Marcus Góes especial para o Blog de Ópera e Ballet: OSB, UMA GRANDE ORQUESTRA.

A Orquestra Sinfônica Brasileira, cercada de boas influências: sucesso absoluto.
Lorin Maazel
 Quem escreve teve a sorte de ver de perto e por dentro e  de atuar com algumas delas como cantor de coro, muitas orquestras em vários  países, a maioria deles de modo absoluto à frente da história da música ocidental. O autor viu de perto e participou de muitos ensaios com muitas orquestras desses países.
Por ter tido esses contatos, o redator destas mal traçadas se acha  em condições de dizer que nossa OSB não deve nada a nenhuma das orquestras internacionais com as quais teve íntimo contato, pela capacidade de fazer boa música, pela constante busca de elevação de nível de contrastes e sonoridades, pelas tradições que tem cultivado, pelos instrumentistas que a compõem e pelos regentes de orquestra que a comandaram e a regeram.
O subscritor não faz parte do clube dos que pensam que as grandes orquestras estrangeiras e seus regentes são sempre, por princípio, muito melhores que nossas grandes orquestras e nossos  regentes. Mas atenção, inocentes do Irajá: tudo isso NÃO quer dizer o oposto, ou seja, que a OSB seja MELHOR que todas as orquestras estrangeiras.
Isto posto, a OSB no concerto de 18/08/2011 ocorrido no TMRJ foi a OSB de sempre e mais alguma coisa: executou de modo trabalhado e burilado a sexta e a sétima sinfonias de Beethoven, compositor com quem sempre se entendeu à maravilha, e contou com a regência em ambas as sinfonias do inspirado, experiente e festejado regente de orquestra LORIN MAAZEL, que, em obras de intenção essencial tão diferente, opostas mesmo, conseguiu o resultado perfeito: na Pastoral, toda executada com profusão de bem colocados ppp’s, crescendos e diminuendos, tivemos lirismo, doçura, encanto e emoções advindas de contato com a Natureza sem cair no piegas de romance para mocinhas, e na sétima tivemos a alegria esfusiante do ritmo e da dança (vide Richard Wagner, que afirmou ser a sétima “o triunfo da dança), o brilho da capacidade inventiva de Beethoven exibido em todo seu esplendor. Tudo sob o comando da mão segura de um grande regente, como é Maazel, que inclusive nos brindou com uma Pastoral de suma delicadeza, refinada como nunca  havíamos visto, e com uma sétima de tirar o jôlego.
Tais ocorrências musicais levaram o público ao delírio e o TMRJ se engalanou jubiloso. Não é todo dia que temos uma festa musical como essa.
Em parte causa do triunfo, não se pode omitir que não era difícil sentir no ar a presença do novo co-diretor artístico da orquestra FERNANDO BICUDO. Homem da música e do teatro, assumiu ele recentissimamente o cargo, mas informações seguras nos dão conta de que seus contatos com músicos da orquestra, com o regente e com todo o pessoal envolvido nas atividades da OSB para os presentes concertos, foram sumamente benéficos, simpáticos, otimistas, esclarecedores  e anunciadores de um muito promissor futuro.
Outra marcante presença nesses momentos de triunfo, a qual não pode deixar de ser assinalada, é a do regente ROBERTO MINCZUK, causa maior de todo o benéfico “terremoto” que recentemente tem feito muita coisa ruir em prol de mudanças de mentalidade no meio musical brasileiro. Minczuk é parte ativa do sucesso obtido no concerto ora em foco. Nesta nossa terrinha de memória curta, o nome de Minczuk deverá ser sempre lembrado.
Em resumo, sucesso absoluto. E previsão de muito boa música pela frente. A OSB, cercada de benéficas influências, pode ir muito longe, mesmo com regentes brasileiros, sem necessidade de mandar vir os Joh´s e os Dimiter´s.
LORD, HOW I WANT TO BE IN THAT NUMBER…
MARCUS GÓES – OSB MAAZEL TMRJ  18/08/2011
FONTE: http://www.movimento.com/

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