Blog de Ópera e Ballet entrevista a bailarina Ana Botafogo.
  
   A bailarina Ana botafogo completa 35 anos de carreira e 30 anos como primeira bailaina do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Para coroar o sucesso de tão grandiosa carreira esta encenando um clássico inédito em seu repertório. Marguerite e Armand , obra baseada em A Dama das Camélias , de Alexandre Dumas. Durante os 35 anos de balé Ana Botafogo dançou quase todos os personagens do balé clássico , é reconhecida mundialmente pela versatilidade, técnica e dedicação a dança . Participou da novela Páginas da Vida de Manoel Carlos, transmitida pela rede globo. Ana Botafogo concedeu uma entrevista ao Blog de Ópera e Ballet. 
 

Blog de Ópera e Ballet: Você estudou balé no Brasil e em outros países, conhece as duas realidades,  o nível do balé brasileiro é igual ao do exterior?
Ana Botafogo: Cada vez mais me impressiono com a qualidade dos bailarinos que se formam no Brasil. Temos um ensino de altíssima qualidade que vem formando grandes profissionais. Não por acaso, nos concursos de dança que são realizados no mundo inteiro, sempre temos brasileiros ocupando várias posições entre os primeiros colocados e as maiores companhias de dança da Europa e Estados Unidos têm também bailarinos brasileiros no seu quadro principal. Não devemos nada a nenhum país do mundo.

 Blog: Você dançou quase todos os balés clássicos, qual personagem desses balés mais se identifica com você?
Ana Botafago: Sempre me identifico mais com os balés que contam histórias, são mais próximos de mim do que as narrativas mais abstratas. Difícil escolher apenas um, pois já dancei todos os personagens do balé clássico. Gosto muito da Coppelia, da Giselle, mas todas são fascinantes.

 
Blog :Diversos artistas brasileiros optam por priorizar sua carreira no exterior, você fez grande parte de sua carreira no Brasil. Quais motivos levaram você a ficar em sua terra natal?
Ana Botafogo: Na verdade, sempre sonhei em ser a primeira bailarina do Municipal do Rio de Janeiro e obtive grande reconhecimento aqui no Brasil e sempre que pude me apresentei pelo mundo afora levando a minha dança. Era importante também popularizar o balé no Brasil, divulgando o altíssimo nível profissional que alcançamos.

 
Blog: O que é mais difícil, ser atriz de novela ou primeira bailarina do Teatro Municipal do Rio de Janeiro?
Ana Botafogo:Eu sou, antes de tudo, uma bailarina e dediquei minha vida inteiro à dança. Fui convidada para fazer a novela e quis vivenciar essa experiência, mas sei que ainda preciso estudar muito caso queira me tornar uma atriz. No momento, a minha dedicação total ainda é à dança.

 
Blog: A maioria dos pais brasileiros adoram que suas filhas façam balé. Quando um menino quer estudar balé os pais geralmente discordam ou mesmo proibem. O que deve ser feito para acabar com o preconceito em relação aos meninos estudarem balé ?
Ana Botafogo: Esse preconceito é cada vez menor. Uma prova disso é que o Brasil exporta mais bailarinos homens para o exterior do que jogadores de futebol. É uma profissão séria, que exige absoluta dedicação e disciplina e cada vez mais as famílias percebem que esse preconceito não faz sentido.

Blog:Marguerite será a última grande estreia de Ana Botafogo ? 
Ana Botafogo: Com certeza não. Sempre me perguntam quando vou parar, mas ainda não chegou a hora. Estou em excelente forma física e ainda posso me propor novos desafios, como é esse espetáculo.

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