THEATRO MUNICIPAL DO RIO DE JANEIRO ADIA INÍCIO DE TEMPORADA. ARTIGO DE LEONARDO MARQUES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

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  Transferência para maio visa preservar os equipamentos do Theatro, que foram atingidos por poeira e fumaça do desabamento dos 3 prédios próximos.



A direção do Theatro Municipal do Rio de Janeiro decidiu transferir a abertura da Temporada 2012, do mês de março para maio, devido ao desabamento de três edifícios na Rua Treze de Maio e na Travessa Manuel de Carvalho.
Embora não tenha sofrido danos estruturais – fato ratificado por fontes diversas –, alguns destroços chegaram a invadir o Theatro.  Poeira e fumaça atingiram todo o palco, incluindo seus elevadores, varas e equipamentos eletrônicos.  Já o Anexo do Municipal teve parte da fachada e a bilheteria destruídas.
Segundo nota oficial da Assessoria de Imprensa da casa, técnicos de diversos sistemas que operam o Theatro estiveram quinta e sexta-feira no local para avaliar a situação dos equipamentos operacionais.  Entretanto, a existência de algum comprometimento no maquinário só poderá ser realmente determinada depois de encerrados os trabalhos de resgate e remoção de destroços na região, previstos para durarem até dois meses.
De acordo com o maestro Silvio Viegas, Diretor Artístico do Municipal, só então será possível realizar a devida higienização nos aparelhos do teatro, reconstruir a bilheteria e a fachada do Anexo e, se necessário, substituir e/ou consertar equipamentos.  É possível que também seja necessário corrigir a estrutura do Anexo, dependendo da avaliação da Defesa Civil, de forma a garantir a segurança de todos.
Ainda segundo Viegas, com quem falei neste sábado por telefone, o Theatro realizará ajustes na sua programação própria para este ano, que deve ser divulgada durante o mês de fevereiro.  Antes da tragédia, a programação estava prevista para ser divulgada no fim desta semana que passou ou no começo da próxima.
A Orquestra Petrobras Sinfônica, que já havia anunciado sua temporada e até iniciado a venda de assinaturas, deverá também efetuar ajustes em sua programação, alterando-a ou cancelando concertos (duas apresentações estavam previstas para março e abril, incluindo a ópera Piedade, de João Guilherme Ripper).  Torçamos para que a orquestra consiga reprogramá-la ainda para esta temporada.
Tudo seria mais fácil se a cidade tivesse outros equipamentos adequados à apreciação de música sinfônica e ópera que pudessem receber os eventos que, durante dois meses, não poderão ser realizados no Municipal.  No entanto, a Sala Cecília Meireles continua em reforma, e a inauguração definitiva da Cidade das Artes (antiga Cidade da Música) parece uma novela interminável.  Será que a Prefeitura do Rio, que demonstra ser incapaz de realizar as fiscalizações necessárias à segurança da população (bueiros que explodem; restaurante com instalação de gás inadequada que também explode; prédios que desabam, etc… etc…), vai tomar jeito e colocar aquele elefante branco para funcionar?
Eduardo Paes pode ter suas razões ao criticar algumas ações de seu antecessor, César Maia, que não teve competência para concluir a obra durante seu mandato, mas ao cuidar da Cidade das Artes do jeito que cuida, o atual prefeito iguala-se ao anterior em termos de incompetência, já que, quase completando seu atual mandato, também foi incapaz de colocar aquele equipamento, então quase pronto, para funcionar.  No que diz respeito à Cidade da Artes, a única coisa que Eduardo Paes fez foi trocar o nome do empreendimento.  Os dois políticos são ou não são, farinha do mesmo saco?

Leonardo Marques

Fonte: http://www.movimento.com/

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