"WERTHER" NO ÁPICE DO THEATRO SÃO PEDRO- SP . CRÍTICA DE MARCO ANTÔNIO SETA NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Na tarde de 25 de novembro estreou no Theatro São Pedro a ópera “Werther”, de Jules Massenet (1842-1912), inspirado em “Os sofrimentos do jovem Werther”.
Trata-se de um romance epistolar de 1774 com o qual Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) estabeleceu um dos marcos literários do movimento pré-romântico alemão, desencadeando um fenômeno cultural conhecido como Werther-Fieber (Febre Werther), que incluiu jovens se vestirem e se suicidarem no estilo descrito no livro.
Transportado para os anos 50, o enredo recebeu figurinos relativos a essa fase do séc. XX, assinados por Marcelo Marques com aspectos de alta costura e apreciável gosto. A cenografia de Renato Theobaldo estiliza os quatro atos, acrescentando-lhes elementos que contribuem para o seu aprimoramento estético com alguns adereços de simples adaptação cênica, coadjuvados pela iluminação prática de Fabio Retti.
O maestro Luiz F. Malheiro dirigiu com firmeza e competência a Orquestra do São Pedro com bons resultados e André Lopes, desta vez, seguiu a tradição do enredo, sem inventar bobagens. Interessante a projeção de Werther no último ato, revertendo-o para a sua época, em trajes, postura e comportamento, contrapondo-se à personagem por ele amada, convertendo-se em verdadeira comunhão de emoções.
Fernando Portari surpreendeu-nos com uma bela performance: voz bem colocada, timbre e afinação perfeitos revelados em pianíssimos de rara beleza e musicalidade. Cantou acertadamente a ária “Pourquoi me réveiller”, recebendo pelo seu envolvimento, uma forte ovação do público.
A seu lado o meiossoprano Luísa Francesconi, reconhecida cantora de predicados rossinianos e mozartianos, deu vida a Charlotte com propriedade e segurança .
Bonita cenicamente, elegante em seus trajes, encarnou a jovem amada e amante, empregando um timbre quente e aveludado no registro que lhe pertence. A ária “Ces lettres”, lançada com emoção, direcionou a sequência cênica, recebendo calorosos aplausos ao findar o espetáculo.
Boas atuações tanto do esbelto barítono lírico Vinicius Atique, como Albert, o marido de Charlotte, em todas as récitas desta atual produção; bem como do soprano Gabriella Pace, a Sophie graciosa e cheia de musicalidade e desenvoltura cênica. Colaboraram Murilo Neves (Le Bailli), Thiago Soares (Schmidt) e Max Costa (Johann).
Intervieram afinadinhos os canarinhos da terra – núcleo de Jundiaí com oito vozes infantis, sob a direção de Vasti Atique. Estão pois, de parabéns, a diretoria artística e administrativa do Theatro São Pedro, por mais esta agradável produção lírica.
Escrito por Marco Antônio Seta, em 27 de novembro de 2012.
Trata-se de um romance epistolar de 1774 com o qual Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) estabeleceu um dos marcos literários do movimento pré-romântico alemão, desencadeando um fenômeno cultural conhecido como Werther-Fieber (Febre Werther), que incluiu jovens se vestirem e se suicidarem no estilo descrito no livro.
Transportado para os anos 50, o enredo recebeu figurinos relativos a essa fase do séc. XX, assinados por Marcelo Marques com aspectos de alta costura e apreciável gosto. A cenografia de Renato Theobaldo estiliza os quatro atos, acrescentando-lhes elementos que contribuem para o seu aprimoramento estético com alguns adereços de simples adaptação cênica, coadjuvados pela iluminação prática de Fabio Retti.
O maestro Luiz F. Malheiro dirigiu com firmeza e competência a Orquestra do São Pedro com bons resultados e André Lopes, desta vez, seguiu a tradição do enredo, sem inventar bobagens. Interessante a projeção de Werther no último ato, revertendo-o para a sua época, em trajes, postura e comportamento, contrapondo-se à personagem por ele amada, convertendo-se em verdadeira comunhão de emoções.
Fernando Portari surpreendeu-nos com uma bela performance: voz bem colocada, timbre e afinação perfeitos revelados em pianíssimos de rara beleza e musicalidade. Cantou acertadamente a ária “Pourquoi me réveiller”, recebendo pelo seu envolvimento, uma forte ovação do público.
A seu lado o meiossoprano Luísa Francesconi, reconhecida cantora de predicados rossinianos e mozartianos, deu vida a Charlotte com propriedade e segurança .
Bonita cenicamente, elegante em seus trajes, encarnou a jovem amada e amante, empregando um timbre quente e aveludado no registro que lhe pertence. A ária “Ces lettres”, lançada com emoção, direcionou a sequência cênica, recebendo calorosos aplausos ao findar o espetáculo.
Boas atuações tanto do esbelto barítono lírico Vinicius Atique, como Albert, o marido de Charlotte, em todas as récitas desta atual produção; bem como do soprano Gabriella Pace, a Sophie graciosa e cheia de musicalidade e desenvoltura cênica. Colaboraram Murilo Neves (Le Bailli), Thiago Soares (Schmidt) e Max Costa (Johann).
Intervieram afinadinhos os canarinhos da terra – núcleo de Jundiaí com oito vozes infantis, sob a direção de Vasti Atique. Estão pois, de parabéns, a diretoria artística e administrativa do Theatro São Pedro, por mais esta agradável produção lírica.
Escrito por Marco Antônio Seta, em 27 de novembro de 2012.
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