BARRACO! PEÇO A CABEÇA DA DIREÇÃO DESSE FESTIVAL. ARTIGO DE ISAAC CARNEIRO VICTAL NO BLOG DE ÓPERA & BALLET.


  Desde 2019, a Universidade Federal de Juiz de Fora retoma só agora o Festival de Música Colonial e Antiga com uma edição medíocre e uma absurda programação dividida em duas, na últimas semanas de Julho e Agosto!


Quando a família Sousa Santos entregou sua Pro Musica para a UFJF havia uma condição, segundo eles mesmos afirmaram ao jornal local Tribuna de Minas, de que a universidade deveria realizar todos os eventos promovidos por eles. Nem esse festival realizam direito, sem falar do Concurso de Piano Arnaldo Estrela ou o Concurso de Cordas Paulo Bosísio, estes morreram para sempre.

Em 2022 a UFJF, que também é minha Alma Mater, foi classificada no ranking da "QS WORLD UNIVERSITY RANKINGS" como a 14 melhor universidade brasileira. Isso nada diz sobre a capacidade de organizar eventos de música clássica. O diretor desse festival professor Marcus Vinícius Medeiros Pereira pode ter passado num concurso para uma cátedra, mas isso nada tem a ver com a capacidade de organizar eventos clássicos. Também ele não desenvolve carreira como intérprete de seu instrumento o piano. Mesmo assim ele se programou para se apresentar em um dos concertos do festival.

A única estrela internacional que esse festival que um dia se intitulava internacional programou após ter passado para as mãos da UFJF foi o cravista daqui de JF Bruno Procópio, conhecido por ter gravado como diretor musical o único disco de música antiga da orquestra Simon Bolívar da Venezuela. O festival dos Sousa Santos, já nos seus primeiros anos na década de noventa, trouxe até JF o grupo inglês de música antiga The Sixteen, a soprano Agnes Mellon conhecida por aparecer em gravações bachianas com o regente Herreweghe, o tenor Jean Paul Fouchécort, conhecido por ter gravado Romeo e Julieta de Berlioz com Gardiner, as Mamas de Tirésias de Poulenc com Ozawa, Orfeo no Inferno de Ofenbach com Minkowski, A Criança e os Sortilégios de Ravel com Rattle a a Filarmônica de Berlim e por aparecer no DVD da ópera Eugene Onegin gravado no Metropolitan, ao lado de Renée Fleming e Ramón Vargas dirigidos por Gergiev. Se fosse listar tudo o que aconteceu nesse festival enquanto era organizado pelos Souza Santos, terei de escrever um livro, um artigo não dá conta.

É claro que esse evento serviu para alavancar a carreira de Luís Otávio Sousa Santos, ele só é a figura mais conhecida do música antiga hoje no Brasil por causa desse festival que sua família organizava centrado nele. Os burocratas da UFJF estão como já expus pouco se lixando para os eventos que a Pró Música realizava, não vão perder nada por passarem 4 anos sem organizar nem sequer o cartão de visitas do Pró Música que era esse festival.

O que sabe-se pela imprensa é que o ex-reitor envolvido na transferência da Pro Musica para UFJF, Henrique Duque, foi até preso por ter cometido todo tipo de mal feitos durante sua gestão.

A mãe do Luis Otávio, dona Maria Isabel de Sousa Santos, era conhecida enquanto era mais nova por anedotas que contavam sobre sua insistência em bater na porta das grandes empresas multinacionais estabelecidas aqui em JF, como a Siderúrgica Belgo Mineira, atual Arcellor Mittal, a Mercedes Benz e a Petrobrás no Rio para pedir patrocínio, mas não sei se essas histórias são verdadeiras.

Se a universidade não tem dinheiro, NÃO DEVERIA TER SEQUER ACEITADO ESSE ABACAXI. Nós aqui do blog temos muito menos verba que UFJF, eu por exemplo escrevo de graça. Essa gente da UFJF, como funcionários de universidade pública, não é mal paga ao ponto de achar que não pode correr atrás de patrocínio. Se virem! Essa desculpa não cola, pois os Souza Santos faziam muito mais que a UFJF só com patrocínio e sem nome de universidade federal.

Por isso peço, a cabeça da direção da Pró Música. ELA NÃO PODE CONTINUAR COM A UFJF POR TEREM ROMPIDO A CLÁSULA QUE OBRIGAVA A LEVAREM ADIANTE OS EVENTOS DA PRÓ MÚSICA, SIMPLES ASSIM. A INSTITUIÇÃO TEM QUE VOLTAR PARA AS MÃOS DA SOCIEDADE CIVIL E PONTO FINAL.

Isaac Carneiro Victal

Comentários

  1. Isaac, esse festival é meio que irrelevante, desconhecido fora da região.
    Pessoalmente, acho que deveria ter(mais) festival de musica moderna.
    Musica antiga é um porre, coisa chata.

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    1. Discordo, esse festival é reconhecido inclusive por premiações do governo federal como fundamental para a difusão do patrimônio musical nacional e das práticas de execução historicamente informadas no Brasil, haja vista que no decorrer desse evento se realizaram muitas primeiras gravações mundiais de repertório nacional antigo bem como as únicas gravações já realizadas no Brasil do Réquiem de Mozart e de sinfonias de Beethoven e Mozart com instrumentos de época. Além disso esse festival nunca foi tocado pelos Sousa Santos como um festival exclusivo de música antiga para o seu governo, tanto que as apresentações que mais lotavam eram as das grandes orquestras como a Filarmônica de MG e a Petrobrás Sinfônica que quase nunca vinham tocar música barroca, ao contrário já assisti essas orquestras tocarem Marlos Nobre, Copland, Richard Strauss, Edino Krieger, Falla, Villa Lobos, Sibelius, Ravel, Prokofiev, Berlioz, Mignone, Respighi, Guarnieri, Bernstein etc. Achei o comentário acima extremamente ignorante. Isaac Carneiro Victal

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    2. Outra coisinha fique sabendo que essas grandes orquestras se apresentavam num enorme e luxuoso teatro em Juiz de Fora que é simplesmente o segundo maior em capacidade de público atrás do Municipal do Rio de todos os teatros de época brasileiros, o Cine Theatro Central, com 1881 lugares superando a capacidade de público do Municipal de SP e da Sala São Paulo, ambos não ultrapassam os 1500 lugares, portanto não apenas esse evento servia valorizar o patrimônio musical brasileiro como também o patrimônio arquitetônico nacional. Por favor mais respeito com o patrimônio histórico e artístico nacional por favor, quem desconhece, paciência! Isaac Carneiro Victal

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