O CREPÚSCULO DOS DEUSES NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO.
APRESENTA
O CREPÚSCULO DOS DEUSES
Götterdämmerung
Datas: 12, 14, 17, 19, 23 e 25 de agosto de 2012
O Crepúsculo dos Deuses, a última parte da tetralogia de O Anel de Nibelungo, nesta primeira montagem criada totalmente por brasileiros, sublinha a “alvorada” do Theatro Municipal de São Paulo no circuito nacional e internacional ao realizar novas produções de clássicos consagrados, como esta aclamada obra-prima de Richard Wagner, dividida em quatro óperas: O Ouro do Reno, A Valquíria, Siegfried e O Crepúsculo dos Deuses.
Novamente com Luiz Fernando Malheiro, na direção musical e regência, e André Heller-Lopes, na concepção e direção cênica – ambos responsáveis pela celebrada apresentação de A Valquíria, em novembro de 2011, e por toda a tetralogia que se completará até 2015 –, o retumbante O Crepúsculo dos Deuses reunirá no palco, ao longo de suas cinco horas de duração, um elenco internacional também de fôlego à frente de cerca de 300 artistas.
Com a Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Lírico, a ópera, que esteve nos palcos do Theatro Municipal de São Paulo pela última vez em 1959, traz estrelas como a soprano Eliane Coelho, a primeira brasileira a cantar Brünnhilde, o tenor John Daszak (Siegfried), que acaba de se apresentar, em Billy Budd, no Metropolitan em Nova York - além do Covent Garden e La Scala. Junto deles, o baixo americano radicado em Paris Gregory Reinhart, elogiado como "Hunding" em A Valquíria, volta como o mefistofélico vilão Hagen; e os premiados brasileiros Denise de Freitas, o meiossoprano que foi a incandescente Fricka de A Valquiria, Leonardo Neiva e Homero Velho (barítonos), Claudia Riccittelli (soprano) e Pepes do Valle (baixo). Completam o elenco Janette Dornellas, Lídia Schaffer, Keila Moraes (Nornas), Flávia Fernandes, Maira Lautert, Laura Aimbiré (Filhas do Reno) e um elenco de 30 atores.
Para O Crepúsculo dos Deuses, assim como para todas as quatro óperas que compõem o O Anel de Nibelungo, André Heller-Lopes criou pioneiramente o drama dos deuses wagnerianos sob a ótica da cultura brasileira com sua riqueza de influências europeias, africanas ou indígenas. Uma visão de um Brasil urbano e folclórico, de religiões e mitos variados, criada em parceria com Marcelo Marques (figurinos), Renato Theobaldo (cenários) e Fabio Retti (desenho de luz), que todavia afasta-se do risco de estereótipos redutores da brasilidade. Segundo o diretor, o primeiro brasileiro a dirigir O Crepúsculo desde a estreia da ópera em 1876 (Bayreuth), essa cultura hoje é feita de várias facetas: “somos indígenas, africanos e europeus; somos o futebol, as baianas do samba, Carmem Miranda e a ópera”. Para ele, esta mistura não é menos inventiva do que a que Wagner nos oferece em O Anel de Nibelungo, pois é esta universalidade contida na mistura que o interessa.
Em O Crepúsculo dos Deuses, o encenador retoma alguns elementos cênicos de A Valquíria, como os espelhos, os símbolos europeus resignificados pelo folclore brasileiro, além de recortes de cenários anteriores. “Os ex-votos, por exemplo, antes objetos de fé, passam a ocupar o lugar de objetos de arte”, comenta o diretor. Homenagem ao cinema brasileiro, com referência a clássicos dos anos 20, como Limite e São Paulo, Sinfonia da Metrópole, e o sincretismo total em figurinos de iaôs retratadas por Pierre Verger são alguns dos novos recursos cênicos da versão brasileira.
O Anel de Nibelungo
A música e o libreto de O Anel de Nibelungo foram escritos por Wagner ao longo de 26 anos, entre 1848 e 1874. As quatro óperas O Ouro do Reno (Das Rheingold), A Valquíria (Die Walküre), Siegfried e Crepúsculo dos Deuses (Götterdämmerung) totalizam 15 horas de espetáculo (três mil setecentas e cinqüenta páginas de música).
Baseada na mitologia nórdica, a obra tem origem em três lendas medievais Edda (poemas noruegueses antigos), Volsunga Saga (lenda islandesa do século XIII) e A Canção dos Nibelungos (conjunto de poemas medievais alemães), esta última inspira completamente O Crepúsculo dos Deuses. O drama de todo o ciclo incia-se com o roubo do ouro do Reno por um nibelungo (Alberich). Com esse ouro o anão forja um anel capaz de lhe atribuir poderes sobre todos os seres. A trama se desenvolve pela busca incessante do poder pelos deuses e pelos nibelungos, até a recuperação do outro e do anel pelas filhas do Reno.
O Crepúsculo dos Deuses
A ópera em três atos mostra a caminhada de Sigfried e Brünnhilde ao encontro da morte, levando com eles os deuses e todo o mundo antigo.
Decidido a tomar posse do anel, Hagen, meio-irmão do Rei Gunther, leva Siegfried a tomar uma poção que o faz esquecer seu passado e se apaixonar por Gutrune, irmã do Rei. Antes do matrimônio, Gunther consegue persuadir Siegfried a ir buscar Brünhilde, com quem este pretende se casar. Com o coração partido, Brünhilde acusa publicamente Siegfried de traição e decide se vingar, revelando a vulnerabilidade dele a Hagen.
As 3 ninfas, filhas do Rio, aconselham Siegfried a se desfazer do anel, pois esse pode lhe custar a vida. Durante uma partida de caça, Hagen entrega uma nova poção que faz com que Siegfried recupere sua memória. Hagen aproveita do instante no qual Siegfired está profundamente absorvido pelas recordações de sua amada e o mata.
Neste momento, as filhas do Reno já contaram toda a verdade para Brünnhilde que ordena que seja construída uma fogueira fúnebre para o herói. Ela morre junto com ele, levando consigo o anel. As chamas aumentam de intensidade e o Rio transborda para apagar o incêndio. As Ninfas recuperam o anel e arrastam Hagen para as profundezas do Reno. Enquanto as filhas do Rio dançam e riem com o anel, o Valhalla é destruído. É o fim dos deuses. Um novo mundo pode nascer na terra.
O Crepúsculo dos Deuses (Götterdämmerung)
12 dom 16h, 14 ter 18h, 17 sex 18h, 19 dom 16h, 23 qui 18h e 25 sab 16h (duração total com intervalos 6horas) Ópera de Richard Wagner Orquestra Sinfônica Municipal e Coral Lírico Luiz Fernando Malheiro – direção musical e regência André Heller-Lopes – concepção e direção cênica Renato Theobaldo – cenografia Marcelo Marques - figurinos
Fábio Retti - desenho de luz
Elenco: Brünnhilde – Eliane Coelho (soprano) Siegfried – John Daszak (tenor) Gunther – Leonardo Neiva (dias 12, 14, 17 e 19) e Homero Velho (dias 23 e 25) (barítonos) Gutrune – Cláudia Riccittelli (soprano) Alberich – Pepes do Valle (baixo) Hagen – Gregory Reinhart (baixo) Waltraute – Denise de Freitas (meiossoprano)
Nornas – Janette Dornellas, Lídia Schaffer, Keila Moraes
Filhas do Reno – Flávia Fernandes, Maira Lautert, Laura Aimbiré
Sugestão de faixa etária: acima de 12 anos Ingressos: R$ 100, 60 e 40
Theatro Muncipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Telefone: 3397-0300
Bilheteria: 3397-0327
Meu Deus, quem aguenta assistir a uma ópera com seis horas de duração? Tipo de programa feito para um nicho bem restrito e que não tem a menor preocupação em atrair um novo público para a ópera - e detalhe: envolvendo dinheiro público (no caso, municipal). É o mesmo que usar verba pública para organizar uma festinha privê para meia dúzia pessoas. Seria cabível se tivéssemos uma programação constante e intensa de óperas na cidade, mas nem o feijão com arroz se monta aqui. Inteligente tem sido o Theatro São Pedro, que vem cumprindo muito bem essa função junto ao público. Depois, não sabem por que o André Rieu atrai multidões e ainda ficam com raiva dele...
ResponderExcluirVc nao foi feliz no coméntario! Sim, esta produção pode ser para um público restrito, mas a verba municipal tem sido usada, também, para o público em massa, vejamos as viradas cultural e esportivas.
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