CAVALLERIA RUSTICANA: CIA BACHIANA ESTREIA NA ÓPERA. CRÍTICA DE ANTONIO RODRIGUES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.



Hoje, 21 de março, tive o prazer de assistir à ópera “Cavalleria rusticana”, de Mascagni, pela Cia Bachiana … isso mesmo… Cia Bachiana.
Você estranhou? Aposto que sim, pois esse não é o tipo de espetáculo que este grupo apresenta normalmente. A escolha do título, a meu ver, para iniciar um novo capítulo, foi boa. É uma ópera pequena e, apesar de não ser o ideal, por falta de fosso para a orquestra, o espaço do palco foi muito bem aproveitado.
A orquestra, bem exígua, como sempre bem levada pelo maestro Ricardo Rocha, ocupou pouco menos da metade do palco. No restante do espaço, a trama se desenvolveu a contento, fazendo com que a plateia entendesse perfeitamente o enredo desenvolvido pelo autor.
A direção cênica de Luiz Duarte aproveitou bem o espaço, sem invenções esdrúxulas que só fazem atrapalhar o espectador. Além do mais, lançou mão de utilizar algum espaço da plateia para colocar ou fazer passear o coro. Os letreiros ajudaram bastante a compreensão, para quem nunca tivesse assistido a essa ópera.
Confesso que não conheço os cantores de outras obras de que tenham participado, mas isso não foi problema para eles. O início de Rinaldo Leone (Turiddu) e ClaricePietro (Santuzza), a meu ver, foi um tanto nervoso, com algum esforço para cantar e um pouco travados na parte cênica. No entanto, as coisas entraram nos eixos rapidamente e o canto e a atuação correram sem problemas.
Hellen Maximiano (Mamma Lucia) esteve bem, assim como Ciro d’Araújo (Alfio) que, ao entrar em cena, também estava pouco nervoso, logo se acertando. CarlaOdorizzi (Lola), desde que apareceu cantando, o fez bem e tranquilamente, mas o seu papel estava longe de ser dramático, o que facilitou bastante.
O coro, forte da Cia Bachiana, não podia decepcionar e não decepcionou. O público, contei por volta de 150 pessoas, gostou e aplaudiu bastante, demonstrando que o desempenho esteve bem a contento, como disse antes.
Quem acompanha nosso site, deve ter lido as invectivas de Leonardo Marques contra a programação de óperas do Teatro Municipal do RJ. Esta estreia da Cia Bachiana é alvissareira, ou melhor, muito alvissareira. Sei que o maestro Ricardo Rocha gosta de fazer as coisas bem feitas e esperamos também que esta montagem seja apenas a primeira de muitas.
Nunca é demais frisar que o espaço não é o mais adequado, mas a Cia Bachiana precisava estrear e o fez muito bem, apesar das dificuldades. Também, inteligentemente, começou devagar, pois, assim, pode ir longe.

Antônio Rodrigues.

Fonte: http://www.movimento.com/

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