DO INFERNO AOS CÉUS EM TRÊS COREOGRAFIAS. SÃO PAULO CIA DE DANÇA NO SESC VILA MARIANA/SP
A São Paulo Cia de Dança abriu a temporada de 2012 nos palcos de São Paulo com três coreografias: Uma obra inédita e composta especialmente para a companhia por Rodrigo Pederneiras , Bachiana número um. Uma remontagem do coreografo Erick Gauthier , Ballet 101 e Supernova, coreografia presente no repertório da Cia desde 2011 de Marco Goecke.
Ballet 101
A apresentação do dia 13/04/2012 mostrou eficiência na qualidade técnica de seus bailarinos , uma constante em suas apresentações. O problema foi a escolha de Ballet 101 como coreografia da Cia. A ideia de brincar com a dança clássica a partir das cinco posições do balé chegando a um total de mais 96 variantes pode ser interessante, mas não convence. Nem cômica, nem trágica, só banal. Oito minutos onde o bailarino Diego de Paula tentou interagir com uma gravação que pede a ele que faça isso ou aquilo é uma chateação aos ouvidos. Conheço todo o repertório da Cia e Ballet 101 não acompanha o nível de qualidade das demais coreografias. Prateleira nela, essa merece ser esquecida por estas terras e voltar ao frio ártico canadense.
Supernova
Em Supernova o jovem coreógrafo alemão Marco Goecke inventa moda. Passos frenéticos, rápidos como a vida nas grandes cidades, são misturados a diversos elementos. Luz, fogo e pequenas pedras atiradas no palco expressam cenicamente energia e contraposição. Isso é a teoria, na prática temos movimentos estranhos que provocam o espectador. Vemos o contemporâneo do contemporâneo da dança. Segundo as diretoras da Cia, esse tipo de coreografia enriquece a técnica dos bailarinos. Concordo com a diretoria, eles usam movimentos fora da rotina. Os mais conservadores vão achar bobagem , os moderninhos vão delirar.
Bachiana número um
Rodrigo Pederneiras mostrou todo seu talento em Bachaiana número um, o competente coreografo mineiro abusou dos passos sensuais em um longo Pas de Deux, primorosamente executado pelos bailarinos Luiza Lopes e Samuel Kavalerski . A força da música de Villa-Lobos unida a movimentos intensos, muitas vezes rápidos e excitantes, mostram o poder supremo da dança. Luz, figurino e música se harmonizam em uma grande atmosfera romântica. Grande trabalho, Bachiana número um merece ser apresentada em todos os teatros brasileiros, vai espalhar sensualidade e romantismo pelo Brasil, coisa que não temos visto muito ultimemente.
Ali Hassan Ayache
Sr.Ali o senhor dança? Ok, entendi.
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