DIVULGAÇÃO
A história de amor, poder e traição recebe montagem com direção de Carla Camurati.
A montagem
Desde sua primeira apresentação há 111 anos, Tosca, de Giacomo Puccini, tem sido uma das óperas mais representadas em todo o mundo, amplamente popularizada por árias como “Vissi d’arte vissi d’amore”, “Recondita armonia” e “E lucevan le stelle”.
A partir de 11 de setembro, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura, estreia nova montagem da obra, com direção e concepção de Carla Camurati.
Para contar a trágica história de amor entre a cantora lírica Tosca e o pintor Cavaradossi, Carla – que reuniu colaboradores de longa data como o cineasta e diretor de fotografia Lauro Escorel (iluminação) e Cica Modesto (figurino) – procurou reforçar o caráter dramático da obra: “O que mais chama a atenção em Tosca é, antes de tudo, a música, belíssima.Também a grande densidade dos personagens, próxima dos grandes personagens teatrais. Normalmente a música sublinha a dramaticidade. Em Tosca tem-se também uma rica construção dramatúrgica da personalidade dos personagens”, analisa.
“Há muita gente que percebe Tosca como uma louca. Para mim, esta é uma história de amor que deu errado em uma noite de lua cheia. Não era para Tosca nem Cavaradossi terem o fim que tiveram. É uma tragédia, uma história de amor, poder e traição”, acredita. Para a ambientação do espaço cênico a diretora preferiu não utilizar um cenário de gabinete. E buscou referências na pintura: “Quis um espaço em que se brinca com a perspectiva. Por isso recorri a Piranesi que viveu em época próxima da que se passa a trama” explicou. Tosca estreou em 1900, mas sua história se passa em 1800. Giovanni Battista Piranesi morreu em 1778. “Vamos unir projeção, impressão (telão) e o tridimensional. Todos os elementos essenciais para o desenho de emoção que os personagens carregam”, revela.
A ópera
Baseada na peça homônima de Victorien Sardou, a ópera Tosca, de Giacomo Puccini e libreto de Luigi Illica e Giuseppe Giacosa, estreou em 1900, em Roma, e no mesmo ano saiu em turnê mundial, com passagem pelo Brasil. O assessor artístico Bruno Furlanetto assinala o dado histórico: “O carioca teve o privilégio de assistir a uma das primeiras apresentações da ópera ainda em 1900, no Teatro Lírico, interpretada por Emma Carelli no papel-título, poucos meses depois da estreia mundial em Roma”.
1º Ato
Angelotti, um prisioneiro político em fuga, entra na igreja Sant’Andrea della Valle para se esconder na Capela dos Attavanti. Assim que ele desaparece, um sacristão entra cantando o Ângelus. O pintor Mario Cavaradossi está trabalhando no retrato de Maria Madalena, inspirado na Marquesa Attavanti, irmã de Angelotti, que Mario havia visto na igreja. Mario compara a beleza de sua amante, a cantora lírica Floria Tosca, com a de Magdalena (Recondita armonia). O sacristão murmura desaprovação e sai.
Angelotti sai do esconderijo e é reconhecido por Mario, seu amigo e simpatizante da causa liberal, que lhe dá comida e o ajuda a se esconder quando ouve a voz de Tosca, chamando-o. Ela entra e, enciumada, reconhece a marquesa, de olhos azuis, na pintura. Ela pede que ele pinte os olhos de negro, como os dela. Ele reafirma seu amor por Tosca (Qual’ occhio al mondo). Quando ela se vai, Mario tira Angelotti de seu esconderijo e oferece sua casa. Um tiro de canhão anuncia que a polícia descobriu a fuga. Vestido com as roupas de mulher que sua irmã deixara escondida na igreja, Angelotti foge com Mario.
Enquanto isso o sacristão retorna com meninos do coro, felizes porque corre a notícia da derrota de Napoleão. Em comemoração, haverá uma festa no Palácio Farnese, onde Tosca cantará. A alegria é silenciada com a entrada do Barão Scarpia, chefe de polícia, à procura de Angelotti. Quando Tosca retorna à igreja, Scarpia, desconfiado de que o pintor ajuda o fugitivo, mostra-lhe o leque da marquesa, encontrado no local, insinuando que ela e Mario estão juntos. Tomada pelo ciúme, Tosca chora e jura vingança, deixando a igreja. Scarpia manda seus homens a seguirem, certo de que encontrará o esconderijo de Angelotti (Va, Tosca!).
2º Ato
No Palácio Farnese, Scarpia antecipa o sádico prazer de ter Tosca à mercê de sua vontade (Ha piu forte sapore). Seu espião Spoletta retorna sem ter encontrado Angelotti. Para acalmar o Barão, ele traz Mario, que é interrogado enquanto Tosca é ouvida cantando durante o baile de gala no andar inferior. Ela chega a tempo de ver o pintor sendo levado a um cômodo próximo e ouve dele o pedido para que não conte o que sabe. Mas nervosa com o interrogatório de Scarpia e com o os gritos de seu amante sob tortura, ela não resiste e revela o esconderijo de Angelotti. Neste momento, Sciarrone entra às pressas e anuncia a vitória de Napoleão na Batalha de Marengo, uma derrota para os interesses de Scarpia. Mario ouve e grita em comemoração à notícia (Vittoria!) e é levado à prisão.
Scarpia então propõe a Tosca que se entregue a ele em troca da vida de Mario, que está condenado à morte. Ele tenta beijá-la, mas ela o repele e, desolada, roga a Deus sem entender o que acontece, já que tem vivido só para a arte e o amor (Vissi d’arte vissi d’amore). Spoletta interrompe para avisar que Angelotti, acuado, se matara ante sua recaptura. Tosca então, para não perder seu amor, cede à proposta de Scarpia, que, em nome da promessa feita, combina com Spoletta, diante de Tosca, uma execução simulada. Ele então se senta para escrever um salvo-conduto para o casal, a pedido de Tosca. Neste momento, ela vê uma faca sobre a mesa e o apunhala. Ela acende duas velas junto ao corpo e coloca um crucifixo sobre o peito de Scarpia, levando consigo o documento.
3º Ato
Os sinos da igreja tocam ao amanhecer, enquanto Mario aguarda sua execução no Castelo Sant’Angelo. Em troca do anel que lhe restou, Cavaradossi pede que lhe deixem escrever um último bilhete para Tosca com suas memórias de amor (E lucevan le stelle). Tosca chega e lhe conta o que aconteceu e da promessa da execução simulada, pedindo que finja sua morte de forma convincente. Mario acaricia as delicadas mãos que assassinaram Scarpia (O dolci mani) e os dois, felizes, planejam o futuro. Cavaradossi é levado e os soldados atiram. Quando se vão, Tosca corre na direção de Mario e pede que se levante. Ela então se dá conta de que o fuzilamento foi real e que Scarpia a enganara. Ao ouvir os gritos dos homens de Scarpia que a perseguem pelo assassinato recém-descoberto, Tosca foge e, encurralada no terraço do Castelo Sant’Angelo, exclama “Perante Deus, Scarpia”, saltando para a morte.
Tosca pelo maestro Silvio Viegas
A música de Tosca é um dos melhores exemplos de criatividade, inventividade e técnica composicional. Puccini consegue transportar para a música todo o drama vivido por cada um de seus personagens. Cada sentimento, seja ele magnânimo, perverso, corajoso, desabonador, é transformado em música da mais alta qualidade. Mas não somente a qualidade melódica ou harmônica dessa ópera é que faz dela única. A escrita de Puccini, ao elaborar temas ou mesmo pequenos motivos para cada situação do drama e as transformações que esses mesmos temas ou motivos sofrem durante a narrativa cênica, é reveladora de uma visão absoluta da unidade entre música e cena. O interessante é que, mesmo que o ouvinte não se atenha a esses detalhes, eles acabam trazendo uma familiaridade que faz com que a compreensão musical e dramática seja extremamente prazerosa para quem quer que seja.
Outros artistas
Orquestra Sinfônica e Coro do Theatro Municipal
Direção e concepção cenográfica: Carla Camurati
Iluminação: Lauro Escorel
Figurinos: Cica Modesto
Os revezamentos
Tosca: Sondra Radvanovsky (11, 14 e 18) e Eiko Senda (13, 17 e 19)
Cavaradossi: Thiago Arancam (11, 14 e 18) e Riccardo Massi (13, 17 e 19)
Scarpia: Juan Pons (11, 14 e 18) e Lício Bruno (13, 17 e 19)
Angelotti: Carlos Eduardo Marcos
Sacristão: Eduardo Amir
SERVIÇO
Theatro Municipal do Rio de Janeiro
Praça Floriano, s/nº – Centro
Dias 11 e 18 de setembro às 17h.
Dias 13, 14, 17 e 19 de setembro às 20h.
Ingressos:
Plateia e balcão nobre ………………………………… R$ 84,00
Balcão superior …………………………………………. R$ 60,00
Galeria …………………………………………………….. R$ 25,00
Frisas e camarotes (6 lugares) …………………….. R$ 504,00
Desconto de 50% para estudantes e idosos
Classificação etária: Livre
Informações: (21) 2332-9191 / 2332-9005
Ticketronic: 21 3344-5500 ou site www.ticketronic.com.br
Fonte: http://www.movimento.com/
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