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La Bohème de Giacomo Puccini estreia em outubro no Palácio das Artes – BH



A montagem
O Palácio das Artes recebe “La Bohème”, de Giacomo Puccini, baseada na novela “Scènes de la Vie de Bohème”, de Henry Murger. Trata-se de uma das óperas mais populares de todos os tempos e esta é a terceira vez que a montagem é produzida em Belo Horizonte (1981 e em 1996), pela Secretaria de Estado de Cultura (Governo do Estado de Minas Gerais), por meio da Fundação Clóvis Salgado.
O espetáculo tem direção musical e regência do maestro Roberto Tibiriçá e como regisseur Luiz Aguiar. O cenário está sendo criado por Fernando Maculan e Rafael Yanni, os figurinos são de William Rausch, e a iluminação de Pedro Pederneiras, e Marcelo Cordeiro assina assistência de direção
Solistas de diferentes Estados e países foram convidados: Rosana Lamosa (RJ), Mariana Ortiz (Venezuela), César Gutiérrez (Colômbia), Marcos Paulo (RJ),  Fabíola Protzner (MG), Leonardo Neiva (SP), Ariel Casez (Uruguai), Rio Novello (Paraná) e Pedro Ometo (SP). Além de um grande elenco, a ópera contará com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, o Coral Infanto-juvenil Palácio das Artes, Coral Lírico de Minas Gerais e a Cia. de Dança Palácio das Artes.
Esta é mais uma produção da Fundação Clóvis Salgado que ao longo dos seus 40 anos de história, já realizou mais de 50 montagens de óperas de compositores como Verdi, Rossini, Villa- Lobos, Puccini, Mozart e Strauss, com sucesso de público e de crítica. Parte das produções foi preservada e encontra-se disponível para possíveis remontagens, com cenários, figurinos e adereços.

A ópera
Com quatro atos, La Bohème estreou no Teatro Regio de Turim em 1º de fevereiro de 1896, sob a regência de Arturo Toscanini. A história acontece em Paris, na véspera do natal e o enredo se desenvolve a partir do encontro de um poeta, Rodolfo e uma florista, Mimi. La Bohème é um exemplo de uma ópera proletária, já que até a época em que Puccini a compôs, quase todos os personagens de ópera tinham sido reis, príncipes, nobres, guerreiros, deuses ou heróis da mitologia grega.
Traição, mentiras, vaidade, intrigas, loucura. Todos os ingredientes que consagram o gênero estão em La Bohème, que estreou no Teatro Regio de Turim. No entanto, não são apenas Rodolfo, Mimì, Musetta e Marcello – os protagonistas da trama, que se passa nos subúrbios da Paris da década de 1830 – os responsáveis pelo veneno que tempera o musical.
Também a trama e os homens por trás de La Bohème trataram de conferir toques dramáticos à montagem. Dentre os envolvidos no espetáculo, ninguém escapou do fogo cruzado: compositores, libretistas e editores digladiam-se em uma rede de mexericos que vêm agitando o círculo intelectual italiano desde 1893, quando Puccini e seu então amigo compositor Ruggiero Leoncavallo viram-se disputando a adaptação para os palcos do romance Scenes de la vie de Bohème, do francês Henry Murger.
Na versão de Puccini, que naquele ano estreara seu retumbante sucesso Manon Lescaut em Turim, os dois se encontraram por acaso em um café em Milão e descobriram, também fortuitamente, que trabalhavam na mesma obra. Leoncavallo, que alcançara sucesso internacional em 1892 com sua ópera I Pagliacci e havia ajudado o colega na confecção do libreto de Manon Lescaut, garante que foi ele quem apresentou a ideia da adaptação a Puccini, sugerindo uma empreitada a quatro mãos.
O compositor, porém, a teria rejeitado por considerar a obra “inadequada” para uma ópera – os boêmios parisienses retratados no livro do poeta gaulês seriam por demais realistas. Leoncavallo foi a público e acusou Puccini de mentiroso. Este teria se apropriado de sua ideia e a repassado a seus libretistas. O autor de Manon Lescaut respondeu dizendo que, se soubesse que o amigo estava debruçado sobre a obra, não teria iniciado o trabalho; entretanto, não iria abandonar o que já fizera. Puccini então lançou um desafio a Leoncavallo: também ele deveria continuar sua versão, pois uma história poderia ser interpretada de diversas formas artísticas. Cabotino, garantiu que, no julgamento final do público, seria ele a levar vantagem.
Inimigos íntimos
Dessa forma, a confecção de duas óperas La Bohème passou a correr em paralelo na Itália. Puccini escolheu como parceiros no trabalho os poetas Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, que ficariam responsáveis pelo texto da ópera. Mas também a dupla de libretistas sofreu com o ego imensurável do compositor.
Giacosa, especialmente, esteve a um passo de deixar a tarefa – só foi demovido da ideia pelo editor Tito Ricordi, que prometeu interceder junto ao tempestuoso músico. Giacosa declarou que Puccini era “exaustivamente pedante” e que faltava a ele “estímulo e calor interior“.
Illica, por sua vez, também se mostrava incomodado com a inconstância do astro. “Puccini está intoxicado com o sucesso de Manon Lescaut, e usa isso como desculpa para se furtar de trabalhar na nova ópera“, disparou. A resposta não tardou. “Como posso musicar versos tão longos e arrastados, que deveriam não ser condensados, mas sim reescritos?“, provocou Puccini. Mesmo o editor Ricordi chegou a duvidar do comprometimento do compositor e alfinetou o artista. “Ele queria tanto esse assunto, discutiu com Leoncavallo… E agora treme em suas calças diante das dificuldades?”
Diante de todos esses percalços, a ópera andou a passos de tartaruga. As viagens de Puccini para supervisionar montagens de Manon Lescaut e sua interferência ininterrupta no trabalho dos libretistas retardou a finalização do texto, entregue apenas em agosto de 1894. Novas revisões foram feitas pelo compositor enquanto a música era criada, para desespero de Illica e Giacosa; o ponto final foi dado apenas no final do ano. Curiosamente, mesmo com as diabruras do jovem compositor de 37 anos, sua La Bohème ficou pronta antes da versão de Leoncavallo – que à época não tinha previsão de estreia para sua montagem.
Dividida em quatro atos, a ópera que estreou em Turim sob a regência do jovem maestro Arturo Toscanini traz a história de um grupo de intelectuais pobretões às voltas com dificuldades financeiras. Nesse cenário, emerge um romance entre o poeta Rodolfo e a costureira Mimi. Embora fosse um tremendo sucesso de público, a montagem não vinha recebendo elogios similares da crítica. O crítico Carlo Bersezio, do jornal La Stampa, carregou nas tintas contra La Bohème, simplesmente vaticinando que a peça cairia ao ostracismo. “Puccini não pode ser perdoado por compor sua música apressadamente e com pouco esforço. Mesmo que deixe uma boa impressão para a plateia, não deixará traços na memória de nosso teatro lírico. É bom que o compositor retorne ao verdadeiro caminho da arte, convencendo-se de que este espetáculo foi apenas um breve desvio”. Parece que ele se enganou redondamente.

FONTE: http://www.movimento.com/
SERVIÇO

Grande Teatro do Palácio das Artes
Avenida Afonso Pena, s/no.
Informações: (31) 3236-7400

Dias 20, 22, 25, 26, 28 e 29.10, às 20:30h. e dia 23.10, às 18:30h.
Ingressos
Plateias I, II e superior …..R$ 30,00 (inteira), R$ 15,00 (*meia-entrada)
*Atenção – Meia-entrada para estudantes e maiores de 60 anos, conforme a lei, mediante comprovação.

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