BEETHOVEN, LEGADO DE MÚSICA E HUMANISMO. CRÍTICA DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.



   O concerto de domingo (02/6/2019) às 20h00 no Theatro Municipal, foi inteiramente consagrado à execução da Nona Sinfonia op. 125, em ré menor, de Beethoven. A regência do maestro titular da OSM - Roberto Minczuk - com a participação do Coral Municipal (Lírico Municipal e Paulistano). Dos quais são preparadores Mario Zaccaro e Naomi Munakata respectivamente. A grandiosa obra de Beethoven continua despertando grande admiração ao público.
     Obras existem , porém, cujo potencial estético, intenso e universal como conteúdo, se realiza ou manifesta gradualmente, na medida em que a percepção estética vai se desenvolvendo e aprofundando. A aventura da música não tem sentido se não for ligada à aventura do homem que a fez, e à do homem que a recebe. 
      A Nona Sinfonia é uma dessas obras de revelação parcelada e gradual, e por isso seu valor é ainda permanente. Para as obras moribundas , cada execução é um requiem, Para a Nona Sinfonia, ao contrário, cada execução marca um renascimento da obra original e a revelação ou atualização das múltiplas faces que ela virtualmente contem. Cada audição dela é também um enriquecimento para o apreciador, para os destinatários, para a humanidade. Enriquecimento de ordem não tecnológica que ultrapassa a ordem estética: após ouvirmos esta obra, somos encaminhados para o mais profundo de nós mesmos, a nossa racionalidade e espiritualidade. 
Múltiplas faces: Daí o êxito que coroou esta apresentação com o Municipal completamente lotado de um público entusiasmado, que aplaudiu todos os intérpretes, e obteve repetição da última parte coral - prestissimo; maestoso, prestissimo em ré maior -. O Coral Lírico Municipal / Paulistano emprestou à realização instrumental o calor e a emotividade só possíveis a este único instrumento dotado de vida, que é a voz humana.
      O desempenho sinfônico de nossa orquestra OSM  esteve à altura dos méritos do conjunto, enquanto que entre os solistas,  há que se destacar a excelente atuação do baixo Sávio Sperandio no recitativo vocal, onde há a revelação de um mundo novo (Hino  "Ode à alegria"), de Schiller, repetido pelo coro e demais solistas, o tenor Fernando Portari, meio soprano Keila de Moraes e soprano Lina Mendes, sob a regência de cor,  de Roberto Minczuk, todos ovacionados.

Escrito por Marco Antônio Seta. em 03 de Junho de 2019
Jornalista inscrito sob nº 61.909 MTB / SP

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