"PELLÉAS ET MÉLISANDE" , DE DEBUSSY NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO.

Solistas, Coral Lírico Municipal e Orquestra Sinfônica Municipal interpretam a consagrada peça impressionista.
pelleas-2-600
Com o compromisso de reafirmar o seu espaço na cena lírica nacional e internacional, o Theatro Municipal de São Paulo produziu mais uma ópera consagrada, Pelléas et Mélisande, de Claude Debussy, com direção cênica de Iacov Hillel, cenários de Helio Eichbauer e direção musical e regência de Abel Rocha , diretor artístico da casa e regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal. Depois de realizar O Crepúsculo dos Deuses, o TMSP traz a intimista composição francesa, um contraponto à vertiginosa obra wagneriana. “Pensamos esta sequência justamente para destacar a diversidade de linguagens e oferecer um panorama rico da produção lírica, conceito que pauta a nossa programação”, explica o maestro.
Teatro cantado, no qual a música é intimamente ligada ao texto, Pelléas et Melisande levou dez anos para ser composta por Debussy. Para essa que é uma das mais importantes obras impressionistas, o diretor e o maestro brasileiros buscaram evocar visual e musicalmente as sutilezas desta ópera, de misteriosa atmosfera, estratificada por sentimentos humanos em suspensão.
Recursos essenciais, entre os quais projeções de detalhes retirados das telas de Claude Monet, compõem o cenário minimalista, idealizado a partir da luz. As suaves mudanças das imagens projetadas não devem ser percebidas pelo espectador. A concepção cênica vai deixar ainda um legado ao TMSP – um palco giratório. Segundo o diretor, a opção pelo palco giratório, além de trocar os locais da ação com poucos elementos, serve como símbolo do eterno retorno, onde o ciúme é a causa de tanta tragédia. “Na direção optei por mostrar a obra com todas as possibilidades de leitura que ela oferece”, afirma Iacov Hillel.
Com sete personagens, os três principais de Pelléas et Mélisande encarnam diferentes simbolismos. O tempo, a sabedoria da eternidade, está em Arkel (Sávio Sperandio), já o humano com sua impulsividade febril é representado por Golaud (Vincent Le Texier), enquanto a liberdade, etérea e angelical, é retratada por Melisande (Rosana Lamosa). Duas crianças – Giovani Prado e Marcelo Damasceno – participam do espetáculo. Além de atender à proposta original de Debussy, o convite aos pequenos solistas estimula os participantes de corais infantis a investirem em seu estudo musical e vocal, tão importante tanto para a formação de novos profissionais, quanto de futuros apreciadores da música lírica.
Pelléas et Melisande
Ópera em cinco atos de Claude Debussy (1862-1918)
Estreia: Opéra-Comique, Paris, 30 de Abril de 1902
A história se passa no mítico e fictício reino de Allemonde. O príncipe Golaud, neto do Rei Arkel, sai para caçar na floresta e se perde. Ao ouvir o som de um choro, ele encontra uma jovem misteriosa, Mélisande, que havia perdido sua coroa no rio, mas não desejava recuperá-la. Ele se apaixona perdidamente e a convence a voltar com ele para o castelo.
Geneviève, mãe de Golaud, lê para o velho Rei a carta que seu filho escreveu contando que se casara e pedindo perdão. Uma vez que Arkel perdoa o neto e permite que este retorne ao castelo, ele regressa com sua bela e ainda misteriosa esposa, que é recebida por Geneviève e Pélleas, meio-irmão de Golaud.
Pelléas leva Mélisande até a fonte dos cegos. A jovem começa a brincar com sua aliança e a derruba na fonte. De volta, quando seu marido a interroga sobre o anel, ela clama tê-lo perdido em uma caverna e este ordena que ela vá em busca da joia, acompanhada de Pélleas. Os dois começam a desenvolver uma ligação cada vez mais forte, que começa a chamar a atenção de Golaud. Desconfiado, o príncipe pede que seu filho, Yniold, vigie o jovem casal.
Uma noite, Golaud surpreende Pelléas e Mélisande juntos, justamente quando, finalmente, eles confessam seu amor um pelo outro. Louco de ciúmes, Golaud mata seu meio-irmão e passa a maltratar sua esposa grávida. Mélisande morre ao dar à luz uma pequena menina, deixando seu marido arrependido e sem saber a verdade.
Artistas envolvidos
- Orquestra Sinfônica Municipal e Coral Lírico
- Abel Rocha – direção musical e regência
- Iacov Hillel – direção cênica e iluminação
- Hélio Eichbauer – cenografia
- Cássio Brasil – figurinos
- Eliseu Cabral – Visagismo
- Binho Dias – Vídeo Mapping
Elenco
- Mélisande – Rosana Lamosa (soprano)
- Pelléas – Fernando Portari (tenor)
- Golaud – Vincent Le Texier (barítono)
- Geneviev – Kismara Pessatti (contralto)
- Arkel – Sávio Sperandio (baixo)
- Médico – Sergio Righini (baixo)
- Yniold – Giovani Prado e Marcelo Damasceno (em dias alternados)

SERVIÇO

Theatro Muncipal de São Paulo
Praça Ramos de Azevedo, s/nº
Telefone: 11 3397-0300
Dias 15, 17, 19 e 21.09, às 20h. e 23.09, às 17h.
Ingressos: R$ 100,00 – R$ 60,00 – R$ 40,00
Bilheteria: 3397-0327
ingressorapido.com.br

Fonte: http://www.movimento.com/

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas