TEMPORADA 2020 DO NOVO THEATRO SÃO PEDRO/SP: 365 DIAS DE ARTE.
Novo Theatro São Pedro: 365 Dias de Arte
Com quatro montagens originais e temporada sinfônica e de câmara, casa abre as portas para programa de Ocupação Artística em 2020
Com temporada maior e mais acessível, Theatro São Pedro terá programação mais ativa e diversa, com portas abertas o ano todo. Na área musical, ao longo de 2020 serão apresentadas produções inéditas de West Side Story, de Bernstein, Porgy & Bess, de Gershwin, Ariadne em Naxos, de Strauss, e Capuletos e Montéquios, de Bellini; além da série sinfônica que comemora os 10 anos da Orquestra do Theatro São Pedro, e da programação de música de câmara dedicada aos 250 anos de nascimento de Beethoven. Editais de chamamento público vão abrir as portas para artistas, produtores e instituições culturais de diferentes áreas no programa de Ocupação Artística do Theatro São Pedro
O Novo Theatro São Pedro
O Theatro São Pedro, instituição da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado sob a gestão da Santa Marcelina Cultura, apresenta uma temporada maior e mais acessível para 2020. O planejamento artístico da casa agora expande o horizonte de sua programação, em busca de um diálogo ainda maior com o público amante da arte do Estado de São Paulo. Como nos anos anteriores, a temporada contempla as séries lírica, sinfônica e de câmara, privilegiando a Orquestra do Theatro São Pedro em repertórios variados e desafiadores, mas também trará novidades, com uma programação que abrange também a música popular brasileira, transmissão ao vivo de espetáculos, um maior número de atividades com recursos de acessibilidade, uma série de conferências intitulada Talks Theatro São Pedro, e o programa de Ocupação Artística do Theatro São Pedro, que vai selecionar instituições de diversas áreas para compor a programação de 2020.
A temporada de espetáculos traz títulos que tratam de amor e conflito. Apesar de manter o número de quatro montagens originais, o Theatro São Pedro tem um aumento notável no número de récitas. Serão no total 71 apresentações – 11 delas gratuitas, mais 4 ensaios abertos – para um público estimado de 47 mil pessoas. Já a série sinfônica tem como foco o aniversário de 10 anos da Orquestra do Theatro São Pedro; serão ao todo oito concertos: quatro programas, cada um com duas apresentações. Na série de música de câmara, comemora-se os 250 anos de nascimento de Beethoven – famoso por suas sinfonias, o compositor será apresentado ao grande público pela sua faceta menos conhecida, mas igualmente genial. Serão ao todo 30 apresentações, todas com entrada gratuita, trazendo a integral de seus quartetos de cordas e sonatas para piano, além de diversas outras peças para pequenas formações.
Já a série de conferências, palestras e conversas Talks Theatro São Pedro, tem o objetivo de abrir as portas do Theatro São Pedro para novos públicos. Serão realizadas conferências gratuitas com temáticas relevantes para a sociedade, como conversas sobre história da música, apreciação musical, gestão cultural, desenvolvimento humano e economia criativa, entre outros.
Outra novidade é o programa de Ocupação Artística do Theatro São Pedro. Por meio de editais de chamamento a serem abertos para execução em 2020, instituições culturais e produtores culturais de diversas áreas, para além da música, serão selecionadas para compor a programação da casa, numa iniciativa que visa ampliar e diversificar a oferta de cultura, arte e lazer da casa. Patrimônio histórico cultural de São Paulo, o Theatro São Pedro agora abrirá suas portas para todos os públicos, com uma programação mais ativa e variada, abrangendo dança, teatro, circo, moda, gastronomia, exposições, instalações, palestras e muito mais – tudo isso com a marca de qualidade de uma das casas centenárias mais queridas do panorama cultural de São Paulo.
Temporada de Espetáculos
O Theatro São Pedro inicia sua temporada de espetáculos com uma montagem original de West Side Story, de Leonard Bernstein (1918-1990) – serão ao todo 30 récitas, entre os meses de abril e maio. Estreada em 1957, é reconhecida até hoje como um dos maiores títulos da história da Broadway, e conta uma versão atualizada da história de Romeu e Julieta – em um bairro marcado pelo conflito entre gangues de rua, Tony, um trabalhador branco, e Maria, uma jovem garota porto-riquenha, vivem um amor visto como impossível pela sociedade. Nascido em Nova York, Leonard Bernstein foi uma das principais personalidades da música do século XX, atuando como compositor, maestro, pianista e educador. Foi diretor musical da Filarmônica de Nova York entre 1958 e 1969 – período em que se dedicou à popularização do repertório clássico – e regeu as maiores orquestras do mundo.
A direção musical é de Cláudio Cruz, que volta ao Theatro São Pedro após comandar títulos como Don Giovanni, La Belle Hélène, e a premiada Sonho de uma Noite de Verão. Já a direção artística fica por conta de Charles Möeller e Cláudio Botelho, premiada dupla responsável por alguns dos principais espetáculos musicais do Brasil nos últimos anos – em 2020, Möeller e Botelho completam 30 anos de parceria, com um currículo que conta com montagens como Hello, Gershwin e Nine, Um Musical Felliniano.
Ariadne em Naxos, de Richard Strauss (1864-1949), dá sequência à temporada no início de agosto, com oito récitas. Com uma estrutura pouco convencional, a obra conta a história de um compositor trabalhando na encomenda de uma ópera – o primeiro ato, chamado de “prólogo”, mostra o autor às voltas com as exigências de seu patrão, e uma repentina paixão pela atriz Zerbinetta; no segundo, a ópera propriamente dita é apresentada, reunindo elementos de uma ópera séria com cenas cômicas, em que a história do prólogo se mistura com cenas clássicas da história da princesa grega Ariadne. Richard Strauss é, ao lado de Gustav Mahler, o maior representante do romantismo tardio alemão. Com uma extensa produção musical, Strauss se destacou especialmente na composição de poemas sinfônicos como Don Juan, Assim Falou Zaratustra e Dom Quixote, e óperas como Salomé, Elektra e O Cavaleiro da Rosa.
A direção musical é do regente alemão Felix Krieger, que em 2019 comandou a elogiada montagem de La Clemenza di Tito, de Mozart, no Theatro São Pedro. Já a direção cênica é do argentino Pablo Maritano, que em 2018 dirigiu no Theatro Municipal de São Paulo a produção de outra ópera de Strauss, O Cavaleiro da Rosa.
Um dos destaques do elenco é a soprano japonesa Eiko Senda, no papel de Ariadne. Com extensa carreira no Brasil, Senda volta ao Theatro São Pedro após 6 anos – em sua última passagem pela casa, protagonizou Ártemis, de Alberto Nepomuceno, em 2014. Completam o quadro cantores de destaque no circuito nacional: os tenores Eric Herrero como Baco/O tenor, e Giovanni Tristacci como Scaramuccio; e os barítonos Johnny França como Truffaldino, e Vinicius Atique como Arlequim. Herrero, Tristacci e Atique participaram das elogiadas produções recentes de Kátia Kavanová e O Caso Makropulos, do compositor tcheco Leoš Janáček; e Johnny França teve performances de destaque em Arlecchino, de Ferruccio Busoni, Sonho de uma Noite de Verão, de Benjamin Britten, e O Matrimônio Secreto, de Domenico Cimarosa.
A paixão de Romeu e Julieta volta ao palco do Theatro São Pedro, mas sob um ângulo diferente. Capuletos e Montéquios, de Vincenzo Bellini (1801-1835) será apresentada no final de setembro, em 8 récitas. Com libreto de Felice Romani, a ópera não se baseia no famoso texto de Shakespeare, mas em uma fonte italiana da história. Estreada em 1830, no Teatro la Fenice, de Veneza, a ópera é um dos maiores sucessos do compositor, e tem como particularidade o fato de os dois protagonistas serem interpretados por mulheres: Julieta por uma soprano, e Romeu por uma mezzo-soprano. Vincenzo Bellini é considerado um dos maiores expoentes do bel-canto, ao lado de Gioachino Rossini e Gaetano Donizetti. Apesar da morte prematura – Bellini faleceu com 33 anos –, atingiu sucesso ainda em vida, e seu estilo influenciou autores que o sucederam na ópera italiana, como Giuseppe Verdi.
A produção tem direção cênica confirmada do encenador Antônio Araújo, fundador do Teatro da Vertigem e diretor artístico da MIT – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo. No elenco, destaque para Denise de Freitas e Carla Cottini, duas das mais importantes cantoras líricas do país, que interpretam, respectivamente, Romeu e Julieta. Denise de Freitas retorna à programação lírica do São Pedro após participar do elogiado espetáculo duplo que apresentou o balé Pulcinella, de Stravinsky, e a ópera Arlecchino, de Busoni, em 2017. Outra figura conhecida do público do São Pedro, Carla Cottini volta ao teatro após interpretar duas óperas de Mozart em temporadas recentes da casa, com As Bodas de Fígaro, em 2014, e Don Giovanni, em 2017.
Em novembro, Porgy & Bess, de George Gershwin (1898-1937), fecha a temporada dos grandes espetáculos com 25 récitas. Num cortiço de um bairro pobre de pescadores, a jovem Bess é desprezada pelos outros moradores por seu relacionamento com o violento e possessivo Crown, além de suas ligações com o traficante Sportin’ Life. A única pessoa que tenta ajudá-la é o alquebrado pedinte Porgy. Montada originalmente em Boston em 1935, a ópera teve sua estreia na Broadway no mesmo ano, e chamou a atenção da sociedade ao escalar um elenco formado inteiramente por cantores negros – um ato ousado para a época. Uma das peças mais conhecidas de George Gershwin, Porgy & Bess traz a marca do compositor, que deixou seu nome gravado na história da música por sua capacidade de aliar elementos da música clássica e do jazz. Além da ópera e diversos standards, Gershwin é famoso também por peças como Rhapsody in Blue e Um Americano em Paris.
A direção cênica é de Jorge Takla, um dos nomes mais prestigiados no circuito brasileiro. Recentemente, assinou duas óperas de sucesso no Theatro São Pedro, que acabaram premiadas como as melhores do ano: Dom Quixote, de Massenet (2016) e Sonho de uma Noite de Verão, de Britten (2018).
Novos Nomes
A temporada 2020 fará o début de importantes artistas no Theatro São Pedro, como Antônio Araújo, a dupla carioca Charles Möeller e Cláudio Botelho, e o argentino Plablo Maritano. “É importante abrir espaço para o novo. Estamos apostando na diversidade para dar ainda mais relevância para a programação do Theatro São Pedro”, pontua Paulo Zuben, diretor artístico-pedagógico da Santa Marcelina Cultura. “O Theatro São Pedro também trará novidades nos elencos de nossas montagens. Estamos conversando com importantes instituições no mundo e buscando trazer para o Brasil o que há de mais moderno sob o ponto de vista artístico, de formação, gestão e de participação e engajamento da comunidade. O Theatro São Pedro é um equipamento público, deve ser um espaço para todos.”
Celebração dos 250 anos de nascimento de Ludwig van Beethoven (1770-1827)
O Theatro São Pedro também homenageará os 250 anos de Beethoven com uma série de música de câmara que terá 30 concertos. Na programação, repertórios que abrangem boa parte da produção camerística do compositor, com destaque para suas 32 sonatas para piano e, as Variações Diabelli para piano, além de seus 16 quartetos de cordas.
A programação conta com o Quarteto de Cordas do Theatro São Pedro e convidados, como o Quarteto Carlos Gomes – uma das formações de câmara mais respeitadas do país – e importantes pianistas brasileiros, além de alunos, alunas e professores da Emesp Tom Jobim. Além dos concertos, serão realizadas 11 palestras gratuitas sobre o repertório, para formação de público.
Orquestra Jovem e São Paulo Companhia de DançaApós o sucesso dos programas Pulcinella e Arlecchino, que abriu a temporada lírica do Theatro São Pedro de 2017, e Schumann ou os Amores do Poeta, apresentado em 2018 e, a pedido do público, reapresentado em 2019, a casa volta a receber bailarinos da São Paulo Companhia de Dança, em mais um capítulo da colaboração entre programas culturais do Estado de São Paulo. Dessa vez, a SPCD, que tem direção artística de Inês Bogéa, se apresenta com a Orquestra Jovem do Estado – grupo de formação ligado à Escola de Música do Estado - Emesp Tom Jobim. O espetáculo de música e dança será apresentado em 4 récitas no mês de março, com a Suíte Pernambucana e Ponteio, de César Guerra-Peixe, em coreografia inédita de Ana Catarina Vieira, e o balé Raymonda, de Alexander Glazunov, assinado pelo coreógrafo Guivalde Almeida.
Ocupação Artística
Em 2020, editais de chamamento serão abertos para selecionar propostas artísticas para comporem a programação do ano do Theatro São Pedro. Artistas, instituições, produtores e coletivos de diversas áreas poderão aplicar sua inscrição – o objetivo é abrir as portas do Theatro São Pedro o ano todo para manifestações e públicos diversos.
Formação
Com o intuito de possibilitar o desenvolvimento artístico de jovens cantores e instrumentistas, o Theatro São Pedro promove performances de artistas em formação. Os dois grupos de estudantes ligados ao teatro, a Academia de Ópera e a Orquestra Jovem do Theatro São Pedro, realizam duas montagens de ópera em 2020 – cada uma com três récitas. Além disso, o São Pedro será palco também do concerto de encerramento do tradicional Encontro Internacional de Música Antiga, e receberá apresentações da série Os Tons da Emesp – ambos ligados à Escola de Música do Estado de São Paulo, Emesp Tom Jobim. Outro evento que aconteceu em 2019 e se repete em 2020 é a Semana da Voz, com programação totalmente dedicada ao canto. E no mês de julho, o São Pedro será a casa dos Grupos Infantis e Juvenis do Guri, recebendo apresentações dos programas de férias dos grupos musicais do Guri Capital e Grande São Paulo. Uma novidade será o Programa de Capacitação e Workshops para Cantores de Musical, que pega carona na nova programação de espetáculos do Theatro São Pedro e abre uma nova oportunidade de formação e profissionalização de jovens cantores.
Orquestra Jovem Tom Jobim
Como em 2019, a Orquestra Jovem Tom Jobim continua com sua residência no Theatro São Pedro – este ano serão 10 programas de música popular brasileira, com dois concertos cada, sempre com regência de Nelson Ayres e Tiago Costa.
A temporada se inicia em março, com o programa Tom & Elis, dedicado à parceria entre Elis Regina e Tom Jobim, e com participação do violoncelista Jaques Morelenbaum, e da cantora Livia Nestrovski. Em seguida, no mês de junho, a Tom apresenta o programa Rock e Suas Influências, com o cantor Zé Leônidas e o guitarrista Webster Santos. Em julho, é a vez de Tom Jobim visita O Gigante – com participação do Coral Jovem do Estado, a Orquestra Jovem Tom Jovem interpreta a ópera O Gigante Negão, de Arrigo Barnabé, lançada em disco em 1998. A Tom Jobim volta em agosto, com uma trinca de apresentações – duas no Theatro São Pedro e uma dentro da programação da Virada Sustentável, no parque Ibirapuera. Para encerrar o ano, em dezembro a Orquestra realiza o programa Tom Jobim visita Dorival Caymmi, com participação do trompetista Jessé Sadoc como solista.
Série com Recursos de Acessibilidade
Também em continuidade ao trabalho que vem sendo realizado nas últimas temporadas, o Theatro São Pedro apresentará em sua programação uma série de espetáculos acessíveis ao público com deficiência visual e auditiva, com recursos de audiodescrição, tradução em libras e oficinas de experimentação musical.
Sobre a Santa Marcelina Cultura
Criada em 2008, a Santa Marcelina Cultura é uma associação sem fins lucrativos, qualificada como Organização Social, qualificada como Organização Social de Cultura pelo Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado. É responsável pela gestão do Guri da capital e região Metropolitana de São Paulo e da Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP Tom Jobim). O objetivo da Santa Marcelina Cultura é desenvolver um ciclo completo de formação musical integrado a um projeto de inclusão sociocultural, promovendo a formação de pessoas para a vida e para a sociedade. Desde maio de 2017, a Santa Marcelina Cultura também gere o Theatro São Pedro, desenvolvendo um trabalho voltado a montagens operísticas profissionais de qualidade aliado à formação de jovens cantores e instrumentistas para a prática e o repertório operístico, além de se debruçar sobre a difusão da música sinfônica e de câmara com apresentações regulares no Theatro. Para acompanhar a programação artístico-pedagógica do Guri Capital e Grande São Paulo, da EMESP Tom Jobim e do Theatro São Pedro, baixe o aplicativo da Santa Marcelina Cultura. A plataforma está disponível para download gratuito nos sistemas operacionais Android, na Play Store, e iOS, na App Store. Para baixar o app, basta acessar a loja e digitar na busca “Santa Marcelina Cultura”.
Minha nossa lamentável West Side History e Porgy and Bess abrem um precedente extremamente perigoso...Queria ouvir mais óperas barrocas no São Pedro....
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