Dia 11 de dezembro, terça, às 19h, será o lançamento com recital do Aulustrio do projeto Glauco Velásquez - 4 Trios‏

Ministério da Cultura e PETROBRAS apresentam:
Glauco Velásquez – 4 Trios


A Discoteca Oneyda Alvarenga do Centro Cultural São Paulo lança o primeiro registro audiovisual da obra integral escrita para trios (violino, violoncelo e piano) de um dos mais importantes compositores do período romântico brasileiro, Glauco Velásquez (1884-1914).
O Projeto conta com o patrocínio exclusivo da Petrobras, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.
No dia 11 de dezembro, terça, às 19h, será o lançamento no recém-inaugurado Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, na Praça das Artes, com Recital do Aulustrio que vão interpretar o Trio n.º 2 de Glauco Velásquez. Grátis!
O projeto traz um DVD com os quatro trios do compositor Glauco Velásquez num total de 98 minutos gravado no Theatro Municipal de São Paulo, em maio de 2012, pelo grupo de música de câmara Aulustrio, formado pelos irmãos Fabio, Mauro e Paulo Brucoli. Com um documentário A humanidade poderosa e irresistível da música de Glauco Velásquez dirigido pelo cineasta Carlos de Moura Ribeiro Mendes, com depoimentos de maestros, musicólogos e estudiosos que comentam a vida e a obra do compositor. Dois CDs com as gravações dos trios nos formatos CD-Áudio/MP3 e todas as partituras em formato Finale-PDF para livre impressão. A revisão musical e a digitalização das partituras originais estiveram a cargo do Maestro Lutero Rodrigues. “O romantismo domina a obra de Glauco Velásquez. Os estudiosos a aproximam da estética de César Franck, de Guillaume Lekeu e nela encontram ecos da influência avassaladora de Wagner.” texto de apresentação do Secretário de Cultura do Município de São Paulo, Carlos Augusto Calil.
Glauco Velásquez nasceu em Nápoles, Itália, em 1884 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1914, com 30 anos. Apesar de ter nascido na Itália, Velásquez foi fruto de uma relação não oficializada da sociedade burguesa do Rio de Janeiro. A mãe foi conceber na Itália, longe dos escândalos sociais. Com 11 anos, Glauco Velásquez foi trazido ao Brasil por empenho da família paterna. Estudou inicialmente violino e começou a compor a partir de 1902. Como suas obras chamavam a atenção, recebeu o apoio do compositor Francisco Braga, amigo da família, para ingressar na classe de harmonia de Frederico Nascimento no Instituto Nacional de Música. Frederico Nascimento era um violoncelista português que se radicou no Brasil, dedicando-se ao ensino da harmonia e difundindo ideias musicais progressistas para a época, o que em parte significava a estética wagneriana. Essa estética já havia sido defendida antes por Leopoldo Miguez. Talvez por essa linha se explique a influência wagneriana em algumas obras de Velásquez, como no terceiro movimento do Trio nº II, gravado neste projeto.
Em 1911 ele se lança como compositor publicamente, mas viveria apenas mais três anos, pois a sua frágil saúde demonstrava mais e mais os traços da doença do romantismo, numa época em que a tuberculose era considerada uma doença terminal. Em 1914 morreu Velásquez, deixando consternado o universo da música do Rio de Janeiro.

Biografia de Glauco Velásquez por Francisco Coelho
Nasceu em Nápoles, Itália, em 1884 e faleceu no Rio de Janeiro, em 1914.
A sua curta vida de 30 anos foi cercada de mistério pela falta de informação, uma vez que o seu nascimento foi fruto de uma relação não oficializada de seus pais, numa época em que eram rígidas as regras da sociedade burguesa do Rio de Janeiro.
Seu pai, Eduardo Medina Ribas, era um barítono português, descendente de uma grande família de músicos, que havia se estabelecido no Brasil como cantor de ópera e professor de canto, a partir da década de 1840. Na ocasião desse relacionamento o pai era viúvo e tinha já idade avançada, tanto que morrera antes do nascimento do filho, aos 60 anos.
Com a situação da gravidez inesperada, a família encaminhou a moça, Adelina Alambary, para a Itália, onde estaria protegida de escândalos, ao mesmo tempo em que o nascimento da criança poderia ser mais bem dissimulado.
Com sobrenome falso, o menino ficou confiado a uma família italiana em Nápoles, enquanto a mãe cruzou o Atlântico de volta ao Brasil, não se sabe sob quais tempestades de lágrimas.
A farsa estava montada por um roteiro calculado por homens, como que desafiando o destino, no afã de desenhar o enredo de vida de outros homens. Tudo ficara então organizado. O plano havia dado certo, o jogo podia continuar, pois “o tempo, que tudo gasta”, colocaria a vida de volta no teatro, secaria lágrimas, apagaria memórias. Porém, o tempo surpreendeu invertendo as coisas.
Para aqueles que acreditam que tudo não passou de um jogo com o destino, este teria lançado mão de uma carta não imaginada, algo que poria tudo a perder: o menino nasceria com um talento especial para a música e com isso popularizaria a tragédia de seu enredo.
Com 11 anos Glauco Velásquez é trazido ao Brasil por empenho da família paterna. Sem falar uma palavra em português, ficou sob a guarda da mãe verdadeira, Adelina Alambary, num refúgio da Ilha de Paquetá como sendo seu filho adotivo.
Estudou inicialmente violino e começou a compor a partir de 1902. Como suas obras chamavam a atenção, recebeu o apoio do compositor Francisco Braga, amigo da família, para ingressar na classe de harmonia de Frederico Nascimento no Instituto Nacional de Música.
Frederico Nascimento era um violoncelista português que se radicou no Brasil, dedicando-se ao ensino da harmonia e difundindo ideias musicais progressistas para a época, o que em parte significava a estética wagneriana. Essa estética já havia sido defendida antes por Leopoldo Miguez. Talvez por essa linha se explique a influência wagneriana em algumas obras de Velásquez, como no terceiro movimento do Trio nº II, gravado neste projeto.
À medida que o tempo passava suas composições ganhavam admiradores, pois representavam uma novidade, surpreendiam pela beleza, tudo dentro de uma estética que se aproximava da música francesa e do romantismo europeu, mas com um toque singular.
Havia sobre ele uma aura de esperança para a música brasileira à medida que esse grupo de admiradores, formado por compositores e intérpretes, esperava por novas composições.
Em 1911 ele se lança como compositor publicamente, mas viveria apenas mais três anos, pois a sua frágil saúde demonstrava mais e mais os traços da doença do romantismo, numa época em que a tuberculose era considerada uma doença terminal. Em 1914 morreu Velásquez, deixando consternado o universo da música do Rio de Janeiro.
Com a liderança de Luciano Gallet, a Sociedade Glauco Velásquez foi criada após a sua morte com o objetivo de tornar viva a sua música, tanto pela sua execução, quanto pela sua edição. Se hoje a sua música é considerada uma obra do período romântico brasileiro ela é, antes de tudo, o reflexo de sua vida forjada entre o romantismo e a tragédia.

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