MELHORES E PIORES DE 2012 PELO BLOG DE ÓPERA E BALLET: MELHOR CANTORA SOLISTA, LUISA FRANCESCONI
O mezzo-soprano arrasou em 2012, tive o prazer de vê-la atuando três vezes ano passado. Sua voz é penetrante com graves fartos que tocam a alma. Alia um timbre fantástico com atuações cênicas impecáveis e mostra uma beleza no palco que deixa os marmanjos de queixo caído. Nesse quesito não tive a menor dúvida, Luisa Francesconi foi a melhor cantora solista brasileira de 2012 .
Luisa Francesconi, foto Internet
Seu Idamante da ópera Idomeneo de Mozart (Theatro Municipal de São Paulo) foi empolgante, sua Charlotte da ópera Wherter de Massenet (Theatro São Pedro) mostrou um timbre perfeito e uma grande atuação cênica e a Missa Davidde Penitente apresentada por ela na Sala São Paulo foi deslumbrante. Para coroar seu prêmio Luisa Francesconi concedeu uma entrevista ao Blog de Ópera e Ballet que segue abaixo:
Luisa Francesconi, foto Internet
Luisa Francesconi, foto Internet
Seu Idamante da ópera Idomeneo de Mozart (Theatro Municipal de São Paulo) foi empolgante, sua Charlotte da ópera Wherter de Massenet (Theatro São Pedro) mostrou um timbre perfeito e uma grande atuação cênica e a Missa Davidde Penitente apresentada por ela na Sala São Paulo foi deslumbrante. Para coroar seu prêmio Luisa Francesconi concedeu uma entrevista ao Blog de Ópera e Ballet que segue abaixo:
Luisa Francesconi, foto Internet
Blog de Ópera e Ballet- O que te levou a ser cantora de ópera?
Luisa Francesconi: Já estudava piano desde os 5 anos. Minha avó
foi uma pianista clássica premiada e achou que eu levava jeito para tocar também!
Quando tinha 16 anos comecei a cantar e
reger o coro da escola onde estudava. O regente principal (que era também
diretor executivo da escola) me pediu para cantar o solo de uma das peças. Eu
pensei que não tinha voz para fazer aquilo, e como estudava também na Escola de
Música de Brasília, comecei a fazer aulas de canto lá. E foi assim que tudo
começou. A ópera veio naturalmente, pois sempre ouvi muita música clássica em
casa.
Blog: Como foi o início de sua carreira e qual professor ou
professora que mais te influenciou?
Luisa Francesconi: Comecei cantando no Teatro Nacional Cláudio Santoro em
Brasília. Meus dois primeiros papéis foram Kate Pinkerton em Madame Butterfly e
Flora na Traviata. Quem me deu muita força para estudar e me aperfeiçoar foi o
Maestro Silvio Barbato (1959 – 2009), que foi meu companheiro por 6 anos. Comecei
a estudar com Dejanira Rossi na Escola de Música de Brasília, uma ótima
professora. O Marconi Araújo também foi meu professor por anos e me ajudou
muito, mas quem mais influenciou a minha técnica atual foi sem dúvida a Rita
Patané, com quem estudei por muitos anos em Milão.
Blog: Você passou uma temporada no Teatro Nacional São Carlos, como você avalia sua
passagem por Portugal?
Luisa Francesconi: Estive em Portugal com um contrato fixo, que era tudo o que eu queria na época
pois estava um pouco cansada de viajar pra cima e pra baixo. Foram dois anos de
muito trabalho, onde aprendi muito, e onde fiz amizades maravilhosas. Pude estrear
em papéis como Dinah de Trouble in Tahiti de Bernstein, Fada Verde em La Bella
Addormentata nel Bosco de Respighi, Nerea na opera Niobe de Steffani, entre
outras. Além disso, pude consolidar papéis como Cherubino em Le Nozze di Figaro
de Mozart, e Dorabella em Così fan Tutte, também de Mozart. Tenho sempre muitas
saudades dos meus colegas e de todo o pessoal do Teatro.
Blog: Como você vê a ópera no Brasil? Dá para se sustentar sendo apenas cantora de
ópera?
Luisa Francesconi: A ópera no Brasil está crescendo muito, especialmente depois da reabertura dos
Teatros Municipais de Rio de Janeiro e São Paulo, e das ótimas temporadas que o
Teatro São Pedro (São Paulo) e a OSB Ópera e Repertório (Rio de Janeiro) vêm
fazendo. Fora, é claro, os Festivais de Manaus e de Belém, já consolidados, e das
temporadas de óperas e concertos de Belo Horizonte, Brasília, Florianópolis e
Porto Alegre, entre outras. Além disso, há ainda temporadas como a da Osesp, da
Petrobras Sinfônica, da OSB, da OSPA, da Filarmônica de
Minas Gerais e de tantas outras, que fazem música sinfônica com solistas e
também óperas semi-encenadas ou em forma de concerto. Durante os últimos 8 anos
consegui me manter cantando ópera, então diria que é possível, sim, se
sustentar. Mas como trabalhamos como “freelancers” e não temos certeza de nada,
temos que ter uma atenção redobrada com as finanças e saber economizar. Eu
também dou aulas de canto, por exemplo, que é uma atividade que gosto bastante.
Luisa Francesconi, foto Internet
Blog: Fazer carreira no Brasil é uma opção sua ou existem convites
para cantar no exterior?
Luisa Francesconi: Voltar para o Brasil depois de morar quase 6 anos fora foi
uma opção muito pessoal. Há convites para cantar no exterior, sim. Ano passado
fiz Carmen de Bizet numa produção do Palácio de Bellas Artes na Cidade do
México e esse ano volto para cantar a mesma montagem nesse prestigioso teatro.
Blog: Muitos profissionais da ópera, que não conseguem
trabalho, reclamam que existe uma "panelinha". O que você tem a
falar sobre isso?
Luisa Francesconi: Vejo muita gente começando a aparecer nos palcos, tenho
inclusive comentado que a nova geração de cantores está vindo aí, com gente
muito boa!
Blog: Quais são os eventos confirmados com você para 2013?
Luisa Francesconi: Carmen no Palacio de Bellas Artes na Cidade do México e
Sonhos de uma Noite de Verão do Britten no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e
recitais em São Paulo. E diversos projetos por fechar.
Blog: Você é uma moça muito bonita, quando está no palco chama a
atenção com uma sensualidade e beleza única. Você já levou cantada de
algum marmanjo ou de alguma garota?
Luisa Francesconi: Obrigada pelos elogios. Já passei por algumas situações desse
tipo, mas com o tempo a gente aprende a lidar com isso!!
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