MAGDA OLIVERO, GRANDE ARTISTA NÃO SE FAZ SÓ NO PALCO. CRÔNICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Magda Olivero. Tosca. Teatro Municipal do Rio de Janeiro, 1964, foto Internet
O ano era de 1964, os presentes ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro vestiam-se com garbo e elegância. Era de bom costume os senhores irem com seus paletós e as senhoras de vestido longo aos espetáculos do nobre teatro. Em cartaz uma ópera, não uma ópera qualquer, mas a grande ópera verista, Adriana Lecouvreur de Francesco Cilea.
A cantora convidada para cantar o papel principal era nada mais, nada menos, que o grande soprano Magda Olivero. Diferente dos dias de hoje, onde as grandes cantoras só vêm ao Brasil fazer concertos com árias fáceis, na época não tinha moleza. Cantar no Rio de Janeiro e no Colón de Buenos Aires era a prova de fogo, público exigente ao extremo que vaiava qualquer erro.
Isso não era problema para Olivero, detentora de uma técnica soberba e uma voz já famosa em todo mundo a ópera em questão era seu repertório. O sonho do compositor Francesco Cilea era rever Magda Olivero cantando sua Adriana Lecouvreur, para ele sua voz era perfeita para o papel. Fato esse que nunca se realizou. Olivero decide interromper a carreira em 1940 para se dedicar ao casamento só voltando há cantar dez anos depois.
A história entre ambos vira uma grande amizade e sempre que pôde Edson Lima acompanha a carreira de Magda Olivero em todos os cantos do mundo. Em uma vinda ao Brasil ela fica hospedada em sua casa e quando entrevistada pela televisão italiana diz que seu maior fã é brasileiro. Quando lançado o DVD da ópera Tosca , de Puccini , Olivero envia uma cópia autografada ao amigo e fã brasileiro. Artista com talento se faz no palco, nos gestos e nas atitudes, não é por acaso que Olivero é considerada "a última diva do verismo" .
Ali Hassan Ayache
A cantora convidada para cantar o papel principal era nada mais, nada menos, que o grande soprano Magda Olivero. Diferente dos dias de hoje, onde as grandes cantoras só vêm ao Brasil fazer concertos com árias fáceis, na época não tinha moleza. Cantar no Rio de Janeiro e no Colón de Buenos Aires era a prova de fogo, público exigente ao extremo que vaiava qualquer erro.
Isso não era problema para Olivero, detentora de uma técnica soberba e uma voz já famosa em todo mundo a ópera em questão era seu repertório. O sonho do compositor Francesco Cilea era rever Magda Olivero cantando sua Adriana Lecouvreur, para ele sua voz era perfeita para o papel. Fato esse que nunca se realizou. Olivero decide interromper a carreira em 1940 para se dedicar ao casamento só voltando há cantar dez anos depois.
Começa o primeiro ato, todos esperando a grande apresentação da diva, ao lado dela cantavam Angelo Lo Forese e Piero Cappuccilli. Na plateia estão os maiores apaixonados por ópera do Brasil e um dos mais fanáticos é Edson Lima. Quando Magda solta a voz na ária "Io son l'umille ancella" o homem tem um mal estar. Algo acontece e ele desmaia no teatro. Forma-se uma grande confusão, aparecem muitos para ajudar e a récita prossegue.
Encaminhado rapidamente ao hospital Souza Aguiar (na época um hospital de qualidade) Edson Lima fica internado para observação. Amanhece no Rio de Janeiro e a luz da manhã fluminense trás com ela uma grande surpresa, um sonho jamais imaginado. Informam ao senhor Edson Lima que ele tem uma visita importante, pensava ele ser algum diretor do teatro ou político querendo fazer boa vizinhança e para sua surpresa quem aparece no quarto é nada mais , nada menos que Magda Olivero. O homem fica estupefato, quase tem outro chilique, mas dessa vez ele se controla e enche de beijos no rosto sua diva da ópera.A história entre ambos vira uma grande amizade e sempre que pôde Edson Lima acompanha a carreira de Magda Olivero em todos os cantos do mundo. Em uma vinda ao Brasil ela fica hospedada em sua casa e quando entrevistada pela televisão italiana diz que seu maior fã é brasileiro. Quando lançado o DVD da ópera Tosca , de Puccini , Olivero envia uma cópia autografada ao amigo e fã brasileiro. Artista com talento se faz no palco, nos gestos e nas atitudes, não é por acaso que Olivero é considerada "a última diva do verismo" .
Ali Hassan Ayache
Caro Ali seu artigo sobre a grande Olivero é muito gratificante de ser lido.
ResponderExcluirApenas uma correção depois de 1964, unico ano em que ela se apresentou apenas no Rio de Janeiro, nunca em São Paulo azar dos paulistanos, ela só retornou ao Brasil a meu convite para o juri do Concurso Maria Callas em 1997, ou seja, 33 anos depois . Ela e sua sobrinha Fabrizia ficaram hospedadas em um hotel e não na casa do Edson Lima grande amigo e admirador dela como relatado por você. Fomos a um jantar na casa do Edson em homenagem a esta grande diva da ópera que retornou em 1998 para uma semana de master classes também a meu convite com uma homenagem no Municipal no Salão Nobre abarrotado de fãs que a viam talvez pela primeira vez. Edson claro estava presente e fomos jantar juntos novamente.
Forte abraço