NO CONCERTO DA ORQUESTRA SINFÔNICA DE BARRA MANSA QUEM SE DESTACA É SIMONE LEITÃO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

  

Confesso que fui assistir a apresentação da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa na Sala São Paulo do dia 30 de Outubro meio desconfiado, só fui mesmo pela insistência de um amigo e  seduzido pelo programa.
   A Orquestra é nova no cenário nacional e por mim até então desconhecida. Vejo ousadia e coragem da direção ao colocar um programa tão raro e complexo. Prokofieff e Rachmaninoff, em dois concertos para piano e orquestra em uma mesma noite é raridade e estes tem um elevado grau de dificuldade técnica. Os rapazes de Barra Mansa conseguiram uma sonoridade aceitável, existem diversos problemas na massa orquestral e uma tremenda falta de coesão entre os naipes. Isso pode ser resolvido com maturidade e ensaios a exaustão.
   A sorte da orquestra é contar com o talento e a beleza de Simone Leitão. A pianista mineira está à vontade no Concerto para Piano e Orquestra Nº 1 em Ré Bemol Maior Op. 10 de Prokofieff. Sua curta duração (16 minutos)  pode dar uma falsa impressão, esse concerto exige muito, mas muito mesmo do solista. Simone Leitão mostra sua personalidade em uma técnica impressionante e um dedilhado cheio de vitalidade.
Simone Leitão , foto Internet
   Após o intervalo Simone Leitão volta com mais um petardo, o Concerto para Piano e Orquestra Nº 2 de Rachmaninoff. Este segue o esquema clássico-romântico com três movimentos e com uma seção lenta no meio com o início e fim mais empolgantes e animados. Rachmaninoff compõe com criatividade e dá um tratamento livre a cada movimento. Os diálogos da solista com a orquestra foram corretos, as trompas pisaram na bola em diversas passagens, no solo que abre o segundo movimento foi trágico. O destaque fica mais uma vez com a qualidade técnica da solista, a bonitona mostrou  um estilo próprio e uma leitura que expõe com clareza as belas melodias do concerto. Grande pianista !
   Para terminar a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa tocou O Trenzinho do Caipira de Villa-Lobos. Sonoridade desigual e uma confusão entre os naipes mostraram tudo, menos o som de um trenzinho. Podiam ter encerrado com o Rachmaninoff que todos iriam para casa felizes da vida.

Ali Hassan ayache  

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