THEATRO MUNICIPAL DE SP DIVULGA TEMPORADA 2026.

Cena da montagem de O Amor das Três Laranjas, de Prokofiev (Foto: Rafael Salvador, 2022)

A temporada de óperas de 2026

Dando início a temporada de óperas, nos dias 27 e 28 de fevereiro, e 1º, 03, 04, 06 e 07 de março, o Theatro Municipal de São Paulo apresenta ao público a remontagem de um grande sucesso da temporada 2022, O Amor das Três Laranjas, de Sergei Prokofiev, com libreto baseado na peça teatral L’Amore delle Tre Melarance, de Carlo Gozzi, concebida por Luiz Carlos Vasconcelos.

O enredo da ópera flerta com o surrealismo fantástico numa tentativa de modernizar a Commedia dell’Arte, narra a saga de um rei para curar a melancolia de seu filho. Para isso, convoca uma série de entretenimentos não sem o antagonismo de personagens típicos dos contos de fadas. A musicalidade, espirituosa e inventiva, transita entre os limites da música russa e a tradição romântica.

A segunda ópera da temporada será Intolleranza, com música e libreto de Luigi Nono, a partir de uma ideia de Angelo Maria Ripellino, apresentada nos dias 29, 30 e 31 de maio e 02, 03, 05 e 06 de junho. Caracterizada pelo seu autor como uma azione scenica, a obra conta a história de um trabalhador migrante que é preso e levado a um campo de concentração. A concepção e direção cênica ficará a cargo de dois grandes nomes da arte contemporânea brasileira: Nuno Ramos e Eduardo Climachauska.

Intolleranza é uma criação de vanguarda especialmente em uso de técnicas experimentais, como imagens projetadas, texto, filme e sons eletrônicos. Uma ópera pouco conhecida do público brasileiro, muito ousada e importante para a renovação da criação artística no século XX. Em 2026, o palco do Theatro Municipal de São Paulo apresentará esta obra pela primeira vez na América Latina.

Em seguida, será apresentada Tristão e Isolda, de Richard Wagner, baseada na lenda medieval contada por Gottfried von Strassburg, nos dias 22, 26, 29, 31 de julho e 02 de agosto. Descrita pelo próprio Wagner como o trabalho mais audacioso de sua vida, Tristão e Isolda expande o tonalismo e a harmonia convencional introduzindo recursos orquestrais que caracterizam a obra do compositor. A montagem marca o retorno da diretora Daniela Thomas ao palco do Theatro Municipal de São Paulo, e terá como protagonistas o tenor Simon O’Neill e a soprano Annemarie Kremer.

Baseado na versão de Gottfried von Strassburg de um dos mais icônicos mitos da literatura medieval e na filosofia de Arthur Schopenhauer, o enredo traz a relação que nasce a partir de uma poção de amor ingerida acidentalmente.

Ainda no repertório de grandes clássicos incontornáveis, nos dias 18, 19, 20, 22, 23, 25 e 26 de setembro, o Theatro Municipal de São Paulo apresenta Don Carlo, ópera de Giuseppe Verdi, com libreto de Joseph Méry e Camille du Locle em versão italiana. Após vinte anos sem ser apresentada no Brasil, Don Carlo retorna aos palcos do Municipal em grande elenco: o tenor brasileiro Atalla Ayan, assume o papel-título de Don Carlo; o baixo Luiz-Ottavio Faria, consagrado por interpretar o Grande Inquisidor, estreia no papel de Filipe II; e a celebrada soprano Ailyn Pérez, em sua primeira ópera completa no Brasil, interpreta a rainha. A direção cênica será de Caetano Vilela, destaque no mundo da ópera tendo realizado dezenas de produções em importantes teatros no Brasil e no Exterior. Dentre as óperas que dirigiu, destacam–se A Queda da Casa de Usher, de Phillip Glass (2005), Lady Macbeth do Distrito de Mtzensk, de Shostakovich (2007), Ariadne em Naxos, de Richard Strauss (2008), e O Navio Fantasma, de Wagner.

Nesta obra, que teve estreia em 1867, Verdi destaca a tensa trama amorosa, numa narrativa estruturada em torno de três grandes eixos temáticos: o conflito entre Estado e Igreja, o embate entre pai e filho, e o contraste entre duas visões de mundo, simbolizado pela oposição entre o idealismo liberal do Marquês de Posa, defensor da autonomia dos povos, e a figura autoritária de Filipe II, representante do absolutismo monárquico.

Já a dobradinha escolhida para a temporada 2026, nos dias 30 e 31 de outubro e 1º, 03, 04, 06 e 07 de novembro, conta com dois compositores da música moderna cujas trajetórias se cruzam: a curitibana Jocy de Oliveira e o russo Igor Stravinsky. Os dois artistas trabalharam juntos e foram contemporâneos, sendo o compositor russo fonte de grande influência para um dos maiores nomes da música brasileira. A direção cênica da nova composição de Jocy ficará a cargo da diretora piauiense Ana Vanessa, enquanto Georgette Fadel assume Édipo Rei, ambas fazendo as suas estreias como diretores cênicas no palco do Municipal.

Celebrando os 90 anos da artista, o TMSP encomendou a Jocy uma nova ópera. Com a sua extensa produção como compositora, escritora, pianista e artista multimídia, foi pioneira da música eletroacústica no Brasil, compôs onze óperas, incluindo Fata Morgana, a primeira ópera composta por uma mulher a ser encenada no Theatro Municipal de São Paulo. Ao lado da nova obra de Jocy, será apresentada a ópera-oratório Édipo Rei, de Igor Stravinsky, estreada em 1927 em Paris. Esta ópera faz parte do chamado período neoclássico do compositor russo e nasce de sua parceria com um dos maiores nomes do teatro francês do século XX, Jean Cocteau, importante nome do surrealismo e do teatro do absurdo.

Por fim, o Theatro Municipal de São Paulo encerra a temporada com Andrea Chénier, a mais famosa ópera do compositor Umberto Giordano, com um libreto italiano de Luigi Illica, nos dias 27, 28 e 29 de novembro e 1º, 02, 04 e 05 de dezembro. A ópera é baseada na vida do poeta francês André Chénier, que foi executado durante a Revolução Francesa.

O libreto gira em torno do amor entre Andrea e Maddalena e do caos político e social, com características essenciais do Verismo então em voga.  A ópera foi escrita em quatro quadros em 1896 e estreou em sucesso triunfal no Teatro Alla Scala, de Milão. Essa montagem será responsabilidade da dupla formada por Caio Araujo, carnavalesco da Mocidade Alegre, e Carla Camurati, consagrada diretora, cineasta, roteirista, produtora cultural e atriz brasileira.


Orquestra Sinfônica Municipal e Roberto Minczuk (foto: Larissa Paz)

Na abertura dos concertos da temporada, a Orquestra Sinfônica Municipal apresenta Floresta Brasileira nos dias 23 e 24 de janeiro. Com Priscila Bomfim na regência e Hércules Gomes no piano, a apresentação tem a exuberância da natureza brasileira como guia. Começando com Da Terra, da paraense Cibelle Donza, o concerto segue com uma obra do alagoano Hekel Tavares, que atuou como compositor, maestro e arranjador. Por fim, Alegres Trópicos: um baile na mata atlântica, de Gilberto Mendes, e Choros nº 10, Rasga o Coração, de Heitor Villa-Lobos.

Outro destaque do início do ano é o concerto Quadros Sinfônicos, nos dias 27 e 28 de março, com regência da taiwanesa radicada nos Estados Unidos Mei-Ann Chen, que é diretora musical da Sinfonietta de Chicago e regente laureada da Orquestra Sinfônica de Memphis. O concerto começa com a Dança de Saibei, de An-Lun Huang, inspirada nas tradições do norte da China. Em seguida, será apresentado o Concerto para Violino nº 1, de Prokofiev, obra escrita no início da carreira do compositor russo. A finlandesa Kaija Saariaho está presente no programa com Nymphéa Reflection. O programa encerra com a suíte do balé O Pássaro de Fogo, obra que consagrou Stravinsky em Paris.

Em celebração do feriado, o regente titular da Orquestra, Roberto Minczuk, conduz nos dias 03 e 04 de abril o Concerto de Páscoa. Com a participação especial de Reynaldo González Fernández, dançarino afro-cubano, e Alfredo Tejada, cantaor, a apresentação tem em seu programa a Paixão Segundo São Marcos, do argentino Osvaldo Golijov, escrita em 2000 para as celebrações dos 250 anos da morte de Bach.

Em seguida, nos dias 24 e 25 de abril, sob a regência de Ricardo Bologna e com Paulo Álvares ao piano, a orquestra apresenta um programa que explora texturas, ritmos e estruturas sonoras inovadoras do século XX. A abertura será com Psappha, de Iánnis Xenákis, obra inspirada nos ritmos da poesia grega antiga. O programa inclui também o Concerto para Piano e Orquestra, de György Ligeti, destaca o virtuosismo rítmico e a complexidade harmônica. Após o intervalo, o programa se encerra com o Concerto para Orquestra, de Witold Lutosławski, combinando técnica e lirismo com vigor sinfônico. O concerto também contará com uma composição de Marcos Balter, intitulada Orum.

Já tradicional no repertório anual da Sinfônica Municipal, a temporada 2026 dará continuidade na série de Gustav Mahler. Nos dias 1º e 02 de maio, a Orquestra Sinfônica Municipal, o Coro Lírico Municipal e o Coral Paulistano, sob a regência de Roberto Minczuk, apresentam When the World as You’ve Known It Doesn’t Exist, da premiada compositora norte-americana Ellen Reid. Em sequência, a grandiosa Sinfonia nº 8, de Gustav Mahler, também conhecida como Sinfonia dos Mil. Dividida em duas partes, ela une o hino Veni, Creator Spiritus à cena final do Fausto, de Goethe.

Nos dias 08 e 09 de maio, sob a regência do maestro zimbabuense Vimbayi Kaziboni, a OSM apresenta um programa contemporâneo que reflete questões atuais por meio da música. A noite começa com Dreydl, de Olga Neuwirth. Em seguida, He Stretches out the North…, de Hannah Kendal. Your Network is Unstable, de George Lewis, foi escrita em 2024. O programa se encerra com Sinfonia, de Luciano Berio, para orquestra e oito vozes amplificadas, um marco da música do século XX.

Sob regência de Maíra Ferreira, nos dias 24 e 25 de julho, a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Paulistano apresentam um programa que convida à reflexão e ao renascimento por meio da música vocal e coral. A abertura é com In the swallow, da compositora americana Caroline Shaw, peça breve e delicada. Em seguida, o programa trará a obra Figura Humana, de Francis Poulenc.

Por fim, o compositor e regente chinês Tan Dun rege a OSM em um programa dedicado à sua própria obra. Dun ganhou notoriedade pela trilha de O Tigre e o Dragão, filme vencedor do Oscar em 2001, combinando elementos da tradição musical chinesa com linguagem orquestral ocidental.


Coral Paulistano e Maíra Ferreira (foto: Rafael Salvador)

Abrindo a temporada, no dia 12 de fevereiro, sob regência de Maíra Ferreira, o Coral Paulistano celebra os seus 90 anos com um programa especial voltado à música coral brasileira. O destaque é a estreia mundial de Auto de Todo Mundo e Ninguém, obra de 1981 de Camargo Guarnieri, escrita para coro, solista, narrador e percussão, com texto baseado em adaptação de Carlos Drummond de Andrade sobre o Auto da Lusitânia, de Gil Vicente. O programa inclui ainda obras de compositoras e compositores brasileiros que marcaram a história do grupo, reforçando o seu papel fundamental na valorização da música nacional.

Um dos concertos em destaque de 2026 será a Missa Afrossambas, apresentado nos dias 12 e 13 de junho. O Coral Paulistano, sob a regência de Maíra Ferreira, apresenta um programa que celebra as raízes afro-brasileiras por meio da música coral. Na primeira parte, a Missa Afro-brasileira de Batuque e Acalanto, de Carlos Alberto Pinto Fonseca. Após o intervalo, o grupo interpreta os célebres Afrossambas, de Baden Powell e Vinícius de Moraes, com destaque para músicas como Canto de OssanhaCanto de Xangô e Canto de Iemanjá.

No dia 02 de julho, sob as regências de Maíra Ferreira e Isabela Siscari, o grupo apresenta um programa que explora o coro como instrumento de experimentação sonora. Entre as peças, destacam-se Sound Patterns, de Pauline Oliveros, que investiga fonemas e texturas influenciadas pela música eletroacústica, El sendero ancho, de Tania León, que mistura poesia espanhola com ritmos afro-caribenhos, e Four Shakespeare Songs, de Jaakko Mäntyjärvi, que revisita a tradição coral inglesa. O programa inclui ainda duas interpretações do mesmo poema de Octavio Paz por Silvia Berg e Eric Whitacre, além de obras emblemáticas de Gilberto Mendes e György Ligeti.

Em seguida, será apresentado o concerto Renascença Italiana, no dia 24 de setembro, sob a regência de Maíra Ferreira e Isabela Siscari. O concerto abre com Exaudi Domine, de Giovanni Gabrieli, e destaca também duas compositoras pioneiras, Raffaella Aleotti e Maddalena Casulana, importantes vozes femininas do período. O programa inclui também madrigais de Claudio Monteverdi, figura de transição para o Barroco, e Luca Marenzio, expoente do lirismo e da refinada relação entre texto e música.

Por fim, no dia 03 de dezembro, o Coral Paulistano, sob a regência de Maíra Ferreira, com Renato Figueiredo e Rosana Civile ao piano, apresenta um programa especial que celebra a Natividade, reunindo canções tradicionais natalinas e três obras marcantes do repertório coral dedicadas a essa festividade cristã. O programa inclui O Magnum Mysterium, de Giovanni Gabrieli. Também será apresentada a obra Sechs Sprüche (Seis Provérbios), Op. 79, de Felix Mendelssohn, que reúne seis peças breves compostas para o calendário litúrgico protestante, incluindo Natal, Ano-Novo, Ascensão de Cristo, Paixão de Cristo, Advento e Sexta-feira Santa. A grande peça do programa é Lauda per la Natività del Signore, única grande obra sacra vocal do compositor italiano Ottorino Respighi.


Quarteto de Cordas da Cidade (foto: Larissa Paz)

Iniciando uma temporada baseada em combinações de grandes nomes de diversos períodos da música, no dia 26 de março, o Quarteto de Cordas da Cidade apresenta o concerto intitulado como Diálogos: Shaw, Mozart e Haydn. A apresentação começa com Plan & Elevation (2015), da compositora norte-americana Caroline Shaw, uma obra inspirada nos jardins de Dumbarton Oaks, que mescla referências às músicas clássica e popular. Em seguida, será apresentado o Quarteto em Si menor, Op. 33, nº 1, de Joseph Haydn, peça marcada pelo humor e clareza formal. Por fim, o grupo interpreta o Quarteto em Ré menor, K. 421, nº 15, de W.A. Mozart, composição dramática e expressiva dedicada a Haydn.

Já no dia 30 de abril, o Quarteto de Cordas da Cidade apresenta um programa com Pärt, Mozart e Haydn. O concerto começa com Summa (1978), do compositor estoniano Arvo Pärt, obra meditativa construída a partir da técnica tintinnabuli. Em seguida, será apresentado o Quarteto em Mi Bemol Maior, Op. 33, nº 2, de Joseph Haydn, conhecido como A Piada, por seu final inesperado e bem-humorado. A apresentação finaliza com a obra Quarteto em Mi Bemol Maior, K. 428, nº 16, de W.A. Mozart, considerado o mais lírico da sua série dedicada a Haydn, também com uso expressivo de pausas e silêncios.

Em seguida, no dia 28 de maio, o Quarteto da Cidade de São Paulo apresenta Diálogos: Mozart, Haydn e Bingen. O concerto tem início com O Virtus Sapientiae, da compositora medieval Hildegard von Bingen, peça de caráter contemplativo que evoca a presença da sabedoria divina, em arranjo para quarteto de cordas de Marianne Pfau. Será interpretado também a obra Quarteto em Dó Maior, Op. 33, nº 3, de Joseph Haydn, conhecido como O Pássaro, por suas melodias ornamentadas e agudas, que remetem ao canto de aves. Por fim, o grupo apresenta o Quarteto em Sol Maior, K. 387, nº 14, de Mozart, obra inspirada em Haydn, que combina lirismo, complexidade harmônica e um movimento final vibrante e espirituoso.

Já o concerto Diálogos: Bologne, Mozart e Haydn, no dia 20 de junho, apresenta em seu programa o Quarteto em Sol menor, Op. 1, nº 5, de Joseph Bologne, Chevalier de Saint-George, compositor francês do século XVIII e primeiro músico negro a conquistar projeção na música clássica europeia. A obra apresentada em sequência é Quarteto em Si Bemol Maior, Op. 33, nº 4, de Joseph Haydn. Encerrando o programa, o conjunto interpreta o célebre Quarteto em Si Bemol Maior “A Caçada”, K. 458, nº 17, de Mozart, conhecido pelo tema inicial que evoca chamadas de trompas usadas em caçadas aristocráticas.

No dia 20 de agosto, a série Diálogos tem sequência apresentando o Quarteto em Sol Maior, Op. 33, nº 5, de Joseph Haydn ao lado do Quarteto em Sol Maior Primavera, K. 387, nº 14, de Mozart, obra mais ensolarada da série dedicada a Haydn.

Também no segundo semestre, no dia 17 de setembro, o Quarteto de Cordas da Cidade apresenta Diálogos: Montgomery, Mozart e Haydn. O concerto se inicia com Strum, de Jessie Montgomery, peça vibrante marcada por pizzicati e referências à música folclórica americana. Em seguida, será apresentado o Quarteto em Ré Maior, Op. 33, nº 6, de Joseph Haydn, obra ousada em sua harmonia e escrita contrapontística, encerrando a sua célebre série dos Op. 33. Por fim, será apresentado uma obra de grande refinamento formal e expressivo, Quarteto em Lá Maior, K. 464, nº 18, de Mozart.

No dia 22 de outubro, o grupo se apresenta com obras de Emilie Mayer, Mendelssohn e Schumann. Mayer, compositora alemã do século XIX, abre o concerto com um movimento lento cheio de emoção do seu Quarteto nº 2. Depois vem Mendelssohn com o seu Quarteto nº 1. O programa encerra com Schumann e seu Quarteto nº 1.

Por fim, no dia 26 de novembro, o Quarteto de Cordas da Cidade apresenta as obras de Florence Price, Brahms e Dvořák. O grupo apresenta Price, pioneira afro-americana da música clássica, com o terceiro movimento, Juba, do seu Segundo Quarteto. Seguido por Brahms, com o primeiro Quarteto em Dó menor, marcado por dramaticidade e unidade temática. Fechando a noite, será apresentada uma obra de Dvořák, intitulada Quarteto Americano, fruto da experiência do compositor nos Estados Unidos.


Cena de Réquiem SP, com o Balé da Cidade de São Paulo (foto: Larissa Paz)

A primeira temporada do Balé da Cidade de São Paulo em 2026 trará a nova criação coreográfica de Renan Martins, nos dias 14, 15, 18, 19, 20 e 21 de março. A obra, ainda em processo, é intitulada como Encruzilhada e investiga o encontro, o conflito e a coletividade como práticas de resistência. Inspirada em danças populares brasileiras e movimentos historicamente marginalizados, como footwork, danças de rua e de salão, a peça propõe uma coreografia viva, onde os corpos negociam espaço, ritmo e presença em meio à tensão. Combinando tradição e contemporaneidade, Encruzilhada revela o processo criativo em cena e desafia a ideia de perfeição, buscando, acima de tudo, a presença e o pertencimento coletivo diante de um mundo marcado pela fragmentação.

Nos dias 20, 21, 24, 25, 26, 27 e 28 de junho, o Balé da Cidade de São Paulo apresentará a sua segunda temporada com nova criação de Andrea Peña Michelle Moura. As apresentações serão realizadas na Sala de Espetáculos do Theatro Municipal. Coreógrafa com formação híbrida em dança e design, Andrea Peña é conhecida por suas criações conceituais rigorosas, concebidas como instalações nas quais o corpo dialoga com a materialidade. De origem canadense-colombiana, nesta obra ela reexamina as suas raízes latino-americanas com um olhar decididamente pós-colonial. Michelle Moura é bailarina e coreógrafa brasileira radicada em Berlim. Em seus trabalhos dos últimos 15 anos, ela tem explorado mudanças psicofísicas, propondo experiências particulares para o corpo, como: não piscar (BLINK), falar sem mover a boca (Overtongue), hiperventilar (FOLE). Em Overtongue (2021) e Lessons for Cadavers (2023), Michelle Moura se debruçou sobre a artificialidade e dissociação de elementos, manipulando movimento, expressão, som e linguagem. A sua nova obra contará com Kaj Duncan David e Rodrigo Lemos, artista vencedor do Grammy Latino, na trilha sonora.

Por fim, Réquiem SP, criação de Alejandro Ahmed, diretor artístico da companhia, retorna ao palco do Municipal nos dias 15, 16, 18, 19, 21, 22 e 23 de agosto. Após o sucesso da estreia em 2025, com participação da Orquestra Sinfônica Municipal e do Coral Paulistano, a peça se inicia com o Requiem, de György Ligeti, e evolui para um segundo ato ao som das composições eletrônicas intensas do artista canadense Venetian Snares. A performance conta com 17 bailarinos, incluindo a convidada Bill Valkyrie, incorpora tecnologia, luz, objetos e som como extensões do corpo, criando uma experiência sensorial e imagética que reflete sobre a irreversibilidade da vida. A obra propõe um ritual contemporâneo de despedida e transformação, onde a dança se conecta com todos os elementos da cena como um organismo coletivo e interdependente.

Fonte: https://notasmusicais.com/theatro-municipal-de-sp-divulga-a-sua-programacao-de-2026/

Comentários

  1. Extremamente ansioso por Don Carlo. Muito ansioso!!! Ainda mais pela convocação da Ailyn Pérez. Ansioso também para saber quem vai carregar o fardo de cantar a Eboli. Espero que não seja menos que os companheiros de elenco. Tristão e Isolda espero que a Daniela Thomas não siga o exemplo do outro Thomas mostrando o "Derrière" no Municipal do RJ.

    Agora, Andrea Chenier (que se passa na Rev. Francesa) sendo encenada por um Carnavalesco é de cair o derrière da bunda! Eu acredito em milagres e eu espero profundamente que essa produção cale minha boca e que seja uma masterclass de cenários. Só por favor não mudem a partitura do pobre Giordano e coloquem samba-enredo no meio da história.

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  2. Duvidosa programação quanto aos títulos anunciados e mais ainda quanto aos cantores escalados e ainda nem contactados ou contratados. Caótico !

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