ANA MARIA MARTÍNEZ E OSB-ÓTIMO CONCERTO NO MUNICIPAL. CRÍTICA DE LEONARDO MARQUES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Soprano porto-riquenha exibe sua técnica precisa em trechos de zarzuelas.
Nesta sexta-feira, 06 de julho, a Orquestra Sinfônica Brasileira abriu a versão 2012 de sua já tradicional Série Ônix, sob a regência de seu titular Roberto Minczuk, tendo como solista a soprano porto-riquenha Ana María Martínez. O programa oferecia, além de peças sinfônicas, trechos de zarzuelas, gênero lírico-dramático espanhol que mescla passagens musicais com outras faladas, muito próximo da opereta. O Palácio de la Zarzuela era o nome de um pavilhão de caça nas cercanias de Madrid, onde as primeiras obras deste gênero foram encenadas – daí derivando o nome pelo qual esta manifestação artística passou a ser popularmente conhecida.
Ana Maria Martínez possui uma voz de belo timbre, calcada em ótima técnica que lhe proporciona excelente projeção e agilidade. É muito bom estar diante de uma soprano que, além dos esperados agudos, também se faz bastante audível nas regiões média e grave de sua tessitura. Não apenas uma musicista de nível, a bela Martínez exibiu um gestual muito expressivo que deu uma pequena amostra do que deve ser esta artista na cena lírica, seja em uma ópera ou em alguma zarzuela.
Foi um prazer ouvi-la nas cinco passagens previstas no programa: La penetera, da zarzuela La Marchenera, de Federico Moreno Torroba; a expressiva Qué te importa que no venga (romanza de Rosa), de Los Claveles, de José Serrano; a exuberante Carceleras, solo de Luisa em Las Hijas del Zebedeo, de Ruperto Chapí; e depois do intervalo a canção De España vengo, de El Niño Judío, de Pablo Luna; e En un país de fábula, a romanza da protagonista Marola da zarzuela La Tabernera del Puerto, de Pablo Sorozábal.
Justamente muito aplaudida, Ana María Martínez concedeu dois números extras: para ganhar o público de vez, atacou a famosa ária O mio babbino caro, da ópera Gianni Schicchi, de Giacomo Puccini, que recebeu interpretação precisa; e encerrou sua apresentação com a repetição de Carceleras, de Chapí.
A OSB, que acompanhou a soprano com correção, teve três números solos na mesma noite. Abriu o concerto com o poema sinfônico Don Juan, Op. 20, de Richard Strauss. Depois de um início claudicante, tudo se acertou e o conjunto brilhou, especialmente as cordas e as madeiras. Depois do intervalo, ouvimos a estreia mundial de Domingando em Itambé – Fantasia para Orquestra, peça comissionada ao compositor pernambucano Raimundo Penaforte, presente na plateia. Obra leve, que segundo explicação do regente, retrata um domingo na praia de Itambé, em Pernambuco, foi bem recebida pelo público nesta primeiríssima audição.
Para encerrar a noite, ouvimos uma excelente interpretação da deliciosa Suíte O Cavaleiro da Rosa, na qual o próprio Richard Strauss, compilou os principais temas de sua maravilhosa ópera homônima. Roberto Minczuk conduziu com segurança sua orquestra, que nos ofereceu uma sonoridade luminosa, em especial no tema da rosa. Merecem especial destaque os solos de oboé de Alexandre Bocalari e Jorge Postel Pavisic, espalhados por várias peças do concerto.
PS: Por e-mail, a Assessoria de Imprensa da OSB informa que, em reunião realizada na última semana, o Conselho Curador da Fundação OSB, presidido por Eleazar de Carvalho Filho, implementou um novo cargo de liderança na Instituição. A partir deste mês, Ricardo Levisky, que até então era diretor de Negócios, Marketing e Comunicação da FOSB, passa a ser Superintendente Geral. Levisky será responsável pela coordenação de todos os departamentos da FOSB, incluindo as diferentes diretorias, em interlocução direta com a Presidência.
Leonardo Marques
Formado em Letras com pós-graduação em Língua Italiana. Frequentador assíduo de concertos e óperas. Participou de cursos particulares sobre ópera.
Fonte: http://www.movimento.com/
Nesta sexta-feira, 06 de julho, a Orquestra Sinfônica Brasileira abriu a versão 2012 de sua já tradicional Série Ônix, sob a regência de seu titular Roberto Minczuk, tendo como solista a soprano porto-riquenha Ana María Martínez. O programa oferecia, além de peças sinfônicas, trechos de zarzuelas, gênero lírico-dramático espanhol que mescla passagens musicais com outras faladas, muito próximo da opereta. O Palácio de la Zarzuela era o nome de um pavilhão de caça nas cercanias de Madrid, onde as primeiras obras deste gênero foram encenadas – daí derivando o nome pelo qual esta manifestação artística passou a ser popularmente conhecida.
Ana Maria Martínez possui uma voz de belo timbre, calcada em ótima técnica que lhe proporciona excelente projeção e agilidade. É muito bom estar diante de uma soprano que, além dos esperados agudos, também se faz bastante audível nas regiões média e grave de sua tessitura. Não apenas uma musicista de nível, a bela Martínez exibiu um gestual muito expressivo que deu uma pequena amostra do que deve ser esta artista na cena lírica, seja em uma ópera ou em alguma zarzuela.
Foi um prazer ouvi-la nas cinco passagens previstas no programa: La penetera, da zarzuela La Marchenera, de Federico Moreno Torroba; a expressiva Qué te importa que no venga (romanza de Rosa), de Los Claveles, de José Serrano; a exuberante Carceleras, solo de Luisa em Las Hijas del Zebedeo, de Ruperto Chapí; e depois do intervalo a canção De España vengo, de El Niño Judío, de Pablo Luna; e En un país de fábula, a romanza da protagonista Marola da zarzuela La Tabernera del Puerto, de Pablo Sorozábal.
Justamente muito aplaudida, Ana María Martínez concedeu dois números extras: para ganhar o público de vez, atacou a famosa ária O mio babbino caro, da ópera Gianni Schicchi, de Giacomo Puccini, que recebeu interpretação precisa; e encerrou sua apresentação com a repetição de Carceleras, de Chapí.
A OSB, que acompanhou a soprano com correção, teve três números solos na mesma noite. Abriu o concerto com o poema sinfônico Don Juan, Op. 20, de Richard Strauss. Depois de um início claudicante, tudo se acertou e o conjunto brilhou, especialmente as cordas e as madeiras. Depois do intervalo, ouvimos a estreia mundial de Domingando em Itambé – Fantasia para Orquestra, peça comissionada ao compositor pernambucano Raimundo Penaforte, presente na plateia. Obra leve, que segundo explicação do regente, retrata um domingo na praia de Itambé, em Pernambuco, foi bem recebida pelo público nesta primeiríssima audição.
Para encerrar a noite, ouvimos uma excelente interpretação da deliciosa Suíte O Cavaleiro da Rosa, na qual o próprio Richard Strauss, compilou os principais temas de sua maravilhosa ópera homônima. Roberto Minczuk conduziu com segurança sua orquestra, que nos ofereceu uma sonoridade luminosa, em especial no tema da rosa. Merecem especial destaque os solos de oboé de Alexandre Bocalari e Jorge Postel Pavisic, espalhados por várias peças do concerto.
PS: Por e-mail, a Assessoria de Imprensa da OSB informa que, em reunião realizada na última semana, o Conselho Curador da Fundação OSB, presidido por Eleazar de Carvalho Filho, implementou um novo cargo de liderança na Instituição. A partir deste mês, Ricardo Levisky, que até então era diretor de Negócios, Marketing e Comunicação da FOSB, passa a ser Superintendente Geral. Levisky será responsável pela coordenação de todos os departamentos da FOSB, incluindo as diferentes diretorias, em interlocução direta com a Presidência.
Leonardo Marques
Formado em Letras com pós-graduação em Língua Italiana. Frequentador assíduo de concertos e óperas. Participou de cursos particulares sobre ópera.
Fonte: http://www.movimento.com/
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