ATRAENTE ENCENAÇÃO DE "GIANNI SCHICCHI" NO THEATRO SÃO PEDRO/SP. CRÍTICA DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.
Cartaz de anúncio da ópera Gianni Schicchi de Puccini com as datas da apresentação no canto inferior esquerdo, no centro um saco de moedas de ouro com algumas delas fora do saco e uma em cima da outra. No alto e descendo para o canto direito o nome da ópera a ser apresentada, Gianni Scuicchi . #pracegover
Das três óperas que compõem "Il Trittico" de Giacomo Puccini (1858-1924), "Gianni Schicchi" é a mais popular e a melhor das construções musicais, superior às outras duas (Il Tabarro e Suor Angelica), cuja estreia se deu com sucesso no Metropolitan Opera House em Nova York a 14 de dezembro de 1918.
A recente produção de "Gianni Schicchi" no Theatro São Pedro apresenta-nos uma cenografia muito funcional, atraente e de apropriada eficiência cênica autografada por Giorgia Massetani conjuntamente com a alicerçada direção cênica com bases sólidas do também italiano Davide Garattini Raimondi cuja concepção é um primor; inovou com algumas intervenções inteligentes, sem descaracterizar o gênero cômico da genial obra de Puccini.
O maestro André Dos Santos ralentou os andamentos musicais já inicialmente, entretanto conseguiu extrair da Orquestra do Theatro São Pedro sonoridades bastante convincentes da orquestração brilhante e caracterísitca do compositor (solos do spalla Ariel Sanches e da harpista Rafaela Lopes); exceto alguns desencontros sinfônicos com os solistas que rumavam em desacertos rítmicos. Os figurinos do acervo do teatro sob comando de Mila Really adaptam-se satisfatoriamente com o enredo e a iluminação de Vinícius Andrade funcionou a contento.
Foto: Paulo Bartelli. Cenário da ópera Gianni Schicchi com diversos solistas aplaudindo um colega ao centro.Cenário com paredes escuras ao fundo com uma forte luz branca no centro onde o colega no centro recebe os aplausos. Todos com roupas de cena de época. #pracegover
Numa ópera em que os solistas formam a espinha dorsal do elenco, onde não há inserções com coros ou bailarinos, e dos solistas depende a totalidade do rendimento cênico, salientaram-se o tenor Daniel Umbelino numa elegante interpretação de Rinuccio; o jovem soprano Laís Assunção numa persuasiva personificação de Lauretta; Catarina Taíra (mezzo-soprano) na Zita (prima de Buoso), e o papel-título na voz de Johnny França, barítono que nem sempre acertou na afinação, porém conjugou cenicamente com seus colegas de forma irrepreensível.
Os demais artistas evidenciando-se Wesley Rocha; Bruno de Sá (sopranista); Deborah Burgarelli; André Rabello (muito bem nos papéis de Spinelloccio e Pinellino); Rodrigo Kenji e Lucas Nogueira, comprovam que a formação oferecida pela Academia de Ópera do Theatro São Pedro vem trabalhando na construção de novos talentos a serviço da difícil arte lírica em São Paulo com projeções de atuação em todo o território brasileiro. Aplausos a André Dos Santos (Preparador Musical) e a Paulo A. Esper - (Coordenador da Academia) pelo envolvimento neste nobre trabalho.
Gianni Schicchi terá récitas ainda em 26 e 30 de Abril.
Escrito por Marco Antônio Seta, em 22 de Abril de 2017.
Jornalista Inscrito sob nº 61.909 MTB / SP
Comentários
Postar um comentário