OSESP LEVA A FLORESTA AMAZÔNICA E A MÚSICA BRASILEIRA PARA SUA ESTREIA NO CARNEGIE HALL, EM NOVA YORK.

Frame do filme que acompanhará a versão orquestral de Boto, de Tom Jobim (Marcello Dantas/Magnetoscópio)


Primeira orquestra brasileira a fazer parte da temporada oficial da lendária casa de concertos norte-americana, Osesp se apresenta também nas cidades de North Bethesda e Kansas City; performances têm direção de Marin Alsop, Regente de Honra da Orquestra, e celebram a música do modernista Heitor Villa-Lobos.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo -- Osesp, sob a batuta de sua Regente de Honra, Marin Alsop, leva dois grandes tesouros brasileiros -- a Floresta Amazônica e o compositor Heitor Villa-Lobos -- para o Carnegie Hall, em Nova York, nos dias 14 e 15/out. Esta será a primeira vez que uma orquestra brasileira fará parte da programação oficial deste mítico palco da música clássica, em uma Temporada que terá também nomes como as Filarmônicas de Berlim e de Viena. Nessa passagem pelos Estados Unidos, a Osesp ainda se apresenta em outros dois ótimos teatros: dia 10/out, no Helzberg Hall (Kansas City, Missouri); e dia 12/out, no The Music Center at Strathmore (North Bethesda, Maryland).

Dirigidos pela norte-americana Marin Alsop, que desde 2020 é Regente de Honra da Osesp -- depois de ter sido Regente Titular e Diretora Musical da Orquestra por quase uma década --, os concertos terão programas distintos: nos dias 12 e 15/out será apresentada a Floresta Villa-Lobos (The Amazon Concert), grande tributo à natureza brasileira e também ao nosso maior compositor, Heitor Villa-Lobos (1887-1959), com peças do modernista intercaladas por obras de compositores brasileiros -- todas inspiradas, mais ou menos diretamente, na nossa natureza e sem intervalos entre elas, como uma exuberante sinfonia de 70 minutos. Em diálogo com Villa, teremos Clarice Assad, Edino Krieger, Almeida Prado, Marco Antonio Guimarães, Tom Jobim e Philip Glass, o único estrangeiro do grupo. Para essas noites especiais, um filme inédito foi especialmente concebido pelo carioca Marcello Dantas, premiado curador multidisciplinar e artista visual. Também terão destaque nos concertos o Coro da Osesp, a pianista da Osesp, Olga Kopylova, e a soprano ítalo-brasileira Camila Titinger.

A proposta visual nasce da música, que por sua vez tem inspiração na floresta tropical e no ecossistema brasileiro. Em cada seção, as imagens projetadas nos mostram como espécies da fauna nacional -- nativas ou não -- percebem o nosso espaço, no nosso tempo. “Cada movimento nos convoca a imaginar, do ponto de vista de um animal, o ambiente que o cerca. São imagens que, na companhia da música, podem sugerir tantas outras formas de enxergar o Brasil e toda a nossa biodiversidade”, conta Marcello Dantas. Todas as cenas foram captadas no mês de julho de 2022, essencialmente em locais da Amazônia, de Bonito (MS) e do Pantanal.

Frame do filme que acompanhará a versão orquestral de Boto, de Tom Jobim (Marcello Dantas/Magnetoscópio)


Já no dia 14/out, a Osesp convida o solista José Staneck (harmônica) e novamente o Coro da Osesp para interpretar uma seleção de obras de Villa-Lobos -- o “Prelúdio” da Bachianas Brasileiras nº 4, o Concerto para Harmônica e o Choros nº 10. Na primeira parte desse programa, a Orquestra toca Sheherazade, obra essencial do repertório sinfônico escrita pelo russo Nikolai Rimsky-Korsakov (o concerto do dia 10/out, em Kansas City, não terá a participação do Coro da Osesp). Esta apresentação faz parte do International Festival of Orchestras, série de assinaturas do Carnegie Hall que, na Temporada 2022-23, trará também as Filarmônicas de Berlim, de Viena e de Helsinque, e a Sinfônica da Cidade de Birmingham.

“É ao mesmo tempo um privilégio e uma honra introduzir a Osesp para o público de Nova York, tanto mais com esses dois programas maravilhosos. Entre 2012 e 2019, durante meu período como Diretora Musical e Regente Titular da Orquestra, fui encarregada de ampliar a atenção do mundo para a Osesp, uma missão que continuo exercendo, agora como Regente de Honra. E estar no Carnegie Hall é um passo definitivo para consolidar esse objetivo”, afirma Marin Alsop.

Floresta Villa-Lobos tem o patrocínio do Bank of America, Bradesco, CBMM, Itaú, Klabin, General Atlantic Foundation e Mattos Filho, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e ProAC ICMS. Realização: Fundação Osesp, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo -- Osesp

Criada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina; desde 1999, tem a Sala São Paulo como sede. O suíço Thierry Fischer é seu Diretor Musical e Regente Titular desde 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Prêmio da Música Brasileira.

Coro da Osesp

Criado em 1994 e reconhecido hoje como referência em música vocal no Brasil, o grupo aborda diferentes períodos e estilos, com ênfase nos séculos XX e XXI e nas criações de compositores brasileiros. Gravou álbuns pelo Selo Osesp Digital, Biscoito Fino e Naxos. Entre 1995 e 2015, teve Naomi Munakata como Coordenadora e Regente. De 2017 a 2019, a italiana Valentina Peleggi assumiu a regência do Coro, com William Coelho como Maestro Preparador -- posição que ele mantém desde então. Em 2020, o Coro se apresentou no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, sob regência de Marin Alsop, repetindo o feito em 2021, em filme musical (virtual) com participação de Yo-Yo Ma e vários outros artistas de sete países.

Marin Alsop

Regente Titular da ORF Radio-Symphonieorchester Wien e Regente Titular e curadora do Ravinia Festival de Chicago, é Regente de Honra da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo -- Osesp, e Diretora Musical Laureada da Orquestra Sinfônica de Baltimore, após 14 anos como sua Diretora Musical. Também em Baltimore, fundou o programa de inclusão OrchKids. Além do trabalho constante com as orquestras Filarmônica de Londres e Sinfônica de Londres, ela dirige regularmente as orquestras de Paris, Cleveland, Filadélfia, La Scala e da Leipzig Gewandhaus. Ávida intérprete de obras do nosso tempo, foi Diretora Musical do Festival Cabrillo de Música Contemporânea por 25 anos. Primeira e única regente a receber uma MacArthur Fellowship, Alsop também foi homenageada com o Crystal Award do Fórum Econômico Mundial e recebeu muitos outros reconhecimentos por sua trajetória. Já gravou para Decca, Naxos e Sony Classical. Para promover e incentivar a carreira de regentes mulheres, em 2002 fundou a Taki Alsop Conducing Fellowship.

Camila Titinger

A ítalo-brasileira já se apresentou com a Ópera de Toulon, a Sinfônica de Viena e a Osesp, além de cantar no Teatro Real de Madrid, no Garsington Opera Festival (Londres), no Teatro Solís de Montevidéu e no Theatro Municipal de São Paulo. Desde 2018, apresenta-se com Plácido Domingos em cidades como Liubliana, Estrasburgo e Boston. Foi uma das vencedoras dos concursos Internacional de Canto Neue Stimmen (Alemanha), Paris Opera e Internacional Belvedere (Letônia).

José Staneck

Solista, pesquisador e editor musical, José Staneck faz da harmônica um instrumento de transformação. Desenvolve um estilo próprio onde elementos da música de concerto se fundem à música brasileira e ao jazz. Como diretor durante 15 anos da Musiarte, desenvolveu importante trabalho na área do ensino e atualmente viabiliza um trabalho social de inclusão cultural, atendendo a comunidades carentes e projetos sociaisl. Atua com diferentes formações camerísticas e já foi solista de diversas orquestras sinfônicas brasileiras e internacionais.

PROGRAMAS: 

FLORESTA VILLA-LOBOS: OSESP NOS ESTADOS UNIDOS

10 OUT (SEG) Helzberg Hall Kansas City, Kansas City

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

MARIN ALSOP REGENTE

JOSÉ STANECK HARMÔNICA

Heitor VILLA-LOBOS

Bachianas Brasileiras nº 4: Prelúdio

Concerto para Harmônica e Orquestra

Bachianas Brasileiras nº 4: Ária Dança

Nikolai RIMSKY-KORSAKOV | Sheherazade, Op. 35

FLORESTA VILLA-LOBOS12 OUT (QUA) The Music Center at Strathmore, North Bethesda

15 OUT (SÁB) Carnegie Hall, Nova York

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

MARIN ALSOP REGENTE

CAMILA TITINGER SOPRANO

CORO DA OSESP

MARCELLO DANTAS CONCEPÇÃO VISUALA pianista Olga Kopylova interpreta o Choros nº 5.Clarice ASSAD | Nhanderú

Heitor VILLA-LOBOS | Choros nº 3 -- Pica-PauEdino KRIEGER | Canticum Naturale: Monólogo das Águas

Heitor VILLA-LOBOS | Choros nº 5 -- Alma Brasileira

José Antonio ALMEIDA PRADO | Sinfonia nº 2 -- Dos Orixás: Chamado aos Orixás -- Obatalá -- Ifá -- Ogum-Obá

Heitor VILLA-LOBOS | A Floresta do Amazonas: Cair da Tarde

Marco Antônio GUIMARÃES | Onze

Philip GLASS | Águas da Amazônia: Rio Madeira -- Rio Tapajós [Arranjo de Charles Coleman]

Antonio Carlos JOBIM | Boto e Passarim [Arranjo de Tiago Costa]

Heitor VILLA-LOBOS

Bachianas Brasileiras nº 4: Coral (Canto do Sertão) -- Ária (Cantiga)

Choros nº 10 -- Rasga o Coração: Excerto

14 OUT (SEX) Carnegie Hall, Nova York

ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

MARIN ALSOP REGENTE

JOSÉ STANECK HARMÔNICA

CORO DA OSESP

Nikolai RIMSKY-KORSAKOV | Sheherazade, Op. 35

Heitor VILLA-LOBOS

Bachianas Brasileiras nº 4: Prelúdio

Concerto para Harmônica e Orquestra

Choros nº 10 -- Rasga o Coração



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