Artigo de Marcus Góes no Blog de Música , Ópera e Ballet.
Presença brasileira na Música Européia.
O sete de setembro me fez vir à mente uma composição de célebre autor de outro país relacionada com o Brasil.
Essa composição é a mais que célebre entrada do “brasileiro” na opereta La Vie Parisienne, de Jacques Offenbach (1819/1880), criada em Paris em 1866, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy.
Todos cantarolam ou assobiam a melodia dessa parte da famosa opereta, símbolo musical de toda a estética burlesca offenbachiana, estreitamente ligada ao que depois se denominou “can can”, sem saber que é ela a arquetípica “canção do brasileiro”. Pasmem os leitores: os mesmos libretistas da Carmen, de Bizet, foram capazes de ironizar e ridicularizar o “brasileiro”, já naqueles tempos visto em Paris como um dos “tipos” característicos da “vie parisienne”, rico, ingênuo e gastador, com as seguintes palavras :
“Je suis le brésilien / j´ai de l´or /
Et j´arrive de Rio-Janère/
Plus riche aujourd´hui que naguère/
Paris, je te reviens encore!/
Deux fois je suis venu déjà/
J´avais de l´or dans ma valise/
Des diamants à ma chemise/
Combien a duré tout cela ?/
…O Paris! Paris! En six móis/
Tu m´as tout raflé/
Et puis,vers ma jeune Amerique/
Tu m´as, pauvre et mélancolique /
Delicatement remballé !
Je ne suis pas mort, j´ai gagné/
Tant bien que mal, de sommes folles/
Et je viens pour que tu me voles/
Tout ce que là-bas j´ai volé ! “
Não é de certo confortante verificar que já naquela época o brasileiro em Paris era visto como um turista desonesto e gastador a ser, por sua vez, roubado por uma Paris também desonesta e aproveitadora. Hoje em dia as coisas não mudaram muito…
Mas deixada de lado a Moral, o fato é que ficou a música do “brasileiro” como uma espécie de emblema da música de burla e “vaudeville” de um dos períodos mais férteis e bem humorados da trajetória do tipo. Pena que a relação do Brasil com esses fatos seja ignorada por quase todos os brasileiros. Todos, repito, cantarolam ou assobiam a melodia da canção. Quem quiser verificar, procure na internet.
MARCUS GÓES-SETEMBRO 2011
Fonte: http://www.movimento.com/
O sete de setembro me fez vir à mente uma composição de célebre autor de outro país relacionada com o Brasil.
Essa composição é a mais que célebre entrada do “brasileiro” na opereta La Vie Parisienne, de Jacques Offenbach (1819/1880), criada em Paris em 1866, com libreto de Henri Meilhac e Ludovic Halévy.
Todos cantarolam ou assobiam a melodia dessa parte da famosa opereta, símbolo musical de toda a estética burlesca offenbachiana, estreitamente ligada ao que depois se denominou “can can”, sem saber que é ela a arquetípica “canção do brasileiro”. Pasmem os leitores: os mesmos libretistas da Carmen, de Bizet, foram capazes de ironizar e ridicularizar o “brasileiro”, já naqueles tempos visto em Paris como um dos “tipos” característicos da “vie parisienne”, rico, ingênuo e gastador, com as seguintes palavras :
“Je suis le brésilien / j´ai de l´or /
Et j´arrive de Rio-Janère/
Plus riche aujourd´hui que naguère/
Paris, je te reviens encore!/
Deux fois je suis venu déjà/
J´avais de l´or dans ma valise/
Des diamants à ma chemise/
Combien a duré tout cela ?/
…O Paris! Paris! En six móis/
Tu m´as tout raflé/
Et puis,vers ma jeune Amerique/
Tu m´as, pauvre et mélancolique /
Delicatement remballé !
Je ne suis pas mort, j´ai gagné/
Tant bien que mal, de sommes folles/
Et je viens pour que tu me voles/
Tout ce que là-bas j´ai volé ! “
Não é de certo confortante verificar que já naquela época o brasileiro em Paris era visto como um turista desonesto e gastador a ser, por sua vez, roubado por uma Paris também desonesta e aproveitadora. Hoje em dia as coisas não mudaram muito…
Mas deixada de lado a Moral, o fato é que ficou a música do “brasileiro” como uma espécie de emblema da música de burla e “vaudeville” de um dos períodos mais férteis e bem humorados da trajetória do tipo. Pena que a relação do Brasil com esses fatos seja ignorada por quase todos os brasileiros. Todos, repito, cantarolam ou assobiam a melodia da canção. Quem quiser verificar, procure na internet.
MARCUS GÓES-SETEMBRO 2011
Fonte: http://www.movimento.com/
Comentários
Postar um comentário