra coral-sinfônica (um requiem) que seria estreado no aniversário de sua morte, em seu primeiro ano de desaparecimento (1874)., na Catedral de San Marco (Milão).Resultando numa criação robusta e monumental entre o sacro e a música profana, apresenta-se aqui, um Verdi maduro e esplendoroso. 
   Enrique Arturo Diemecke, o maestro mexicano radicado na Argentina; possui um currículo invejável e hoje é o diretor do Teatro Colón e da Orquestra Filarmônica de Buenos Aires. A regência competente e precisa resultou em leitura  humanista de grande relevo e de conquista do público nos aplausos à Orquestra Sinfônica Municipal e ao maestro especialmente.
            A parte coral, aqui pelo Lírico Municipal de São Paulo, que esteve num de seus melhores dias, cantou de cor, com nuances de verdadeiros profissionais do canto coral; lançando sonoridades grandiosas e de timbres coloridos. 
            Eiko Senda (soprano) possui hoje o registro de lírico spinto, o qual a capacita a belas inflexões lírico-dramáticas emitindo bonitos pianissimos em sua performance além de engajada interpretação musical no Domine Jesu Christe...Hostias. Denise de Freitas o mezzo soprano de formação camerística empresta à música sacro profana sua colaboração ao passo que Marcello Vannucci, não em seu melhor dia, enroscou-se na interpretação da mais bela das orações: Ingemisco, uma  beleza de relevo ímpar a  construção de Verdi.
             Sávio Sperandio baixo cantante de voz plena, redonda, aplainou lindamente em suas intervenções no Ofertório, Confutatis e Communion, concretizando assim num humanitário, consciente e robusto trabalho musical nas mãos de Diemecke. 

Escrito por Marco Antônio Seta em 04/5/2019.
Jornalista inscrito sob nº 61.909 MTB / SP 

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