DUAS CHATICES EM PROGRAMA DUPLO NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO. VOU ASSISTIR POR OBRIGAÇÃO.

THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO APRESENTA VIOLANTA E UMA TRAGÉDIA FLORENTINA

Com Felipe Hirsch e Orquestra Sinfônica Municipal sob a regência de Luís Gustavo Petri, as duas óperas ganham rara produção no Brasil
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Datas: 12, 13, 16, 18, 20 e 21 de outubro de 2012

O Theatro Municipal de São Paulo traz de volta ao universo da ópera o dramaturgo Felipe Hirsch e seus parceiros Daniela Thomas e Felipe Tassara, nesta nova produção nunca encenada em São Paulo, composta de programa duplo – Violanta (Teatro Nacional de Munique - 1916), de Erich Wolfgang Korngold (1897-1957), e Uma Tragédia Florentina (Ópera Estatal de Stuttgart - 1917), de Alexander Von Zemlinsky (1871-1942) –, depois de o trio ter realizado para casa, também na direção cênica e cenografia respectivamente, as celebradas O Castelo do Barba Azul (2006) e Rigoletto (2011), esta última em comemoração ao centenário do teatro paulistano.
Com a Orquestra Sinfônica Municipal e participação do Coral Lírico (em Violanta), sob a regência de Luís Gustavo Petri, que também assina a direção musical, o programa reúne, entre os cantores, as sopranos Céline Imbert, como Bianca (Uma Tragédia Florentina) e Eiko Senda, como Violanta; o tenor Martin Muehle atuando nas duas óperas, nos papéis de Guido Bardi (Uma Tragédia Florentina) e Don Alfonso (Violanta); e os barítonos Federico Sanguinetti interpretando Simone (Uma Tragédia Florentina) e Rodrigo Esteves, como Simone Trovai (Violanta).
Neste seu terceiro trabalho de tradição operística, Felipe Hirsch destaca a potência da dramaturgia em ambas as obras e o desafio de tornar cênicas a densidade, a dimensão emocional e ainda fazer refletir no palco a complexidade musical. Em Violanta, ópera composta por Korngold quando tinha apenas 17 anos, o dramaturgo brasileiro buscou intensificar o poder da música construir a encenação. Sobre Uma Tragédia Florentina, Hirsch ressalta a extrema teatralidade do libreto retirado de texto de Oscar Wilde.
As duas óperas, criadas em 1916 (Violanta) e 1917 (Uma Tragédia Florentina), se passam, respectivamente, em Veneza do século XV e em Florença do século XVI. Felipe Hirsch, nesta produção, diferentemente da atemporalidade recorrente em seus projetos, pela primeira vez, expressa e descloca o tempo, ao separar por cerca de 300 anos uma peça da outra. Em sua criação, Violanta acontece na Renascença e Uma Tragédia Florentina, no ano de 1979. Segundo o encenador, toda a luz será desenhada com projeção para criar um volume solto no palco, um espaço adensado pela violência e pela delicadeza ao mesmo tempo. “Enquanto estive mergulhado neste trabalho, não saiu da minha cabeça a imagem de La Donna Partigiana, uma escultura em Veneza com a figura de uma mulher caída - morta na guerra -, que submerge e emerge das águas, conforme o movimento das marés”, comenta.
O fato de as duas peças tradicionalmente serem encenadas juntas vai além da contemporaneidade dos compositores e de que, por indicação de Mahler, Zemlinsky ter sido professor de Korngold. Grande parte da produção operística gira em torno de traições, triângulos amorosos e tragédias e, este caso, não é diferente. Encenadas na Itália renascentista, os enredos são bastante parecidos – dois triângulos amorosos protagonizados por um marido traído chamado Simone em ambas as peças (barítono) e um amante da nobreza (tenor) – mas com finais diferentes e surpreendentes. Em termos musicais, apesar de não serem tão parecidas, ambas são bastante complexas e refletem bem a linha da ópera alemã do início do século XX, com fortes influências de Wagner, Mahler e Richard Strauss, apesar deste último ter sido um contemporâneo dos dois. À parte isso, Violanta dura cerca 1h10, enquanto Uma Tragédia Florentina tem pouco mais de 50 minutos, juntas, portanto, têm o tempo de uma ópera padrão.

Programa Duplo
12 sex 20h, 13 sab 20h, 16 ter 20h, 18 qui 20h, 20 sab 20h, 21 dom 17h
(duração total com 1 intervalo 2h20’)
“Violanta” 70’
Ópera de Erich Korngold
Orquestra Sinfônica Municipal e Coral Lírico
Luís Gustavo Petri – direção musical e regência
Felipe Hirsch – direção cênica
Daniela Thomas e Felipe Tassara – cenografia
Elenco:
Violanta – Eiko Senda (soprano)
Simone Trovai – Rodrigo Esteves (barítono)
Don Alfonso – Martin Muehle (tenor)
Giovanni Bracca – Paulo Queiroz (tenor)
Bice – Manuela Freua (soprano)
Barbara – Ednéia de Oliveira (meiossoprano)
Matteo – Thiago Soares (tenor)
Primeiro Soldado – Sergio Weintraub (tenor)
Segundo Soldado – Diógenes Gomes (barítono)
Primeira Criada – Elayne Caser (soprano)
Segunda Criada – Keila de Moraes (meiossoprano)
(intervalo de 20’)

“Eine Florentinische Tragödie” – (Uma Tragédia Florentina) 50’
Ópera de Alexander von Zemlinsky
Orquestra Sinfônica Municipal
Luís Gustavo Petri – direção musical e regência
Felipe Hirsch – direção cênica
Daniela Thomas e Felipe Tassara – cenografia
Elenco:
Bianca – Céline Imbert (soprano)
Guido Bardi – Martin Muehle (tenor)
Simone – Federico Sanguinetti (barítono)
Sugestão de faixa etária: acima de 10 anos
Ingressos: R$ 100, 60 e 40


Comentários

  1. Que deselegante de sua parte desvalorizar o trabalho dos outros.
    Vc vai assistir por obrigação, isso significa que seu chefe mandou e vc tem que obedecer, que dureza.

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