ORQUESTRA SINFÔNICA DE PORTO ALEGRE REÚNE DUAS ÓPERAS CURTAS EM PROGRAMA COM CLIMA DE COMÉDIA.

 


Histórias bem-humoradas são apresentadas em duas sessões, que integram a programação do 6º Ópera em Pauta

A dificuldade de se relacionar ao vivo em meio à evolução da tecnologia e os mal-entendidos nos bastidores de um circo. Partindo dessas premissas, O Telefone, de Gian Carlo Menotti, e Signor Deluso, de Thomas Pasatieri, são apresentadas em sequência, dentro do mesmo programa, no palco da Sala Sinfônica do Complexo Cultural Casa da OSPA. A apresentação dupla acontece em duas datas – às 17h do sábado, 25 de outubro, e às 11h de domingo, 26 de outubro – e integra a programação do 6º Ópera em Pauta. Rebecca Burkhardt atua como diretora musical e regente à frente da Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (OSPA) — fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac-RS) —, e a concepção e direção cênica são de Áurea Baptista. Os ingressos já podem ser adquiridos pelo Sympla.

O elenco das óperas é formado pelos cantores líricos Elisa MachadoFelipe BertolRicardo BarppLuciane BottonaFrancis PadilhaRosimari Oliveira e Guilherme Roman. A iluminação fica a cargo de Veridiana Mendes, enquanto o Teatro Ateliê cuida dos cenários, figurinos, adereços, cabelo e maquiagem. A equipe inclui ainda Valquíria Cardoso na assistência de direção e Patrick Menuzzi como pianista correpetidor. A apresentação do dia 25 (sábado) terá transmissão ao vivo pelo canal da OSPA do YouTube, a partir das 17h.

As óperas

O Telefone e Signor Deluso são óperas bufas, em um ato, que trazem histórias curtas, ligadas às mazelas do cotidiano. Na obra do italiano naturalizado norte-americano Gian Carlo Menotti (1911-2007), também conhecida como O Amor A Três, o protagonista Ben, interpretado pelo tenor Felipe Bertol, tenta inutilmente falar com Lucy, interpretada pela soprano Elisa Machado. Suas tentativas de conversa são interrompidas pela compulsão de Lucy pelo telefone, o qual se torna um terceiro elemento na relação dos dois personagens. A história foi apresentada pela primeira vez em Nova Iorque, em 1947, período em que o objeto era uma novidade tecnológica. Hoje, apesar do telefone fixo em si já ter perdido esse posto, a relação da personagem com ele ressoa naquelas que mantemos com dispositivos mais recentes, segundo a diretora musical e regente Rebecca Burkhardt: “Ainda que a ópera tenha sido escrita em 1947, cada uma de suas palavras soa verdadeira no mundo de smartphones de hoje. E mesmo que só existam dois personagens cantando nessa ópera, com razão, o telefone tem sua própria voz na música da trilha sonora.” 

A montagem da OSPA é uma adaptação da apresentação de “O Telefone” produzida pela Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (CORS) em 2024, no Palácio da Justiça, dentro do projeto Terça Lírica. A nova versão traz de volta a diretora cênica Áurea Baptista, o mesmo elenco, figurinos e objetos inspirados na década de 1940, que agora se somam à participação de toda a OSPA, sob regência de Rebecca Burkhardt. O cenário minimalista do apartamento de Lucy e as cores sóbrias escolhidas por Áurea na ambientação contrastam com o caos provocado pelo telefone na vida dos personagens.

Signor Deluso, do americano Thomas Pasatieri, é uma comédia de erros, na qual uma série de mal-entendidos leva a desentendimentos e suspeitas entre os personagens. Foi escrita em 1974 como uma encomenda para Juilliard School, em Nova Iorque. Na montagem da OSPA, a história coloca os personagens Célia, León, Gorgibus, Rosine, Senhor Deluso, Clara e o Magistrado — interpretados, respectivamente, por Elisa Machado, Felipe Bertol, Ricardo Barpp, Luciane Bottona, Francis Padilha, Rosimari Oliveira e Guilherme Roman — em conflitos nascidos do engano, sem se fixar em uma época específica: “A concepção cênica desdobra os personagens, permitindo uma visão crítica sobre o que acontece em cena”, conta Áurea.

Ópera em Pauta

O 6º Ópera em Pauta acontece em Porto Alegre entre os dias 24 e 26 de outubro de 2025. O evento traz mesas de debate abertas ao público sobre a produção de ópera no Brasil e na América Latina e apresentações artísticas, com atividades no Multipalco Eva Sopher, no complexo do Theatro São Pedro, onde a Companhia de Ópera do RS (CORS) organiza o encontro, e na Casa da OSPA. Promovido pelo Fórum Brasileiro de Ópera, Dança e Música de Concerto (Fórum-ODM), o 6º Ópera em Pauta aborda temas como a formação técnica de equipes, o mercado e cooperação entre instituições e a diversidade e questões de gênero nas produções.

Equipe técnica e elenco

Rebecca Burkhardt é uma requisitada regente norte-americana, que já foi Diretora de Atividades Orquestrais e regente de ópera na Universidade do Norte de Iowa de 1988 a 2020. Como compositora, já escreveu obras para coro, música de câmara, orquestra e teatro musical. Também já ocupou duas vezes o cargo de presidente nacional da College Orchestra Directors Association (EUA).

Áurea Baptista é atriz, diretora e especialista em Artes pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Como atriz, integrou o elenco de O Pagador de Promessas, de Roberto Oliveira, no teatro, de Os Famosos e os Duendes da Morte, longa-metragem de Esmir Filho, e do seriado Doce de Mãe, dirigido por Ana Luiza Azevedo. Fez a direção cênica de A Viúva Alegre, de Franz Lehár, e do espetáculo teatral Salomé, o Amor e sua Sombra, com texto de Oscar Wilde, entre outros. Atua também auxiliando cantoras e cantores na composição de personagens operísticos.

Elisa Machado é Bacharel em Música pela UFRGS e estudou trompete e canto no Conservatório Pablo Komlós da OSPA. Lecionou canto no curso de extensão da Unisinos e  foi professora substituta na UFRGS em dois períodos distintos, além de trabalhar na preparação vocal de coros. Em 2014, recebeu o 1º Prêmio no 12º Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas, mesmo ano em que prestou concurso para a OSPA, onde trabalha junto ao Coro Sinfônico desde então.

Felipe Bertol é formado em Música pela UFRGS, realizou residência artística na ESMAE, em Portugal. Estudou na Academia de Ópera do Theatro São Pedro e no Opera Studio do Theatro Municipal de São Paulo. Como solista, apresentou-se com as orquestras Filarmônica da PUCRS, OSPA, Camerata da Orquestra Experimental de Repertório (OER), entre outras. Atuou em temporadas de ópera no Theatro Municipal de São Paulo, sob a regência de Roberto Minczuk, e no Theatro São Pedro, com o maestro André dos Santos. Atualmente, integra a Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul e é professor de técnica vocal.

Ricardo Barpp é graduado em Música pela UFRGS e possui uma trajetória artística de mais de 25 anos. Seu repertório é amplo e versátil, abrangendo desde a música renascentista até a ópera, além de música sacra, de câmara e teatro musical. Estreou como solista na OSPA em 2001, na ópera A Boiúna, e desde então vem se destacando como intérprete em diversas produções. Atuou também como diretor da ópera Cavalleria Rusticana, em parceria com a Universidade de Caxias do Sul (UCS). Atualmente, concilia a carreira de solista com a atividade pedagógica.

Luciane Bottona iniciou seus estudos com Juan Carlos Gebelin (1990–1997) e aperfeiçoou-se em instituições como a UFRGS, a Indiana University (EUA) e o Conservatório N. Rimsky-Korsakov (Rússia). Venceu o 8º Cia. Ópera São Paulo International Festival (2004) e gravou o CD Luciane Meets Gershwin (2019), com releituras em bossa nova. Atua também como professora de canto. Seu repertório inclui óperas de Mozart, Verdi e Puccini, além de obras de concerto de Bach, Vivaldi, Beethoven, entre outros. Sua versatilidade vocal permite transitar com naturalidade entre o repertório clássico e o popular.

Francis Padilha é licenciado em Música e Bacharel em Canto e Regência Coral pela UFRGS. Atuou como preparador vocal para teatro em obras como Os PlagiáriosAyêNight ClubTerra do Nunca IIO Luxo que Vira Lixo e em musicais: Lupicínio RodriguesCorcunda de Notre DameO Linguiceiro da Rua do Arvoredo e Saltimbancos. Cantou como solista em diversas obras, tais como cantatas, missas e oratórios de Bach, Buxtehude, Schubert, Beethoven, Saint-Saëns, Fauré e Rossini, destacando-se Carmina Burana, de Orff, e Messias, de Handel. Cantou as óperas CarmenO EngenheiroMaria de Buenos AiresGianni SchicchiOtello e Il Pagliacci. Ganhou o Júri Popular e 3º lugar masculino no 9º Concurso Internacional de Canto Bidu Sayão.

Rosimari Oliveira é graduada em Canto pela UFSM, com intensa carreira na ópera e na música de concerto. Realizou estudos na Itália e na Espanha, e possui um currículo de atuação com grandes orquestras brasileiras e internacionais, como protagonista de óperas como La Serva PadronaDer FreischützCosì fan tutteLe Nozze di FigaroDon GiovanniCavalleria RusticanaToscaMadama ButterflySuor AngelicaHänsel und Gretel e I Pagliacci. Também cantou a Paixão segundo MateusVesperae solennes de confessoreMissa Pastorale de Mozart, Magnificat de Vivaldi, Oratório de Natal de Saint-Saëns, entre outras. Tem intensa atividade como recitalista e atua também como professora de canto, diretora cênica de ópera e preparadora vocal.

Guilherme Roman é bacharel em Canto e em Regência Coral pela UFRGS. Atuou como solista em diversas montagens de ópera no Sul do Brasil: Die Zauberflöte e Le Nozze di Figaro, de Mozart; Carmen, de Georges Bizet; La Belle Hélène, de Jacques Offenbach; A Viúva Alegre, de Franz Lehár; La Bohème e Gianni Schicchi, de Puccini; Os Bacharéis, de Manuel Acosta y Oliveira; María de Buenos Aires, de Piazzolla; e nas montagens “de bolso” de Il Barbiere di Siviglia e La Cambiale di Matrimonio, de Rossini; L’Elisir d’AmoreDon Pasquale e Il Campanello, de Donizetti. É membro da Companhia de Ópera do Rio Grande do Sul (CORS) e segue orientação vocal do barítono Carlos Rodriguez.

FUNDAÇÃO ORQUESTRA SINFÔNICA DE PORTO ALEGRE

Menotti e Pasatieri

Programação do 6º Ópera em Pauta

Quando: sábado (25/10), às 17h, e domingo (26/10), às 11h.

Onde: Complexo Cultural Casa da OSPA (CAFF – Av. Borges de Medeiros, 1.501, Porto Alegre, RS).

Ingressos: de R$ 20 a R$80. Descontos: clientes Banrisul, Amigo OSPA, idoso, doador de sangue, pessoa com deficiência e acompanhante, estudante, jovem até 15 anos e ID Jovem.

Bilheteria: em sympla.com.br/casadaospa ou no Complexo Cultural Casa da OSPA no dia das apresentações — dia 25/10, das 12h às 17h e dia 26/10, das 9h às 11h.

Estacionamento: gratuito, no local.

Classificação indicativa: não recomendado para menores de 12 anos.

Transmissão ao vivo: apresentação do dia 25 de outubro, às 17h, no canal da OSPA no YouTube.
Este evento disponibiliza medidas de acessibilidade.  


PROGRAMA

Gian Carlo Menotti | O Telefone

Intervalo

Thomas Pasatieri | Signor Deluso


Apresentação: Orquestra Sinfônica de Porto Alegre

Direção Musical e Regência: Rebecca Burkhardt

Concepção e Direção Cênica: Áurea Baptista 

Solistas — O Telefone: Lucy: Elisa Machado (soprano - Lucy) e Felipe Bertol (tenor - Ben)

Solistas — Senhor Deluso: Elisa Machado (soprano - Célia), Ricardo Barpp (baixo-barítono - Gorgibus), Luciane Bottona (mezzo-soprano - Rosine), Felipe Bertol (tenor - Léon), Francis Padilha (barítono - Senhor Deluso), Rosimari Oliveira (soprano - Clara) e Guilherme Roman (baixo-barítono - Magistrado)

Assistência de direção: Valquíria Cardoso

Cenário, figurinos e adereços: Teatro Ateliê

Iluminação: Veridiana Mendes

Cabelo e maquiagem: Teatro Ateliê

Pianista correpetidor: Patrick Menuzzi


Lei de Incentivo à Cultura

Patrocínio da Temporada Artística: Gerdau, Banrisul, TMSA e Tramontina. 

Apoio da Temporada Artística: Unimed, Imobi e Intercity. Promoção: Clube do Assinante.

Realização: Fundação Cultural Pablo Komlós, Fundação OSPA, Secretaria da Cultura do RS, Ministério da Cultura, Governo Federal – Do lado do povo brasileiro.

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