O ELENCO JOVEM DA ÓPERA L'ELISIR D'AMORE. THETRO SÃO PEDRO, 01 DE JULHO DE 2012. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Theatro São Pedro-foto Internet
A audição feita no Theatro São Pedro tempos atrás não foi em vão. Serviu para descobrir e dar chance a novos talentos da lírica nacional. Grandes teatros brasileiros perderam o costume de fazer audições, escalam seus elencos com cantores tarimbados ou trazem de fora. Os novatos ficam sempre esperando um milagre, uma chance de cantar e começar uma carreira. É cômodo aos diretores fazer isso, audição dá um trabalho danado.
Nomeado de "elenco jovem" pela direção do teatro, este teve a chance de cantar uma ópera completa com orquestra , cenários e tudo mais. A estreia dos jovens foi deveras interessante, alguns com chances de crescimento e outros nem tanto.
Cena L'Elisir D'amore, foto Internet.
O tenor Thiago Soares sentiu a pressão e o peso de cantar uma ópera, o rapaz esteve nervoso em quase toda a apresentação. Seu Nemorino mostrou uma voz pequena e desafinada em diversas passagens. Seus agudos pouco apareceram e quando o fizeram estiveram opacos. Faltou consistência em diversos trechos, um tenor que atua bem e com a experiência adquirida nessa récita pode crescer.
Rosana Schiavi vem da terra do tango e do futebol de raça, a argentina mostrou uma voz simples e nada interessante. O timbre é agradável, escuro e os agudos um pouco forçados. Nada que justificasse a vinda da moça ao Brasil, por aqui temos jovens sopranos que fazem mais e melhor. Um soprano convencional.
Walter Neiva em ensaio do L'elisir D'amore-Foto Internet.
Pronto esta o barítono Michel de Souza, o rapaz mostrou consistência em uma voz recheada de belos graves. Timbre vigoroso e uma excelente técnica. Atuação impecável como o sargentão Belcore, um barítono que vai fazer história em nossos palcos. O Dulcamara de Marcio Marangon apresentou uma voz com agilidade e graves acentuados. Timbre forte e elevado, um charlatão mais que engraçado, incorporou o personagem com precisão.
Outra que vai longe é o soprano Débora Dib, possuidora de belo timbre com agudos claros e brilhantes. Sua pequena participação como Gianetta mostra que a moça tem futuro , pela voz melodiosa e pela interpretação cênica. Belo soprano.
Leitores adoram pegar no pé, no meu nem se fala. Na récita de estreia, dia 26 de Junho, escrevi que distribuíram bem-casados em nome de Nemorino e Adina aos espectadores. Uma leitora atenta que se intitula Jaqueline (na internet é fácil ser anônimo e descer a lenha em quem escreve com o nome verdadeiro) chama a atenção para o fato de não serem bem casados e sim amêndoas confeitadas. Eu , sinceramente , recebi o mimo e nem abri, a aparência era de bem-casado e essa era a intenção .
Bem-casado-Foto Internet.
Outro fator que os leitores levem em conta é a quantidade de aplausos, relacionam os aplausos a qualidade do cantor, se isso fosse uma verdade todos no Brasil seriam Pavarotti ou Domingo. Brasileiro adora aplaudir, subiu em palco e fez qualquer coisa as palmas estão garantidas. Brasileiro aplauda a qualquer hora, um segundinho de pausa no meio de uma ária e os mais afoitos estão batendo palmas eufóricas. Aplauso não é sinônimo de grande cantor.
A iniciativa de colocar a garotada pra cantar e sentir na pele o que é uma ópera completa é louvável , mais um tiro certeiro da direção do teatro. Espero que essa ação continue e o pequeno e aconchegante teatro da Barra Funda seja um celeiro de grandes cantores.
Ali Hassan Ayache
A audição feita no Theatro São Pedro tempos atrás não foi em vão. Serviu para descobrir e dar chance a novos talentos da lírica nacional. Grandes teatros brasileiros perderam o costume de fazer audições, escalam seus elencos com cantores tarimbados ou trazem de fora. Os novatos ficam sempre esperando um milagre, uma chance de cantar e começar uma carreira. É cômodo aos diretores fazer isso, audição dá um trabalho danado.
Nomeado de "elenco jovem" pela direção do teatro, este teve a chance de cantar uma ópera completa com orquestra , cenários e tudo mais. A estreia dos jovens foi deveras interessante, alguns com chances de crescimento e outros nem tanto.
Cena L'Elisir D'amore, foto Internet.
O tenor Thiago Soares sentiu a pressão e o peso de cantar uma ópera, o rapaz esteve nervoso em quase toda a apresentação. Seu Nemorino mostrou uma voz pequena e desafinada em diversas passagens. Seus agudos pouco apareceram e quando o fizeram estiveram opacos. Faltou consistência em diversos trechos, um tenor que atua bem e com a experiência adquirida nessa récita pode crescer.
Rosana Schiavi vem da terra do tango e do futebol de raça, a argentina mostrou uma voz simples e nada interessante. O timbre é agradável, escuro e os agudos um pouco forçados. Nada que justificasse a vinda da moça ao Brasil, por aqui temos jovens sopranos que fazem mais e melhor. Um soprano convencional.
Walter Neiva em ensaio do L'elisir D'amore-Foto Internet.
Pronto esta o barítono Michel de Souza, o rapaz mostrou consistência em uma voz recheada de belos graves. Timbre vigoroso e uma excelente técnica. Atuação impecável como o sargentão Belcore, um barítono que vai fazer história em nossos palcos. O Dulcamara de Marcio Marangon apresentou uma voz com agilidade e graves acentuados. Timbre forte e elevado, um charlatão mais que engraçado, incorporou o personagem com precisão.
Outra que vai longe é o soprano Débora Dib, possuidora de belo timbre com agudos claros e brilhantes. Sua pequena participação como Gianetta mostra que a moça tem futuro , pela voz melodiosa e pela interpretação cênica. Belo soprano.
Leitores adoram pegar no pé, no meu nem se fala. Na récita de estreia, dia 26 de Junho, escrevi que distribuíram bem-casados em nome de Nemorino e Adina aos espectadores. Uma leitora atenta que se intitula Jaqueline (na internet é fácil ser anônimo e descer a lenha em quem escreve com o nome verdadeiro) chama a atenção para o fato de não serem bem casados e sim amêndoas confeitadas. Eu , sinceramente , recebi o mimo e nem abri, a aparência era de bem-casado e essa era a intenção .
Bem-casado-Foto Internet.
Outro fator que os leitores levem em conta é a quantidade de aplausos, relacionam os aplausos a qualidade do cantor, se isso fosse uma verdade todos no Brasil seriam Pavarotti ou Domingo. Brasileiro adora aplaudir, subiu em palco e fez qualquer coisa as palmas estão garantidas. Brasileiro aplauda a qualquer hora, um segundinho de pausa no meio de uma ária e os mais afoitos estão batendo palmas eufóricas. Aplauso não é sinônimo de grande cantor.
A iniciativa de colocar a garotada pra cantar e sentir na pele o que é uma ópera completa é louvável , mais um tiro certeiro da direção do teatro. Espero que essa ação continue e o pequeno e aconchegante teatro da Barra Funda seja um celeiro de grandes cantores.
Ali Hassan Ayache
Ali, Boa tarde, no dia 06 de julho irei assistir a ópera pela segunda vez com o "elenco jovem", espero que a ansiedade da 1ª récita deles seja superada no dia 6.
ResponderExcluirRealmente devemos dar chance a novos cantores para que eles possam se desenvolver e não há nada melhor que o palco e o público.
Torço para que o Theatro São Pedro se torne uma casa de ópera de referência no Brasil e tenhamos todos os anos uma temporada repleta de óperas mostrando sempre o melhor do canto lírico nacional.
A ópera na minha opinião é a soma da música com o teatro representando uma ríquissima forma de arte que engrandece a alma daqueles que a apreciam.
Música sem dúvida nenhuma, na minha humilde opinião, é a mais nobre de todas as artes. Ela representa o ápice de toda a cultura ocidental e daqui a 1000 séculos certamente será lembrada.
É muita arrogância culpar uma leitora atenta por um erro que foi seu. E ainda ficar fazendo birra sobre anonimato na internet.
ResponderExcluirViva o Teatro São Pedro!
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