MEMÓRIAS E GLÓRIAS DA "AIDA" EM NOSSOS PALCOS. ARTIGO DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.


Memórias e glórias da Aída em nossos palcos. Escalar os cantores para a "Aída", montar e produzir esse título, é tarefa de grande responsabilidade e compromisso com a arte registrada por Giuseppe Verdi. A escolha de cantores adequados, uma orquestra exímia para a realização instrumental, direção de cena fiel,  correspondente ao original do libreto, ao estilo e à época, cenários, adereços e indumentária proporcionais ao enredo, coros precisos e grandiosos, uma coreografia exuberante e luxo garantem o espetáculo. A 24 de dezembro de 1871, no Cairo, era ouvida pela primeira vez a "Aída" de Verdi, composta especialmente para inaugurar o Teatro de Opera Italiana da capital egípcia, como parte das celebrações da abertura do Canal de Suez. 

Maria José Siri,  "Aída"; o soprano uruguaio de carreira internacional, deixou em 2013 uma imagem das melhores interpretações desta personagem no Theatro Municipal de São Paulo. Sua presença, o registro de uma voz luminosa e de timbres coloridos, a segurança de sua performance já ficaram na história do teatro. Direção musical de John Neschling. A direção cênica de Marco Gandini se resumiu em disposições nada criativas ! 

Aprile Millo viveu a mais espetacular "Aída" (1986) no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Já apontando para o auge da carreira,  a excelente cantora teve a sorte de uma produção memorável da obra de Verdi. Direção de cena de Sonja Frisell, cenografia de Gianni Quaranta, figurinos de Dada Saligeri e a direção musical e regência de Isaac Karabtchevsky. A produção seguiu para o Metropolitan Opera House, em New York,  com imenso êxito. 

A diva brasileira Ida Miccolis  foi responsável por representar a Aída em três diferentes temporadas: 1965,  ao lado de Sergio Albertini, Gloria Queiroz, Costanzo Mascitti, Newton Paiva e Jose Perrotta, com direção musical de Edoardo de Guarnieri. Depois em 1967, com Marta Rose, Sergio Albertini, Costanzo Mascitti, Juan Carbonel e Paulo Adonis, sob a batuta de Edoardo de Guarnieri.  Retornou em 1975,(15, 17 e 19 de outubro) agora sob a direção musical de Tullio Colaccioppo, com Assis Pacheco, Fernando Teixeira, Gloria Queiroz, Zwinglio Faustini e Benedito Silva. Cenários de Aldo Calvo, figurinos e produção do Theatro Municipal de São Paulo, Lorenzo Frusca foi o diretor de cena. Obs: O estilista  Clodovil Hernandez vestiu Ida Miccolis.com exclusividade.
O soprano Virgínia Zeani assumiu o papel título a 02 e 04 de outubro de 1968 no Theatro Municipal de São Paulo. Uma produção maravilhosa com figurinos do Teatro San Carlo de Napoles;  com um super elenco: Marta Rose, Sergio Albertini, Costanzo Mascitti, Mario Rinaudo, Paulo Adonis, Helena Caggiano e Vittorio Pandano. Direção musical de Alberto Paoletti, maestro de coro: Marcello Mechetti e direção de cena de Bruno Nofri.

Outras grandes Aidas por aqui passaram: Ghena Dimitrova, Rita Orlandi Malaspina, Carla Ferraris, Antonietta Stella, Elisabetta Barbato e Maria Caniglia. 
Na temporada de 1951, foi Renata Tebaldi  (Aida) quem encantou o Theatro Municipal do Rio de Janeiro. A seu lado, atuaram o tenor Mario Filippeschi, Elena Nicolai, Paulo Silveri, Giuliio Neri, Giuseppe Modesti, com direção musical de Antonino Votto. 
Diante dessas celebridades, se aguarda a "Aída" anunciada pelo Theatro Municipal de São Paulo para março/abril de 2020. 

Escrito por Marco Antonio Seta, em 17 de Fevereiro de 2020.
Jornalista inscrito sob nº 61.909 MTB / SP

Comentários

  1. Maria José Siri é uma bela bosta. É igual a siri, só anda para trás. Voz ferrada, sem voz de peito, um terror. Aprille millo, Tebaldi, zeani, espetaculares. N contamine esses nomes e a memória do municipal com suas sopranos "amiguinhas".

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  2. Comentário de Fernando Bicudo no Facebbok: "ESSE RECONHECIMENTO, VINDO DE RENOMADO CRITICO PAULISTA, ENCHE MEU CORAÇÃO DE ALEGRIA, PELA EXTRAORDINÁRIA EQUIPE DE CRIAÇÃO DESSA MINHA AUDACIOSA EMPREITADA E PELA HISTORIA DE NOSSO AMADO THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO!
    O Teatro Municipal de São Paulo está se preparando para estrear uma nova produção de "Aida", de Verdi, e o critico Marco Antonio Setta publicou artigo em que faz um histórico de suas produções no Brasil. Para minha alegria, ele destaca a montagem com Aprile Millo, que produzi, em 1986, para o Theatro Municipal do Rio de Janeiro como a mais espetacular produção brasileira e que seguiu para o Metropolitan de N. York com imenso êxito. REPRODUZO TRECHOS:
    " Aprile Millo viveu a mais espetacular "Aida" (1986), no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Já apontando para o auge da carreira, a excelente cantora teve a sorte de uma produção memorável da obra de Verdi. Direção de cena de Sonja Frisell, cenografia de Gianni Quaranta, figurinos de Dada Saligeri e direção musical e regência de Isaac Karabtchevsky. A produção seguiu para o Metropolitan Opera House, em Nova York, com imenso êxito".
    No Metropolitan, recebeu o Prêmio "Emmy for Best Performing Arts of the Year 1988/1989", com Aprile Millo e Placido Domingo, ficou 30 anos em cartaz, em 25 temporadas com mais de 200 apresentações, ganhou duas gravações em video e cinco transmissões mundiais por redes de televisão e circuitos fechados de cinema.
    Dirigentes classificaram como "a mais bem-sucedida produção de ópera da historia do Metropolitan Opera de New York"!
    E tudo começou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro com um jovem Diretor de Ópera, honrado em sua função, que queria demonstrar o seu imenso Amor e contribuir para o engrandecimento de sua extraordinária centenária história, eleito uma das Sete Maravilhas do Brasil.
    Viva!!! Obrigado, meu Deus!
    Desejo o maior sucesso também ao nobilissimo Teatro Municipal de São Paulo."

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