OSUSP , ENCERRAMENTO DE TEMPORADA NA SALA SÃO PAULO- 04/12/2011.
A tarde do dia 04/12 encerrou de forma brilhante a temporada da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo. Conduzida pela competente maestrina Ligia Amadio, a OSUSP interpretou ao longo do ano obras complexas de compositores do repertório clássico. Mahler, Rachmaninoff, Sibelius, Beethoven e Tchaikovsly entre outros e não esquecendo os compositores brasileiros, como Villa-Lobos, Marcos Padilha, Camargo Guarnieri e Almeida Prado. Repertório eclético, apresentações musicais de qualidade e o interesse nos compositores nacionais fizeram o público lotar quase todos os eventos.
Ligia Amadio
A bela abertura de ópera Russlan e Ludmila de Glinka abriu a apresentação, música que agrada a todos, peça orquestral famosa nas salas de concerto com aplausos garantidos.
A alteração no programa teve um ar desapontamento, estava previsto o magnífico Concerto para piano e orquestra número 3 de Sergei Rachmaninoff. Um dos mais belos e soberbos concertos para piano e orquestra já composto. Segundo os especialistas no instrumento, um dos mais difíceis para o solista. No seu lugar tivemos o famoso Concerto para piano e orquestra número 3 de Beethoven. A OSUSP tirou de letra, uma sonoridade típica de Beethoven, sentimentos expressos em cada nota, uma clareza nos andamentos e toda a sutilidade do compositor alemão. O Concerto para piano e orquestra número 3 não possui a majestosidade de seu irmão mais famoso, o número 5. Para se sobressair o solista precisa tocar com emoção, colocar a alma nas mãos. O pianista Luiz Carlos de Moura Castro fez uma interpretação simplista e burocrática da peça. Não comoveu nem a senhora de 80 anos que estava ao meu lado, faltou a carga emocional e a densidade que o Concerto exprime e exige. Tocou com o freio de mão puxado.
Depois do intervalo tivemos a obra de Villa-Lobos , Magnificat-Alleluia para solista (Mezzo-soprano) coro e orquestra. Música grandiosa, envolvente e comovente. O enorme coro da Universidade de São Paulo (CoralUSP) encheu a sala com belas vozes. O mezzo-soprano Adriana Clis mostrou uma voz pequena, travada na região média e um timbre sem brilho. Vi Adriana Clis cantar diversas vezes, seu potencial é infinitamente maior que o apresentado nesse concerto, uma tarde infeliz para a cantora.
Villa-Lobos
A obra Te Deum para solista (Soprano e Baixo) Coro e Orquestra de Dvorak fechou a programação. O soprano Claudia Riccitelli mostrou voz com timbre sedutor. Voz luminosa repleta de agudos brilhantes e graves portentosos. Uma grande cantora que se envolveu plenamente em um pequeno papel. Lício Bruno fez sua voz grave e escura, esbanjou potência , perfeita para a necessidade do papel. O CoralUSP se atrapalhou no intercâmbio entre as vozes masculinas e femininas, apresentou bela e grande sonoridade. A OSUSP atuou com sonoridade limpa, em volume correto que em nenhum momento encobriu solistas e coro.
Uma boa temporada é feita de grandes concertos. Esse ano assisti a grandes apresentações da OSUSP na Sala SP. Espero que o belo trabalho tenha sequência e que ano que vem tenhamos novamento grandes concertos, com Ligia Amadio no comando .
Ali Hassan Ayache
Ligia Amadio
A bela abertura de ópera Russlan e Ludmila de Glinka abriu a apresentação, música que agrada a todos, peça orquestral famosa nas salas de concerto com aplausos garantidos.
A alteração no programa teve um ar desapontamento, estava previsto o magnífico Concerto para piano e orquestra número 3 de Sergei Rachmaninoff. Um dos mais belos e soberbos concertos para piano e orquestra já composto. Segundo os especialistas no instrumento, um dos mais difíceis para o solista. No seu lugar tivemos o famoso Concerto para piano e orquestra número 3 de Beethoven. A OSUSP tirou de letra, uma sonoridade típica de Beethoven, sentimentos expressos em cada nota, uma clareza nos andamentos e toda a sutilidade do compositor alemão. O Concerto para piano e orquestra número 3 não possui a majestosidade de seu irmão mais famoso, o número 5. Para se sobressair o solista precisa tocar com emoção, colocar a alma nas mãos. O pianista Luiz Carlos de Moura Castro fez uma interpretação simplista e burocrática da peça. Não comoveu nem a senhora de 80 anos que estava ao meu lado, faltou a carga emocional e a densidade que o Concerto exprime e exige. Tocou com o freio de mão puxado.
Depois do intervalo tivemos a obra de Villa-Lobos , Magnificat-Alleluia para solista (Mezzo-soprano) coro e orquestra. Música grandiosa, envolvente e comovente. O enorme coro da Universidade de São Paulo (CoralUSP) encheu a sala com belas vozes. O mezzo-soprano Adriana Clis mostrou uma voz pequena, travada na região média e um timbre sem brilho. Vi Adriana Clis cantar diversas vezes, seu potencial é infinitamente maior que o apresentado nesse concerto, uma tarde infeliz para a cantora.
Villa-Lobos
A obra Te Deum para solista (Soprano e Baixo) Coro e Orquestra de Dvorak fechou a programação. O soprano Claudia Riccitelli mostrou voz com timbre sedutor. Voz luminosa repleta de agudos brilhantes e graves portentosos. Uma grande cantora que se envolveu plenamente em um pequeno papel. Lício Bruno fez sua voz grave e escura, esbanjou potência , perfeita para a necessidade do papel. O CoralUSP se atrapalhou no intercâmbio entre as vozes masculinas e femininas, apresentou bela e grande sonoridade. A OSUSP atuou com sonoridade limpa, em volume correto que em nenhum momento encobriu solistas e coro.
Uma boa temporada é feita de grandes concertos. Esse ano assisti a grandes apresentações da OSUSP na Sala SP. Espero que o belo trabalho tenha sequência e que ano que vem tenhamos novamento grandes concertos, com Ligia Amadio no comando .
Ali Hassan Ayache
Eu também adorei o concerto!
ResponderExcluirAs peças finais para coro foram lindas, teve até Adeste Fidelis como bis.
O que você quis dizer com 'CoralUsp se atrapalhou com o intercâmbio entre as vozes maculinas e femininas'?
Abraço.