GRANDES VOZES: GRACIELA ARAYA E TATI HELENE NO THEATRO SÃO PEDRO/SP . CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
O Ciclo Grandes Vozes trás cantores renomados da lírica mundial aos palcos brasileiros. Diferente de outros projetos comerciais, onde sopranos e barítonos fingem que cantam e o público e o público fica extasiado, neles tem barítono cantando até jazz. O Grandes Vozes se caracteriza pela escolha de repertório de ópera, árias e duetos complexos que exigem toda a qualificação técnica do cantor.
Graciela Araya, foto divulgação
O mezzo-soprano Graciela Araya e o soprano Tati Helene se apresentaram com o pianista Vitor Philomeno no último dia 14/12/2012 no palco do aconchegante Theatro São Pedro. O repertório constituído de jóias do belcanto e dois grandes ciclos da música de câmara exige tudo dos cantores.
Graciela Araya tem uma voz profunda, que penetra na alma, escura e penetrante. Detentora de uma técnica soberba defendeu com maestria o longo e cansativo programa. Nas canções de câmara mostrou o lirismo e a sensibilidade que as peças exigem. Nos duetos encantou com força , sensibilidade e lirismo . Donizetti e Bellini são seu repertório e a moça entende de belcanto italiano, uma apresentação única. Mostrou cansaço em diversas passagens, quem não cansaria com o exaustivo programa. Poucos aceitariam cantar tanto em tão curto espaço de tempo. Defendeu o programa com garra e admiração.
Tati Helene . Foto Internet
Tati Helene sofreu uma grande injustiça esse ano, foi convidada para ser doppione, se preparou para cantar a ópera Salomé de Richard Strauss no XI Festival de Ópera do Theatro da Paz de Belém e não foi brindada com nenhuma récita. Cantoras substitutas sempre se apresentam na última récita. Vendo-a palco do São Pedro percebo que quem perdeu foi o povo de Belém. A moça está tinindo, sua voz jovem e amadurecida esta apta para enfrentar repertórios árduos do belcanto. Mostrou um timbre de soprano spinto com voz escura e agudos sólidos, buscou nuances e vigor em muitas das complexas passagens. Bela apresentação.
Vitor Philomeno, foto Internet
O vocal coach Vitor Philomeno esteve muito bem ao piano, acompanhou as solistas sem derrapar, só não precisava fazer tantas firulas ao tocar.
O projeto Grandes Vozes continuara na ativa em 2013 e pelo que soube virão grandes feras. Nele cantores realmente cantam, em outros lugares sopranos e barítonos mostram a cara, cobram caro e apresentam programas ridículos.
Ali Hassan Ayache
Graciela Araya, foto divulgaçãoO mezzo-soprano Graciela Araya e o soprano Tati Helene se apresentaram com o pianista Vitor Philomeno no último dia 14/12/2012 no palco do aconchegante Theatro São Pedro. O repertório constituído de jóias do belcanto e dois grandes ciclos da música de câmara exige tudo dos cantores.
Graciela Araya tem uma voz profunda, que penetra na alma, escura e penetrante. Detentora de uma técnica soberba defendeu com maestria o longo e cansativo programa. Nas canções de câmara mostrou o lirismo e a sensibilidade que as peças exigem. Nos duetos encantou com força , sensibilidade e lirismo . Donizetti e Bellini são seu repertório e a moça entende de belcanto italiano, uma apresentação única. Mostrou cansaço em diversas passagens, quem não cansaria com o exaustivo programa. Poucos aceitariam cantar tanto em tão curto espaço de tempo. Defendeu o programa com garra e admiração.
Tati Helene sofreu uma grande injustiça esse ano, foi convidada para ser doppione, se preparou para cantar a ópera Salomé de Richard Strauss no XI Festival de Ópera do Theatro da Paz de Belém e não foi brindada com nenhuma récita. Cantoras substitutas sempre se apresentam na última récita. Vendo-a palco do São Pedro percebo que quem perdeu foi o povo de Belém. A moça está tinindo, sua voz jovem e amadurecida esta apta para enfrentar repertórios árduos do belcanto. Mostrou um timbre de soprano spinto com voz escura e agudos sólidos, buscou nuances e vigor em muitas das complexas passagens. Bela apresentação.
Vitor Philomeno, foto InternetO vocal coach Vitor Philomeno esteve muito bem ao piano, acompanhou as solistas sem derrapar, só não precisava fazer tantas firulas ao tocar.
O projeto Grandes Vozes continuara na ativa em 2013 e pelo que soube virão grandes feras. Nele cantores realmente cantam, em outros lugares sopranos e barítonos mostram a cara, cobram caro e apresentam programas ridículos.
Ali Hassan Ayache
Existe toda uma geração que não sabe quem é Graciela Araya, nos anos 80 ela cantou muito aqui no Teatro MUnicipal de São Paulo-sempre se destacando por sua musicalidade e talento-Estreou no Oedipus Rex, depois um Barbeiro de Sevilha, La Vida breve, e foi uma excelente Marie, na dificil opera de Berg, Wozzeck, cantou tb uma emocionante Charlotte em Werther e Santuzza em Cavalleria Rusticana. Depois foi para Alemanha, cantando em Berlin numa produção encenada por Achim Freyer do Messias de Haendel, depois na estreia mundial de Die Weise von Liebe und Tod des Cornets Christoph Rilke- de Siegfried Mathus- depois por alguns anos foi do elenco fixo da opera de Aachen onde cantou desde Cenerentola, Barbeiro de Sevilha e Italiana in Algeri entre outras- Depois fixa-se na Opera de Viena onde cantou muitas Carmens, Hansel e Gretel, Salomé,Orlovsky e muitas outras , convivendo com regentes como Claudio Abbado- Em Londres participou de um Rigoletto e Bodas de Figaro sob a direção de David Mackvickar e regencia de Antonio Pappano- cujos DVDs- são encontrados para venda- e tb se encontra seu Il Ritorno di Ulisse in Patria- gravado na Holanda, ao lado do tenor Antony Rolfe-Johnson. No Metropolitan de Nova York tb cantou Madalena-e aqui em São Paulo substituiu de ultima hora Alicia Naffé, em Adalgisa em Norma- nos anos 90- Isso que, apenas estou destacando o mais importante, Mas Graciela Araya cantou ainda em muitas outras cidades, como Lyon, Bruxelas, Santiago, Cidade do Mexico .... - basta colocar seu nome no Youtube e teremos uma ideia da quantidade de papeis que cantou, bem como da qualidade de sua arte. Quanto a Tati Helene é uma artista talentosa e dedicada, só tenho boas lembranças de sua Mercedes(de luxo) na Carmen que dirigi em Curitiba 2009. uma artista para se guardar o nome, e esperar que seu talento seja de fato reconhecido.
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