“O QUEBRA-NOZES – DESDE OS ANOS 80 UM DOS FELIZARDOS DA REPOSIÇÃO” CRÍTICA DE MARCUS GÓES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
O ballet O QUEBRA-NOZES,com suas
histórias de HofFmann e sua coreografia tradicional de Marius Petipa e Lev
Ivanov muitas vezes ligeiramnte
modificada por muitos “sócios” e aproveitadores,no TMRJ é um dos
felizardos itens de seu acervo que,não se sabe por quais desígnios da fada da boa sorte,volta e meia retorna ao palco
inteirinho,com todos os seus cenários,figurinos e adereços
guardados,embalados,embrulhads e conservados em algum local apropriado,sob a
interessada guarda e vigilância de ciosos protetores.Não conhecemos óperas do
acervo do TMRJ que tenham a mesma sorte.Desde a década de 80 esse ballet e
alguns outros voltam regularmente em reposições,como COPPÉLIA, DOM QUIXOTE,LA
FILLE MAL GARDÉE .Óperas raramente voltam em reposição.A ver,como diriam os
argentinos.
Isto posto,o popular ballet voltou ao
palco do TMRJ neste 15 de dezembro,como
sempre sob alegria geral e com o teatro cheio.Torna-se difícil para um crítico
achar ditos fora do comum quando á frente de tudo no grand pas-de-deux da
Rainha das Neves se enconra a mítica figura de Cecília Kerche ,legendário nome
do ballet clássico no Brasil com afirmações mais que positivas em companhias
estrangeiras.Cecília é grande artista,mais que grande bailarina. Vê-la dançar é
um privilégio,uma boa sorte,um passeio
no arco-íris. Não funciona ficar rocurando errinhos de
ataques,atrasos,errinhos de terminações , desconcentrações e posições
equivocadas.Cecília está acima de observações desse tipo.Quando ela se
apresenta,críticos e madames ensaiadoras deveriam ficar em casa vendo a TV
Globo,deixando-a só com seu público. Este que escreve se sente feliz por ter
sido um dos primeiros a reconhecer seu talento.Com efeito, sua Myrtha no TMRJ
já lá se vão vinte e tantos anos não sai da memória.
A seu lado,o bailarino Dennis Vieira
mostrou que é também um artista, antes de ser bailarino. Sua infinidade de recursos
o levam a exprimir mais que simples passos e audaciosas acrobacias.
No grand pas-de-deux da Fada
Açucarada,Marcia Jacqueline esteve soberba,expressiva.virtuosistica.Um prazer
de sonho vê-la dançar.A seu lado,o mesmo Dennis Vieira ,repetindo o que se
disse linhas acima.
Joseny Vieira foi um convincente
Drosselmeyer , e Karen Mesquita como espanhola conquistou o público com seu
encanto e aprumo técnico.Como árabe, Deborah Ribeiro foi mais que convincente
por seus recursos,e ainda por cima apareceu bonita e sensual na medida exata.
Karina Dias,Rodrigo Neves,Paulo Muniz,Priscila Motta (um encanto como
russa),Priscila Albuquerque e Tendo Pereira na Valsa das Flores (técnica e expressão), e todos os demais
estiveram excelentes. Este que escreve já viu muitíssimos Quebra-Nozes, e muito
poucos tão bem ensaiados quanto este. Bons ensaios dão no que deu: ótimas
atuações,elogios da critica, e aplausos do público que volta prá casa
alegre,satisfeito,querendo fazer fouetées e grads jetés na calçada. De parabéns
o diretor artístico Helio Bejani,os ensaiadores Eric Frederic,o ensaiador
Sergio Lobato, a ensaiadora Celeste Lima, os quais todos devem,de uma forma ou
de outra,ter contribuído para tão bem ensaiado e por isso tão bonito
Quebra-Nozes.
A esplêndida música de Tchaicowsky
caiu nas mãos certíssimas do regente Jesus Figueiredo,o qual conseguiu o que se
espera dessa música: colorido e paixão .Mais não se pode querer.A já veterana
produção de José Varona continua linda.
Tudo no lugar nessa reposição,nome
fatídico atualmente no TMRJ.
MARCUS GÓES – DEZ 2012
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