MELHORES E PIORES DE 2012 PELO BLOG DE ÓPERA E BALLET: PIOR ESPETÁCULO DE ÓPERA, ORFEU ED EURIDICE NA PRAÇA DAS ARTES.
Autoridades por todos os lados para assistir a récita de Orfeu ed Euridice de Gluck, prefeito Kassab e Marcelo Mattos Araujo ( Secretário Estadual da Cultura ) presentes e um monte de dondocas. Imprensa tirando fotos e muitos papagaios de pirata querendo aparecer. O local não combinava com tanta badalação, o que se viu foi uma Praça das Artes sendo inaugurada as pressas e com tudo inacabado. Tijolos esparramados no chão e paredes por rebocar, banheiros químicos como quebra galhos e operários dando os últimos retoques.
Cena de Orfeu ed Euridice -foto Internet
O local da realização do evento não tem estrutura alguma para montagem de ópera, sala sem ventilação com um calor de deserto e acústica terrível. Os solistas tiveram a voz microfonada, seria impossível ouví-los sem esse recurso. A orquestra ficou no meio do palco em um buraco.
A concepção do diretor Antonio Araújo é até interessante, utiliza todos os espaços da sala, mas poluí com trocas de cenário barulhentas, carros entrando e saindo e batidas de pés pelo coro. Os números de dança inspirados nas ruas e becos das grandes cidades ajudaram a atrapalhar ainda mais a sonoridade.
Praça das Artes-foto Internet
A galera ficou deslumbrada com tanta modernidade, os debutantes acharam maravilhoso, alguns soltavam gritinhos de bravos com agudos ensurdecedores de mãos dadas com seus parceiros. Quem conhece ópera torceu o nariz e concorda comigo que esse foi o pior espetáculo de ópera de 2012.
Ali Hassan Ayache
Isso para não falar que o simples fato de artistas e público estarem transitando por um local ainda em obras já constituiria, por si só, uma nota negativa. Absolutamente desnecessária essa precipitação, que só fez expor artistas e espectadores a riscos e desconforto. Se a intenção era apresentar ao público a Praça das Artes, não cumpriu sua finalidade, haja vista que o local estava incompleto e, portanto, "inapresentável". Típica atitude política de quem estava em fim de mandato e queria dar uma satisfação ao público. Infelizmente, quem padece nessas horas é a arte, que fica sujeita às necessidades políticas.
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