DIVULGAÇÃO

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Primeira montagem de A Valquíria, de Richard Wagner, a ser produzida no país com uma equipe de criação totalmente brasileira.
O espetáculo, com cerca de cinco horas de duração, que estreia em 17 de novembro no Theatro Municipal de São Paulo, tem direção cênica de André Heller-Lopes, direção musical e regência de Luiz Fernando Malheiro, cenários de Renato Theobald, figurinos de Marcelo Marques e desenho de luz de Fábio Retti. A Orquestra Sinfônica Municipal e solistas de alto nível emprestam maior solenidade a este drama musical de Richard Wagner, uma das óperas mais grandiosas de todos os tempos.
Para o diretor cênico André Heller-Lopes, “é relevante fazer um clássico dessa envergadura com um olhar novo. É a primeira vez que um diretor brasileiro encena a ópera e optei por reler a temática universal da obra de Wagner através de uma estética brasileira, sobretudo em cenários e figurinos, sem alterar, é claro, o drama musical criado pelo genial compositor cuja temática central são as relações humanas, do homem com Deus, do homem com o poder”.
A Valquíria tem elenco internacional: o brasileiro Martin Mühle é Siegmund; a escocesa Lee Bisset (dias 17, 21 e 25) e a japonesa Eiko Senda (dias 19 e 23) se revezam no papel de Sieglinde; o americano Gregory Reinhart é Hunding; a americana Janice Baird é Brünnhilde; o alemão Stefan Heidemann é Wotan e a brasileira Denise de Freitas é Fricka.
Oito cantoras brasileiras têm papéis de destaques interpretando as Valquírias: Mônica Martins (Gerhilde), Maíra Lautert (Ortlinde), Keila de Moraes (Waltraute), Laura Aimbiré (Schwertleite), Veruschka Mainhard (Helmwige), Lídia Schäffer (Siegrune), Adriana Clis (Grimgerde) e Elayne Casehr (Rossweisse).
O Maestro Malheiro e o diretor cênico Heller-Lopes já participaram de montagens anteriores de A Valquíria: Malheiro regeu a obra no Festival Amazonas de Ópera em 2002, além de ter dirigido a primeira produção brasileira do ciclo O Anel de Nibelungo, em 2005, nas duas oportunidades com direção cênica de Aidan Lang.
André foi assistente de direção do inglês Keith Warner, famoso por suas grandes produções wagnerianas, na montagem estrelada por Placido Domingo, apresentada em 2005 no Covent Garden, em Londres.
Em São Paulo, A Valquíria foi encenada anteriormente por companhias estrangeiras nas décadas de 1920 e 1950, nas duas oportunidades no Theatro Municipal.

André Heller-Lopes diretor cênico e cenógrafo
andre 220 “A Valquíria”, de Wagner, no Municipal de SP
André Heller-Lopes
Ganhador por dois anos consecutivos do Prêmio Carlos Gomes de Melhor Diretor Cênico de Ópera, o carioca André Heller-Lopes é dono de uma trajetória ímpar no Brasil. Espetáculos como o Diário do Desaparecido e Savitri (CCBB-SP e DF) foram apontados como “um dos espetáculos do ano” (Jornal O Globo). Já Ariadne em Naxos, no Municipal de São Paulo, foi considerado “... impactante, simples, arrojado e bem-humorado” (Folha de S.Paulo) e “demonstra ser possível inovar com bom senso e bom gosto” (O Estado de S. Paulo).
PhD pelo Kings College, de Londres, André é professor do Departamento Vocal da Escola de Música da UFRJ e, em 2003, tornou-se coordenador de ópera da Prefeitura do Rio. Trabalhou na San Francisco Opera, Metropolitan Opera, de Nova York, no Royal Opera House, de Londres, e no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa. Dos seus compromissos futuros, destaca-se a estreia brasileira de A Midsummer’s Night Dream, projeto ganhador do Britten 100 Award e que será coproduzido pela OSESP e pelo Teatro Nacional de São Carlos.

Luiz Fernando Malheiro – regente
luiz fernando malheiro 220 “A Valquíria”, de Wagner, no Municipal de SP
Luiz Fernando Malheiro
Reconhecido pela crítica como um dos principais nomes da ópera no Brasil, Malheiro tem em seu repertório mais de 50 títulos. É diretor artístico e regente titular da Orquestra Amazonas Filarmônica e do Festival Amazonas de Ópera. Foi também diretor de ópera no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Vencedor do Prêmio Carlos Gomes como melhor Regente de Ópera (2009) e Universo da Ópera (2000 e 2005), Malheiro dirigiu a primeira montagem brasileira do Anel do Nibelungo, de Wagner.
Regeu no Festival de Ópera de La Coruña e espetáculos frente à Orquestra Sinfônica de Roma, Sinfônica de Miami, Sinfônica do Teatro Olímpico de Vicenza, Sinfônica de Bari, Filarmônica Marchigiana, Sinfônica da Ópera Nacional de Sófia, Sinfônica de Porto Rico, Sinfônica da Galícia e a Sinfônica Castilha e Leon, do Teatro de Bellas Artes de Bogotá, do Teatro de Bellas Artes do México e no Teatro Del Libertador de Córdoba, na Argentina.
No Brasil, regeu a Municipal de São Paulo, a Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a Sinfônica Brasileira, a OSESP, a Sinfônica de Minas Gerais e a Sinfônica da Bahia. Estudou composição com J. Targosz, na Polônia, e com R. Dionisi, na Itália. Estudou com Tullio Colacioppo, no Brasil, K. Missona, na Polônia, L. Bernstein, em Roma, F. Leitner, em Siena, e C. M. Giulini, em Milão.

A VALQUÍRIA – (Die Walküre), de Richard Wagner (1813 – 1883)
Dividida em três atos, esta é a segunda obra do ciclo O Anel dos Nibelungos, baseado em lendas nórdicas, e estreou em 1870. A saga sublime em quatro óperas, desenhada por Wagner, com seus heróis em fúria, sua profundidade musical, dramática e psicológica, que começa com O Ouro do Reno, com um anel mágico sendo forjado, tem aqui o segundo momento. Por um lado se narra a história de Siegmund e Sieglinde e, por outro, a de Wotan e sua filha, a valquíria Brunhilde.
1o. Ato
Enquanto a tempestade estrondeia, Siegmund, o Valsung, exausto de ser perseguido na floresta pelos inimigos, encontra por acaso uma estranha casa como abrigo. Sieglinde descobre o estranho descansando ao lado da lareira e os dois sentem uma imediata atração. Mas eles logo são interrompidos pelo marido de Sieglinde, Hunding, que pergunta ao estranho quem ele é.
Chamando a si mesmo de “Woeful” (Miserável), Siegmund conta sua vida repleta de dissabores, só para perceber que Hunding é um parente de seus inimigos. Hunding, antes de retirar-se, diz a seu hóspede para defender-se pela manhã. Deixado só, Siegmund chama por seu pai, Walse, e pede a espada que ele lhe prometera. Sieglinde reaparece, tendo dado a Hunding uma poção para adormecê-lo. Ela conta sobre seu casamento, quando um estranho nunca visto enterra uma espada em uma árvore, que desde então, resiste a todos os esforços para ser retirada: Sieglinde confessa sua infelicidade para Siegmund; neste momento ele a abraça ardentemente e jura que a libertará de seu casamento forçado com Hunding.
Quando o luar invade o recinto, Sieglinde compara o seu sentimento como o casamento do Amor e da Primavera. Sieglinde aclama-o como a “Primavera” mas pergunta se seu pai era realmente “Wolf” (Lobo) como ele antes dissera. Quando Siegmund dá o nome de seu pai como Walse, em vez de Wolf, Sieglinde enlevada reconhece-o como Siegmund, seu irmão gêmeo. O Valsung agora retira a espada da arvore e declara Sieglinde como sua noiva, rejubilando-se na união dos Valsungs.
2o. Ato
No alto das montanhas, Wotan, o líder dos deuses, fala para sua filha guerreira, Brünnhilde, que ela deve defender seu filho mortal, Siegmund. Partindo alegremente para cumprir sua ordem, a Valquíria deixa de notar a aproximação de Fricka, a esposa de Wotan e deusa do casamento. Fricka insiste em que ele deva defender os direitos do casamento de Hunding contra Siegmund, ignorando a relevância do argumento de Wotan de que Siegmund poderia salvar os deuses resgatando o Ouro do Reno do dragão Fafner antes que os anões Nibelungos o recuperem.
Quando Wotan compreende que ele foi pego em sua própria armadilha – seu poder o deixará se ele não impuser a lei – concorda com o pedido de sua esposa. Após Fricka partir triunfante, o frustrado deus fala para Brünhilde, que retorna, sobre o roubo do ouro do Reno e a maldição de Alberich sobre ele. Brünnhilde se choca ao ouvir seu pai, seus planos em ruínas, e a ordem de lutar por Hunding. Então sozinha na escuridão, ela se retira quando Siegmund e Sieglinde se aproximam.
Siegmund consola a desesperada jovem que se sente indigna dele, e vela por ela quando cai adormecida. Brünnhilde aparece para ele como em uma visão, dizendo que ele, brevemente, partirá para o Valhalla, mas quando ele diz que não quer deixar Sieglinde e que trama matar-se e a sua noiva se sua espada não tiver poder contra Hunding, ela decide ajudá-lo apesar da ordem de Wotan. Ela desaparece. Siegmund dá adeus á Sieglinde quando ouve a aproximação do desafiante Hunding. Entretanto, quando Siegmund está a ponto de vencer, Wotan aparece e parte sua espada, deixando-o ser morto por Hunding.
Brünnhilde foge com Sieglinde e a espada partida. Wotan, em tons frios e desdenhosos dirige-se a Hunding, ordenando-lhe que parta dali para se ajoelhar diante de Fricka. Uma vaga de desprezo parte das mãos do deus e Hunding tomba morto no chão. Explode no peito de Wotan a cólera contra a desobediente Brunhilde e ele parte à sua procura.
3o Ato
Na Rocha das Valquírias, as oito irmãs guerreiras de Brünnhilde, que se reúnem lá rapidamente, transportando os heróis tombados para o Valhalla, ficam surpresas por vê-la entrar com Sieglinde. Quando ouvem que ela está fugindo da ira de Wotan, temem escondê-la. Sieglinde é tomada por desespero até Brünnhilde dizer-lhe que ela conceberá um filho de Siegmund. Ansiosa por ser salva, ela recebe as peças da espada de Brünnhilde e estaticamente agradece seu resgate e foge para a floresta para esconder-se próxima à caverna de Fafner, um lugar seguro contra Wotan.
Quando o deus aparece, sentencia Brünnhilde a tornar-se uma mulher mortal, silenciando os pedidos de suas irmãs ao ameaçar fazer o mesmo com elas. Deixada sozinha com seu pai, Brünnhilde clama que, ao desobedecer às suas ordens, estava realmente fazendo o que ele desejava. Wotan não cede; ela deve permanecer adormecida e o homem que a encontrar e acordar a receberá por esposa.
Mas como sua raiva diminui ela pede o favor de ser circundada no seu sono por uma muralha de fogo que somente um bravo herói possa transpor. Ambos sentem que este herói deverá ser a criança que Sieglinde conceberá. Tristemente renunciando a sua filha, Wotan beija os olhos de Brünnhilde, dormindo como mortal, antes de chamar Loge, o espírito do fogo, para envolver a rocha. Quando as chamas se elevam, Wotan invoca um encantamento, proibindo a rocha para qualquer um que tema sua lança.
Texto do Festival de Ópera de Manaus de 2005
Fonte: http://www.movimento.com/

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