A ÓPERA PERDE O DIRETOR TEATRAL E CENÓGRAFO WALTER NEIVA.


 
É com profundo pesar que o Blog de Ópera & Ballet comunica o falecimento do diretor cênico especializado em ópera Walter Neiva no dia 26/05/2021. Neiva trabalhou em todos os grandes teatros nacionais e em países como Colômbia, Holanda e Polônia.

   Tive o privilégio de assistir a diversas encenações suas. Lembro que tirou leite de pedra na direção da ópera "La Forza del Destino" de Verdi, sem recursos fez toda a montagem em cartolina no Theatro Municipal de São Paulo em 2001. Buscou a excelência na rara "Salvatore Rosa" de Carlos Gomes no Theatro São Pedro em 2005. Elogiei seu L'elisir D'amore de Donizetti no Theatro São Pedro em 2012. Fez excelente trabalho quando homenageou o nascimento dos 200 anos de Verdi no recital "Verdiano 200" em 2013. Nesse mesmo ano passa a  apresentar o programa "Seguindo a Ópera " na Rádio Cultura FM. Descanse em paz Walter Neiva.

Crítica de minha autoria publicadas nesse blog:

A direção de Walter Neiva mostrou com projeções e um texto bem redigido um pouco da vida e da obra de Verdi, explicar o sentido de cada ária faz com que o público entenda melhor o que se passa na ação, ideia interessante. Terminar com uma versão para cinco cantores do coro Va Pensiero da ópera Nabucco , ficou estranho pacas e o Brindisi da La Traviata foi uma bela sacada para agradar aos vovôs e as vovós que assistiam o recital.  Crítica de Verdiano 200.

A opção do diretor Walter Neiva de trazer o enredo para a década de 40 do século XX era um risco eminente. Grandes diretores já se atrapalharam transportando a ação para épocas diferentes do libreto. Walter Neiva consegue , com maestria , e sem inventar moda modernizar a ópera, transportá-la para a década de 40 e ser fiel ao libreto. Não inventa moda, não faz firulas e não quer aparecer mais que os outros. Idéias criativas e inteligentes fazem parte de toda a apresentação, suas marcações são corretas, a movimentação dos cantores e do coro realça o cômico . Arranca muitos risos da platéia, diverte e emociona ao mesmo tempo. Crítica de ópera L'elisir D'Amore.

Ali Hassan Ayache


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