DIVULGAÇÃO: SÃO PAULO CIA DE DANÇA
São Paulo Companhia de Dança estreia duas obras em Piracicaba (SP)
Estreia mundial da montagem de Rodrigo Pederneiras para a SPCD, Bachiana nº1, e estreia nacional de Ballet 101, de Eric Gauthier, acontecem em Piracicaba (SP) no mês de março
Um mês após retornar de sua turnê europeia, a São Paulo Companhia de Dança, criada em 2008 e mantida pelo Governo do Estado de São Paulo, estreia duas obras na cidade de Piracicaba (SP): Bachiana nº1, criada especialmente para a SPCD pelo renomado coreógrafo brasileiro Rodrigo Pederneiras; e Ballet 101, remontagem do canadense Eric Gauthier. O programa ainda contará com Gnawa, de Nacho Duato, presente no repertório da Companhia desde 2009 (mais detalhes sobre as obras abaixo). As apresentações acontecerão nos dias 31 de março, às 21h, e 1° de abril, às 18h, no Teatro Municipal Dr. Losso Netto.
A entrada será gratuita em prol do Fundo Social de Solidariedade do Município de Piracicaba e os ingressos devem ser trocados na bilheteria do teatro por 1 litro de leite ou 1 lata de leite em pó na véspera ou duas horas antes do espetáculo.
“Pela primeira vez, abrimos a temporada inédita da Companhia em uma cidade do interior”, afirma o Secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo. “As apresentações da SPCD em outras cidades do Estado são mais um passo rumo a um dos objetivos da Secretaria, que é levar cultura de qualidade a quem não tem acesso, por estar distante da Capital”, completa.
A Companhia leva também para a cidade seus projetos educativos e de formação de plateia: Palestra para o Professor, no dia 29 de março; Espetáculo Aberto para Estudantes, no dia 30 de março e Oficina para Bailarino – Técnica de Balé Clássico, que acontece no dia 1º de abril. Todas as atividades são gratuitas e serão realizadas no próprio teatro.
SOBRE AS OBRAS
Bachiana nº1 (2012) Estreia
de Rodrigo Pederneiras
Inspirado pelas Bachianas Brasileiras nº 1, de Heitor Villa-Lobos, Rodrigo Pederneiras criou para a São Paulo Companhia de Dança uma obra homônima, na qual a dança responde a estrutura íntima da música. A obra, dividida em três movimentos, evidencia a brasilidade, o romantismo e a paixão do nosso povo. Para o coreógrafo, “é um balé abstrato e apaixonado. Os instrumentos que sucedem cada parte da música já traduzem o gesto por si”, e dessa afinação entre som e movimento surge a obra que ganha acentos particulares no corpo de cada intérprete. Nesse balé pode-se ver a linguagem característica desse grande coreógrafo da dança brasileira, e também nuances de uma criação específica para bailarinos de uma companhia de repertório, na qual a versatilidade dos intérpretes traz novos acentos à linguagem de Pederneiras.
Rodrigo Pederneiras nasceu em Belo Horizonte, Minas Gerais. Estudou com grandes nomes da dança, entre eles: Oscar Araiz, Isabel Santa Rosa, Hugo Travers, Ilse Wiedmann, Aldo Lotufo, Freddy Romero, Tatiana Leskova, Gustavo Mollajoli, Hector Zaraspe, Jane Blauth. Atuou como bailarino fo Grupo Corpo de 1976 a 1980, e em 1978, assumiu o cargo de coreógrafo residente da Companhia. De sua relação natural com a música, nasceu então um profícuo processo criativo, dando origem a várias obras, tais como Cantares (1978), Sonata (1984), Missa do Orfanato (1989), 21 (1992), Nazareth (1993), Sete ou Oito Peças para um Ballet (1994), Bach (1996), Lecuona (2004), Breu (2007), Imã (2009), Sem Mim (2011). Já coreografou para o Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, o Ballet do Teatro Guaíra, o Balé da Cidade de São Paulo e a Companhia de Dança de Minas Gerais, Deutsche Oper Berlin (Alemanha), Ballet Gulbenkian (Portugal), Les Ballets Jazz de Montreal (Canadá), Stadttheater Saint Gallen (Suíça) e Opéra du Rhin (França).
Ballet 101 (2006) Estreia
de Eric Gauthier
Ballet 101, de Eric Gauthier é um solo de oito minutos que brinca com a dança clássica. A partir das cinco posições do balé, o coreógrafo narra outras 96 possíveis variantes em referência a coreógrafos e balés consagrados. Na primeira parte da obra ele as demonstra, e na segunda, cria uma sequência que as combina de forma randômica. O coreógrafo recebeu o prêmio de público e crítica da International Competition for Choreographers, em Hannover, Alemanha, em 2008. A São Paulo Companhia de Dança é a primeira companhia brasileira a dançar uma obra de Gauthier.
Eric Gauthier nasceu em Montreal, Canadá. Começou sua formação na escola do Les Grands Ballets Canadiens e na sequência passou pela National Ballet School, em Toronto. Foi aprendiz do National Ballet of Canada, sob a direção artística de Reid Anderson. Em 1996, quando Anderson assumiu a direção do Stuttgart Ballet, Gauthier foi convidado por ele para integrar o corpo de baile. Anos depois foi nomeado demi-solista e depois solista. Trabalhou com nomes como Hans van Manen, John Neumeier, Jirí Kyliàn, Nacho Duato, Paul Lightfoot, Uwe Scholz e James Kudelka. Ganhou representativade na cena contemporânea como intérprete das obras de William Forsythe, dançando cinco de seus balés. Começou a coreografar em 2005 e desde 2007 é diretor da Gauthier Dance, companhia de dança residente do Theaterhaus Stuttgart.
Gnawa (2005)
de Nacho Duato
Gnawa, presente em repertório da São Paulo Companhia de Dança desde março de 2009, é de autoria do consagrado criador Nacho Duato e é inspirada no universo étnico e religioso de uma confraria mística muçulmana do norte da África. De origem sub-saariana, os gnawas incorporam cantos às suas práticas espirituais, e Duato adotou, como base da coreografia, canções dessa comunidade. Gnawa dá continuidade à pesquisa do coreógrafo iniciada em Mediterranea, que assinala um interesse do espanhol pelos ritmos ancestrais da região. Gnawa como muitas das criações de Duato, busca um equilíbrio entre o clássico e o contemporâneo, como entre o local, o particular (no caso, a cultura mediterrânea) e o universal, as questões simbólicas que renovadamente propõe a arte.
Nacho Duato nasceu em Valência, Espanha, em 1957. Em sua formação, que começou aos 18 anos, passou por três importantes escolas: primeiro a Rambert School (em Londres, Inglaterra), depois a Mudra School de Maurice Béjart (em Bruxelas, Bélgica) e por fim a Alvin Ailey American Dance Centre (em Nova York , EUA). Como bailarino, ingressou em 1980 no Cullberg Ballet (em Estocolmo, Suécia) e, em 1981, no Nederlands Dans Theater (em Haia, Holanda). Nesta companhia começou a coreografar em 1983, ano em que Jardí Tancat , sua primeira obra, ganhou o prêmio principal no Concurso Coreográfico Internacional de Colônia, Alemanha. Em 1988, juntamente com o diretor artístico Jiří Kylián e Hans Van Manen, tornou-se coreógrafo residente do Nederlands Dans Theater. Desde então, criou obras que lhe renderam um crescente reconhecimento internacional, com prêmios, elogios públicos e a incorporação de suas coreografias ao repertório de algumas das principais companhias do mundo, como Cullberg Ballet, Les Grands Ballets Canadiens, Balé da Ópera de Berlim, Australian Ballet, San Francisco Ballet, Ballet Gulbenkian, Royal Ballet, American Ballet Theatre e Balé da Ópera de Paris. Dirige, desde 1990, a Compañía Nacional de Danza, a principal da Espanha, cargo que ocupará até julho de 2010. Hoje, Duato é um dos mais importantes artistas da dança mundial, com uma obra que revela um interesse no equilíbrio entre questões formais e culturais, entre a arte a vida, assim como entre o rigor técnico clássico e as rupturas contemporâneas.
Remontagem
Tony Fabre, francês de Nantes, iniciou sua formação no Conservatório Nacional da cidade. Seus estudos prosseguiram em Liège e Bruxelas, Bélgica. Em 1981, Fabre ingressou no Germinal Casado’s Karlsruhe Ballet tendo partido, em 1983, para dançar como solista no Ballet du XXeme Siécle de Maurice Béjart. Seis anos depois, ocupou o posto de primeiro bailarino do Sadler´s Wells Royal Ballet de Londres, Inglaterra. No ano seguinte, ocupou a mesma posição no Basler Ballet, de Basel (Suíça). Em 1991, ingressou como primeiro bailarino convidado na Compañía Nacional de Danza, onde permaneceu por seis anos – período no qual criou duas peças para a Oficina Coreográfica da companhia. Desde 1997, Fabre atua como assistente coreográfico e como remontador/ensaiador de obras de Nacho Duato em companhias por todo o mundo. Em 1999 Tony Fabre foi convidado a ser co-diretor artístico, de um novo projeto, a Compañía Nacional de Danza 2. Hilde Koch nasceu na cidade basca de Donostia. Filha de importantes fotógrafos de origem alemã, escolheu a arte do movimento como sua forma de expressão. Estudou no Conservatório Superior de Dança de Donostia desde os 9 anos, com Peter Brown, Águeda Sarasua, entre outros. Completou sua formação na Escola do Stuttgart Ballet, companhia onde debutou profissionalmente, sob direção de John Cranko e Márcia Haydée, em 1973. Em 1981, sob direção de William Forsythe, ingressou no Frankfurt Ballet, onde permaneceu por dez anos (excluindo o período de um ano durante o qual trabalhou com Uwe Scholz no Balé de Zurique, Suíça). Hoje é ensaiadora e remontadora de obras de Nacho Duato e professora independente do estilo de William Forsythe. É, desde 1999, membro do Conselho Reitor dos Teatros da Comunidade Valenciana.
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