DIVULGAÇÃO- O MORCEGO DE STRAUSS NO TMSP

Opereta em três atos de Johann Strauss II, com a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Lírico.
morcego-1-600-OK
A mais popular e representativa das operetas vienenses, O Morcego, de Johann Strauss filho, estreou em 1874 no Theater an der Wien, e desde então é sucesso universal, montada com frequência nas principais casas de ópera do mundo. Bem humorada, maliciosa, divertida – e cantada em português -, O Morcego – Die Fledermaus, encerra a temporada de grandes produções do Theatro Municipal de São Paulo, em seu ano de centenário e de reinauguração após o restauro, com cinco récitas entre 9 e 14 de dezembro.
A direção cênica e cenografia são de William Pereira. A direção musical e regência da Orquestra Sinfônica Municipal são do Maestro Abel Rocha, diretor artístico do Theatro Municipal de São Paulo, que diz “O Morcego coroa a programação de 2011 do Municipal marcada pela diversidade de estilos, origens, concepções cênicas e musicais, um reflexo da diversidade da própria cidade de São Paulo.”

Elenco
- Rosana Lamosa (dias 9 e 11) e Carmen Monarcha (dias 10, 12 e 14) vivem Rosalinde;
- Fernando Portari (dias 09 e 11) e Juremir Vieira (dias 10, 12 e 14) interpretam Gabriel von Eisenstein;
- Edna D´Oliveira (dias 9 e 11) e Gabriella Pace (dias 10, 12 e 14) são Adele;
- Regina Elena Mesquita vive o Príncipe Orlofsky;
- Rubens Medina é Alfred;
- Leonardo Neiva (dias 9 e 11) e Douglas Hahn (dias 10, 12 e 14) interpretam o Dr. Falke;
- Inácio De Nonno é Frank;
- Paulo Queiroz é Dr. Blind;
- Carla Cottini é Ida
- Fúlvio Stefanini Jr. é Ivan
- Ator Fulvio Stefanini vivendo o papel de Frosch.
O libreto de Karl Haffner e Richard Genée, com base na peça Le Réveillon, de Henri Meilhac e Ludovic Halévy, foi traduzido para o português por William Pereira. Ainda na equipe de criação, Olintho Malachias assina os figurinos, Paulo Goulart Filho é responsável pela coreografia e Domingos Quintilhano pela iluminação.


Em contraste com produções anteriores, essa encenação não é de época, pois tem sua ação passada na atualidade. O diretor cênico William Pereira diz: “Quando Strauss estreou Die Fledermaus em Viena, a ação se passava naquele período, naqueles dias de esplendor do Império Austro-Húngaro, e sua intenção – como em toda comédia – era traçar um retrato da sociedade de então e, sob certo prisma, satirizá-la, criticá-la. E esta é a razão principal para este O Morcego do Theatro Municipal de São Paulo não ser uma “montagem de época”, ser ambientado nos dias atuais: cenários, personagens, atitudes e ironias são nossos contemporâneos e devem ser vistos sem qualquer distanciamento histórico. A intenção maior é resgatar os clichês e críticas ao “aqui e agora”, e de certa forma a sensação que teve o público da estréia em 1874, ao ver-se refletido no palco.”

Para o diretor musical e regente Abel Rocha, “Em outubro de 2010, mesmo antes de assumir a direção artística da casa, fui convidado pelo Theatro Municipal a reger “O Morcego” e logo de início meu desejo, junto com o diretor William Pereira, foi de demonstrar a junção de história e estilos próprios de uma opereta. Entre os séculos XVIII e XIX, tanto a ópera como a opereta eram espetáculos de imenso apelo popular. A estrutura musical desse gênero, de tão eficiente, foi mantida e reproduzida ao longo da história, e hoje está presente tantos nos espetáculos de teatro musical, quanto em desenhos animados para cinema. As operetas agregavam à música tradicional aquilo que havia de mais moderno, promovendo um envolvimento rápido e direto com o seu público. Se a partitura de O Morcego tivesse sido escrita em 1800, teria sido chamada de opera buffa, se o fosse durante o século XX, seria um musical. O que reforça seu caráter popular e cômico. Nessa obra, tradicionalmente, no segundo ato, inserem-se números musicais os mais diversos. Nós também preparamos uma surpresa, que reflete essa flexibilidade que geralmente uma ópera “séria” não permite.”

O crítico Clóvis Marques, em texto para o programa do espetáculo, diz: “O Morcego é uma das raras operetas, ao lado da Viúva alegre, de Franz Lehár (1905), a atravessar a fronteira algo artificial entre os dois gêneros, um supostamente mais “sério” que o outro. A temática aparentemente frívola, sobre pano de fundo de comentário social e indiretas políticas, as melodias dançantes e o inconfundível perfume borbulhante da música e da orquestração a tornaram um sucesso universal. Mas essa presença constante nos palcos até hoje se deve também à riqueza dos subtextos de O Morcego e dos arquétipos com que mexe – arquétipos sociais e psicológicos da civilização burguesa ocidental, que favorecem “atualizações” cênicas como esta a que assistiremos no Teatro Municipal de São Paulo.

O MorcegoPelo diretor William Pereira
Ao final de O Morcego, solistas e coro cantam: “Viver apenas de prazer…” Esta é a síntese dessa opereta. Um mundo regido pelo prazer, embriaguez e fugacidade.
Ao atualizar a opereta para essa montagem, criou-se uma intersecção entre História e estória, ou História e libreto, com todas as liberdades e adaptações que uma obra como essa solicita. Reproduzir o século XIX no palco poderia resultar em exercícios de maneirismos, decorativismos e enfraquecimento de sua força crítica. A comédia é sempre imediata, direta, fluente e necessita de uma empatia imediata com a plateia, principalmente numa opereta traduzida para o português.
Baseado numa peça de Meilhac e Halèvy, Le Réveillon, o típico vaudeville francês, O Morcego é repleto de confusões, encontros e desencontros, adultérios e vinganças tardias. O amigo humilhado que anos depois resolve vingar um vexame, o bullying causado pelo outro amigo. Aqui a máxima “A vingança é um prato que se come frio” é literal e “leitmotiv” de toda a ação cênica. A encenação não cria uma narrativa paralela. Apenas apimenta, ironiza, preenche com malícia o que no libreto, até por razões de censura da época, é subliminar.
Para essa transposição para os dias atuais, as referências maiores são o visual de shows de grandes astros do universo pop, a moda, clichês urbanos, histórias em quadrinhos e night clubs, que estão presentes no imaginário popular, na mídia de uma sociedade que celebra o prazer, o fugaz e o descartável como seus símbolos máximos.
No segundo ato, nas cenas de festa, como é tradição nas montagens dessa opereta, foi composta especialmente uma partitura que aproxima a opereta do musical americano, mostrando a opereta como “antepassada” dos musicais que tanto sucesso fazem hoje. Um embate entre a ópera, a opereta e a Broadway. Nesta festa, há uma verdadeira “carnavalização”, com todos os valores morais subvertidos, troca de papeis sociais, a obsessão permanente do charme e da sedução e os tênues limites que separam o entretenimento absoluto da obra de arte.
No terceiro ato há a participação especial do grande ator Fúlvio Stefanini como Frosh, o carcereiro bêbado, num momento de pura comédia. O canto cede espaço ao texto em momentos clownescos, chaplinianos.
É essa mistura de gêneros, ritmos, texto e música, humor, gags e malícia, que fazem o encanto maior de obras como O Morcego. E como diz o Príncipe Orlofsky, anfitrião do segundo ato: “Adoro misturas heterodoxas. Dão sempre ótimas festas”.

SERVIÇO

Theatro Municipal
Praça Ramos de Azevedo, s/n°
Dias 09.12 (sexta), 12.12 (segunda) e 14.12 (quarta) às 21h.
Dia 10 (sábado), às 20h.
Dia 11, domingo, às 17h.
Ingressos: R$ 70,00, R$ 40,00 e R$ 15,00.
Funcionamento da Bilheteria: 2ª a 6ª, das 10h às 19h, ou até o início do espetáculo. Sábados, domingos e feriados, das 10h às 17h, ou até o início do espetáculo.
Bilheteria: 11.3397-0327 – http://www.teatromunicipal.sp.gov.br/)
Vendas pela Internet: http://www.ingressorapido.com.br/prefeitura%20e%2011.4003%202050
Classificação etária: livre, recomenda-se a partir dos sete anos
Ar Condicionado – Acesso para portadores de necessidades especiais – Café
Fonte: http://www.movimento.com/

Comentários

Postagens mais visitadas