MELHORES E PIORES DE 2023 PELO BLOG DE ÓPERA & BALLET: PIOR DIREÇÃO DE CENA, CIBELE FORJAZ E AILTON KRENAK.


  

Cibele Forjaz e o agora imortal Ailton Krenak conseguiram deturpar a obra Il Guarany  de Carlos  Gomes no Theatro Municipal de São Paulo apresentada em Maio de 2023. O pior é que parte da imprensa e do público compram a ideia. Essa foi a pior direção do ano e de todos os tempos dessa obra.

  Querem fazer justiça histórica deturpando a obra prima do gênio campineiro. Extirparam o balé e acrescentaram diversas danças e cantos indígenas. A preocupação com a causa indígena era tanta que esqueceram que a obra é uma história com início, meio e fim. A preocupação é demarcação de terras e aniquilação da cultura.

   Ceci e Peri tem um duplo, um figurante que fica caminhando a esmo pelo palco. Toda de vermelho a figurante da Ceci parece uma pomba gira perseguindo o soprano nos primeiros atos. Esta que nada acrescenta foi mais aplaudida que o soprano. 

   Ao espectador que não tem contato com ópera fica a confusão da narrativa. As cenas não contam uma história, são jogadas uma atrás da outra sem nexo. Não existe diálogo e ligação entre elas.

   A dança juntamente com os cantos e a música indígena acrescentados a toda hora são simples e de grande beleza de ritmos, mas quebram a narrativa dramática a todo momento instaurando mais confusão.

   Quem quer defender uma causa e ser politicamente correto aderindo aos modismos do momento tem todo o direito de fazê-lo. O que é  errado é deturpar uma obra prima composta no século XIX. 

   Quer valorizar a cultura indígena que componham novas óperas, balés ou musicais. Por que não o fazem? Porque não tem capacidade, é fácil destruir o que já está feito é e um sucesso. Construir o novo é complexo e exige trabalho em demasia e talento. Virtude que os encenadores dessa ópera não têm. Jogam para a plateia, ficam no modismo de revoltar-se com uma causa e lutar contra as injustiças sociais do passado. Ao invés de comerem tapioca optam pela Nutella. 

Ali Hassan Ayache

Texto do crítico Marco Antônio Seta publicado no Blog de Ópera & Ballet: Tal liberdade para encenar e inovar, no tempo e no espaço, não deve agredir a preservação da música e do libreto (Antonio Scalvini e Carlo D'Ormeville). O corte do bailado do terceiro ato é inaceitável, pois fere o estatuto de "opera ballo", previsto pelo compositor. A inserção do balé simbolizava uma abertura à tradição operística francesa, à qual Carlos Gomes foi um dos agentes. E mutilar a ópera ferindo o estatuto de uma obra do patrimônio artístico e cultural brasileiro, torna-se aviltante ao próprio compositor. 

 

Comentários

  1. No mundo invertido da Revista Concerto, essa encenação foi eleita a melhor do ano! Isaac Carneiro Victal.

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