DUAS ÓPERAS NO THEATRO SÃO PEDRO/SP.
De 19 a 27 de agosto, a Orquestra do Theatro São Pedro e a São Paulo Companhia de
Dança apresentam um programa duplo inédito com repertório do século XX, composto
por Stravinsky e Busoni, que tem como tema a commedia dell’arte, com ingressos a
preços acessíveis
Neste mês, o Theatro São Pedro apresentará dois espetáculos inéditos em um mesmo programa: no sábado, dia 19 de agosto, às 20h, estreia o balé Pulcinella, de Igor Stravinsky, seguido da ópera Arlecchino, de Ferruccio Busoni. Sob a regência e direção musical do maestro norte-americano Ira Levin, direção cênica de William Pereira e coreografia de Giovanni Di Palma, a montagem será apresentada também nos dias 21, 23, 25, às 20h00, e no dia 27, domingo, às 17h00. Os ingressos custam de R$ 15 a R$ 80.
Mantido pela Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo e sob a gestão da Santa Marcelina Cultura desde maio, o Theatro São Pedro segue sua vocação operística dirigindo seu olhar, nesse primeiro programa, à contemporaneidade, com uma montagem que reúne dois títulos com repertório do século XX, cujos temas têm em comum a inspiração na commedia dell’arte, teatro de rua italiano que floresceu no século XVI.
Visando à conexão e ao diálogo entre as artes, a São Paulo Companhia de Dança (SPCD), também da Secretaria da Cultura do Estado, dirigida por Inês Bogea, foi convidada a participar da produção, selecionando 14 bailarinos de seu elenco. Esta será a estreia da Companhia em cenário operístico, e a inédita parceria da Santa Marcelina Cultura com a Associação Pró-Dança, organização social responsável pela gestão da SPCD.
O objetivo é promover a ampliação de plateia com seus públicos, estabelecendo um diálogo entre as instituições e criando uma dinâmica de trabalhos em conjunto. “Estamos muito felizes por conseguir reunir, na primeira montagem do Theatro São Pedro sob a gestão da Santa Marcelina Cultura, a Orquestra do Theatro São Pedro e a São Paulo Companhia de Dança”, afirma Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina Cultura. “Esse é o primeiro balé com canto da Companhia e o primeiro espetáculo do gênero realizado em conjunto por dois corpos estáveis do Governo do Estado. É uma obra na qual dança e música têm um forte diálogo e aqui em especial, com a presença dos cantores na cena interagindo com os bailarinos e a orquestra ao vivo intensificando a interação entre as artes”, diz Inês Bogéa, diretora artística da SPCD.
A Orquestra do Theatro São Pedro estará sob a batuta de Ira Levin, regente norteamericano aclamado internacionalmente, que já esteve à frente de importantes casas de ópera, como a de Bremen e Dusseldorf (Alemanha). Fábio Namatame assina os figurinos, Mirella Brandi a iluminação, e o diretor William Pereira os cenários.
AS OBRAS
Escolhidas pelo seu diálogo com a contemporaneidade, Pulcinella e Arlecchino são duas importantes representantes da produção artística do século XX. Tanto o balé como a ópera buscam referências na commedia dell’arte, gênero italiano que surgiu no século XVI como contraposição à comédia erudita. Os espetáculos eram marcados pelo improviso e liberdade de interpretação. Renegada nos altos círculos por seu caráter popular, a commedia dell’arte renasceu séculos depois por meio de autores como Carlo Goldoni, Molière e Pierre de Marivaux.
A tradição foi resgatada no século XX, quando Stravinsky e Busoni compuseram, respectivamente, o balé Pulcinella (1920) e a ópera Arlecchino (1917). William Pereira, diretor cênico do espetáculo, explica as semelhanças e contradições das peças. “Em comum, estão os encontros e desencontros amorosos, tema básico da commedia dell’arte”, destaca. “Se no balé existe um olhar afetuoso e quase nostálgico na partitura neoclássica de Stravinsky, a ópera de Busoni carrega uma grande dose de ironia, numa espécie de anti-ópera”, completa.
AS HISTÓRIAS
O balé Pulcinella, de Igor Stravinksy (1882-1971), estreou na Ópera de Paris em 1920. Para escrever a obra, o compositor russo estudou documentos inacabados de Giovanni Pergolesi (1710-1736) e outros autores italianos do século XVIII e elaborou, à sua maneira, uma peça nova e inovadora para os Ballets Russes. O espetáculo reuniu além de Stravinsky e do empresário Sergei Diaghliev, o bailarino Léonide Massine, responsável pela coreografia, e Pablo Picasso, que assinou os figurinos e os cenários. Pulcinella tem todas as mulheres a seus pés, mas a concorrência e sua namorada não gostam nada disso. Após ser atacado e dado como morto. Pulcinella cria uma elaborada farsa para enganar toda a cidade. Ao final, os casais se rendem ao amor e se casam.
Já Arlecchino, com música e libreto do compositor e pianista ítalo-germânico Ferruccio Busoni (1866-1924), estreou em 11 de maio de 1917, na Casa de Ópera de Zurique (Suíça). Na ópera, Busoni transforma o tradicional personagem e exacerba suas qualidades. O Arlequim apresentado não é apenas um astuto galanteador, mas um conquistador um tanto inescrupuloso que se eleva sobre a moral, mostra a vida como ela é e deixa eventuais julgamentos a cargo do público. Musicalmente, é notável que Busoni parte dos conflitos artísticos que traz em si, do lirismo da Itália paterna à
substância da Alemanha de sua mãe, da restauração do Classicismo à nova música do século XX.
substância da Alemanha de sua mãe, da restauração do Classicismo à nova música do século XX.
A ópera em um ato divide-se em quatro tempos, correspondendo cada um a determinada faceta do protagonista: trapaceiro, soldado, marido e conquistador. O astuto Arlequim não mede esforços para atingir seu objetivo: seduzir Annunziatta, mulher do alfaiate sr. Matteo del Sarto. Como bom casanova, ilude também Colombina, sua própria mulher – e não hesita em entrar em combate mortal com Leandro, cavaleiro que se apaixona por Colombina e promete vingar a honra da mulher traída. O aparente assassinato de Leandro confunde os tipos da cidade, o abade Cospicuo e o doutor Bombasto. Resignado com a perda da mulher e sem entender muito bem o destino que lhe foi imposto, sr. Matteo volta à triste labuta sem questionamentos.
A PRODUÇÃO
De acordo com William Pereira, um dos grandes desafios da produção foi conceber um espetáculo duplo, para que uma obra estabeleça diálogo com a outra. Pensando na unidade entre o balé e a ópera e trazendo para uma linguagem contemporânea, foi criado um espaço cênico único, minimalista, neutro e de arquitetura própria.
A obra de arte em destaque são os bailarinos e cantores. Dessa forma, o cenário se torna mais um espaço de suporte para a atuação do que um elemento descritivo e realista das ruas de uma cidade italiana antiga, Nápoles ou Bergamo. Colunas circundam a cena e bolas e luminárias pendem do teto. As estruturas se transformam quando movimentadas, ganhando volumes e formas. Tudo é amparado pela luz, elemento fundamental do espetáculo que auxilia a narrativa. Na mesma proposta foram concebidos os figurinos: uma releitura dos trajes tradicionais da commedia dell’arte em que são mantidos o padrão e cores originais, recriando-se a forma.
Elenco de Pulcinella:
São Paulo Companhia de Dança:
Pulcinella - Diego de Paula, Pimpinella - Thamiris Prata, Prudenza - Paula Alves, Rosetta - Luciana Davi, Fourbo - Yoshi Suzuki, Caviello - André Grippi , Florindo - Nielson Souza, Moça do Povo - Michelle Molina, Morgana Cappellari e Ammanda Rosa
Pequeno Pulcinella - Hiago de Castro, Bruno Veloso, Mozart Mizuyama e Vinícius Vieira
Cantores:
Denise de Freitas, Giovanni Tristacci, Vinicius Atique
Elenco de Arlecchino
Arlequim - Vinicius Atique, Colombina - Denise de Freitas, Leandro - Giovanni Tristacci, Sr. Matteo del Sarto - Rodolfo Giuliani, Doutor Bombasto - Pepes do Valle, Abade Cospicuo - Johnny França, Amante do Arlequim – Luciana Davi
Soldados – Bruno Veloso e Otávio Portela
Rapaz com carroça – Vinícius Vieira
SERVIÇO
Arlecchino e Pulcinella com Orquestra do Theatro São Pedro e participação especial da São Paulo Cia de Dança
Dias 19, 21, 23, 25 e 27 de agosto
Horários: domingo, às 17h00 e nos demais dias, às 20h00
Horários: domingo, às 17h00 e nos demais dias, às 20h00
Theatro São Pedro (R. Albuquerque Lins, 207 – Campos Elíseos, São Paulo/SP)
Ingressos: R$ 15 a R$ 80
Plateia: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
1º Balcão: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
2º Balcão: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Mais informações: (11) 2122-4070 – www.compreingressos.com
Ingressos: R$ 15 a R$ 80
Plateia: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
1º Balcão: R$ 50 (inteira) e R$ 25 (meia)
2º Balcão: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia)
Mais informações: (11) 2122-4070 – www.compreingressos.com
Classificação indicativa: 12 anos
Acessibilidade: Sim
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