MISSA SOLEMNIS NO THEATRO MUNICIPAL DE SP. CRÍTICA DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.

                  Maestro Roberto Minczuk brilha na Missa Solemnis Op. 123 de Beethoven.

A densa e profunda composição coral-sinfônica de Ludwig van Beethoven (1770-1827) demorou quatro anos para ser concluída, composta entre 1819 e 1823, após várias revisões do mestre alemão, ela foi estrear em uma sala de concerto, mais precisamente no Teatro da Província de Caríntia em 8 de maio de 1824, ainda assim de forma resumida: Kyrie, Credo e Agnus Dei, anunciados no programa como "três grandes hinos com vozes de solo e coro". Na mesma noite seguiu-se a estreia da Nona Sinfonia, Op 125, ambas com grande êxito de público. 
        Fruto dos últimos anos do compositor já bastante debilitado pela surdez, doença degenerativa, mas apesar disso sua produção não regrediu. Considerado o compositor da passagem do classicismo para o romantismo, principalmente nesta sua última fase de produção, a Missa é composta de cinco parte: Kyrie, Gloria, Credo, Sanctus e Agnus Dei. A estrutura é monumental tanto para vozes do coro,  como para solistas e orquestra. 
         O spalla da orquestra,  Pablo de León, realizou belo solo de violino, (13/12/2019). Na obra, falta por completo o caráter concertante arioso por parte dos solistas, responsabilizando-se assim, a interpretação no sentido espiritual e original do texto. E Beethoven, o faz de maneira exigente, como se o público fosse, de fato, cosmopolita, um gênero livre e consciente. 
          O maestro Roberto Minczuk realizou um trabalho hercúleo e  corajoso diante da Orquestra Sinfônica Municipal, dirigindo-a com competência e autoridade, mantendo o volume favorável às vozes da partitura. Uma proposta ausente do Municipal,  há quarenta anos; a última foi em 1979, sob a regência de R. Schnorrenberg. Dos quatro solistas vocais, o soprano argentino Carla Filipcic Holm demonstrou total domínio de sua parte, a cantora intérprete notável de Donna Anna (Don Giovanni), esteve impecável; Luciana Bueno o belo mezzo soprano também saiu-se vitoriosa. Anibal Mancini, foi um tenor angelical, muito sonoro e correto; declarado por este Blog "Revelação Líricaem 2013. Michel de Souza completou o quarteto satisfatoriamente, nas difíceis passagens entre os solistas. 
           A música da Missa Solemnis é de apaixonado e magnífico vigor, onde o espírito humano se faz impor orgulhosa e desafiadoramente como uma expressão da sua personalidade. E aí o Coro Lírico Municipal pode apresentar sua versatilidade especialmente no Gloria e Credo, de difícil e magnífico vigor vocal. Há também o "Benedictus" do Sanctus e o Agnus Dei, páginas de serena beleza, de onde se observou a transmissão de uma paz interior. Preparou-o Mario Zaccaro, maestro titular do coro. 
           Já em meados de dezembro de 2019; resta-nos saber qual é a programação para 2020 do Theatro Municipal de São Paulo. 

Escrito por Marco Antônio Seta em 14 de dezembro de 2019.
Jornalista inscrito sob nº 61.909 MTB / SP
Diplomou-se em piano, história da música, harmonia e contraponto, no Conservatório Dramático e Musical "Dr. Carlos de Campos, em Tatuí.,SP
Licenciado em Artes Visuais pela UNICASTELO, em São Paulo.

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