LA CENERENTOLA EM SÃO PAULO E VERDI NO RIO. CRÍTICA DE LEONARDO MARQUES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Theatro São Pedro apresenta boa montagem de ópera de Rossini, enquanto Orquestra Petrobras Sinfônica toca peças de Verdi.
No intervalo de aproximadamente 24h, pude apreciar dois importantes momentos deste início de ano da música clássica e lírica. Nesta sexta-feira, 22 de março, a Orquestra Petrobras Sinfônica abriu sua temporada com o primeiro concerto da Série Noturna Djanira: uma homenagem aos 200 anos de nascimento de Giuseppe Verdi, o mestre máximo da ópera italiana. Já no sábado, 23, o Theatro São Pedro, de São Paulo, apresentou a quinta récita de La Cenerentola, a primeira ópera a ser levada à cena lírica naquela casa este ano. Vamos pela ordem.
Orquestra Petrobras Sinfônica
Na noite de sexta-feira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a OPES, sob a regência de seu titular, Isaac Karabtchevsky, deu partida à sua temporada 2013 com um bom concerto. A orquestra, que também homenageará Wagner pelo mesmo motivo em agosto, lembrou já em sua primeira apresentação o gênio de Giuseppe Verdi.
A primeira parte do programa ofereceu as ditas “Quatro Peças Sacras”, uma espécie de canto de cisne do mestre italiano, de escrita bastante sofisticada. As peças são: Ave Maria (para coro a cappella), Stabat Mater (para coro e orquestra, com versos de Jacopone da Todi), Laudi alla Vergine Maria (para coro feminino a cappella, com versos retirados do Paraíso da Divina Comédia, de Dante Alighieri) e Te Deum (para coro e orquestra).
Nas quatro obras, destacaram-se a interpretação sensível e a sonoridade clara do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, bem preparado por Julio Moretzsohn. Nas duas obras das quais participou, a OPES mostrou expressividade e intensidade. Bastante emocionante foi a interpretação do Stabat Mater.
A segunda parte foi recheada de famosos trechos de óperas. Começou com a abertura de A Força do Destino, que recebeu excelente interpretação, com destaque para a flauta de Marcelo Bonfim e para as cordas. Em seguida, ouvimos duas passagens corais: Va’ pensiero, da ópera Nabucco; e Vedi! Le fosche notturne spoglie (popularmente conhecida como “coro dos ferreiros”), de O Trovador. Mais uma vez, o Coro Sinfônico do Rio mostrou seus predicados, com interpretação sentida na primeira peça, e vibrante na segunda, sempre bem acompanhado pela orquestra.
Dois trechos de Aida encerraram o programa oficial, já preparando o público para a ópera completa que será apresentada na programação própria do Municipal a partir de 20 de abril, com o mesmo Karabtchevsky no pódio. Primeiro, ouvimos o prelúdio, com sua orquestração rica e sensível. Foi uma boa versão, ainda que não perfeita (senti falta de um melhor arremate em algumas frases). Logo depois, ouvimos a primeira parte da cena triunfal do segundo ato da obra (desde o Gloria all’Egitto, passando pela marcha triunfal e pela música do balé, até a segunda intervenção coral). Karabtchevsky impôs uma versão eletrizante desta célebre passagem, imprimindo um tempo mais rápido que o convencional, e que, para o meu gosto, funcionou muito bem em concerto, recebendo resposta à altura da orquestra e do coro.
Encerrado o programa, o maestro concedeu um bis, e exatamente um daqueles de levar o teatro abaixo: o dueto acompanhado de coro Libiam ne’ lieti calici, a famosa cena do brinde do primeiro ato de La Traviata. Não havia solistas escalados para a noite, e dois integrantes do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro se responsabilizaram pelas partes de Violetta e Alfredo: a soprano Karla Araújo e o tenor Ivan Jorgensen. Como é comum acontecer em ocasiões como essas, o público jogou a favor, e a interpretação de ambos, se não foi perfeita, foi emocionante, com a soprano se destacando um pouco mais que o tenor.
La Cenerentola
Na noite seguinte, estava eu a postos no Theatro São Pedro para conferir a quinta récita de La Cenerentola (A Cinderela, ou A Borralheira, como preferirem), ópera-bufa em dois atos e cinco cenas, de Gioacchino Antonio Rossini, sobre libreto de Jacopo Ferretti, com base no famoso conto de Charles Perrault e em outros dois libretos anteriores: o de Charles Guillaume Etienne para a Cendrillon de Nicolò Isouard; e o de Francesco Fiorini para Agatina, o la virtù premiata, de Stefano Pavesi.
A trama é a clássica história de Cinderela, com algumas pequenas adaptações, como, por exemplo, um padrasto no lugar da madrasta, um bracelete em vez do sapatinho de cristal, um filósofo com poderes mágicos cumprindo a função da fada-madrinha, e a troca de identidade entre o príncipe e um de seus criados. O final, claro, é feliz, com Cinderela conquistando seu príncipe.
A atual produção do Theatro São Pedro está, em seus aspectos cênicos, praticamente sob a total responsabilidade do diretor italiano Davide Garattini, que, além dirigir, concebeu os cenários, e a iluminação da montagem. Os figurinos são do Istituto Europeo di Design. Tudo tem seus altos e baixos, e o ponto mais fraco é a iluminação completamente equivocada, com fortes contrastes entre as cenas, ora tudo muito claro, ora muito escuro. O efeito não funciona a contento.
Os cenários são bastante simples, e funciona melhor aquele da residência de Don Magnifico, enquanto o do castelo de Don Ramiro é bem menos satisfatório. Os figurinos são em geral corretos, destoando um pouco aqueles de Clorinda e Tisbe, exagerados no tom caricato. A direção de Garattini seque pelo mesmo caminho, com bom rendimento geral dos solistas, apesar do exagero na caricatura das duas irmãs, que em um ou dois momentos beira o mau gosto.
Nesta quinta récita, a Orquestra do Theatro São Pedro esteve bem, sob a condução de Emiliano Patarra, sem brilho maior, no entanto. Foi correta a interpretação da abertura da ópera. Já o Coro sem nome, que, até onde sei, não é fixo da casa e é arregimentado sempre que necessário, não foi nada bem. Preparados por Dálete Alécio, e sem qualquer senso de estilo, os coristas pareciam cantar para salvar a mãe da forca.
Apesar de algumas observações, relatadas a seguir, os solistas foram o ponto alto da noite. O Alidoro de Carlos Eduardo Marcos foi razoável, assim como razoavelmente satisfatória foi sua interpretação da ária Là del ciel nell’arcano profondo. Dando vida às irmãs Clorinda e Tisbe, as também irmãs Edna D’Oliveira (soprano) e Edneia de Oliveira (mezzosoprano), descontado o tom exageradamente caricato empregado pela direção em relação às suas personagens, tiveram boa atuação cênica e foram corretas vocalmente.
O barítono Homero Velho exibiu excelente interpretação cênica como Dandini, o criado que se passa por príncipe. Vocalmente, oscilou. Teve bons momentos, como o dueto com o verdadeiro príncipe (Zitto, zitto, piano, piano), que inicia o Finale do primeiro ato e depois evolui para um quarteto. Outro bom momento foi o dueto com Don Magnifico no segundo ato, Un segreto d’importanza. Vale destacar ainda sua ótima pronúncia em italiano, especialmente nos ataques de tagarelice típicos da ópera-bufa. Por outro lado, sua ária do primeiro ato, Come un’ape nei giorni d’aprile, ficou muito aquém do esperado, e sua técnica para enfrentar as coloraturas rossinianas se mostrou completamente ineficaz.
O tenor lírico-ligeiro uruguaio Leonardo Ferrando foi um ótimo príncipe Don Ramiro, e apresentou uma voz privilegiada de tenor leve, que só tem a evoluir com o tempo. Desde seu primeiro dueto com Cenerentola, Un soave non so che, passando pelo dueto já citado com Dandini e em todos os demais ensembles, o artista demonstrou talento e segurança. Sua grande ária no segundo ato, Sì, ritrovarla io giuro, foi muito bem cantada. Por outro lado, precisa caprichar mais no seu desempenho cênico. Ele pareceu muito preso às vezes, embora seja difícil precisar até que ponto a direção pode ter influenciado neste aspecto.
O barítono-bufo italiano Bruno Praticò teve ótima atuação como o barão Don Magnifico, padrasto da protagonista. Brilhante cenicamente, demonstrou ainda agilidade vocal adequada e capricho em sua performance. Suas duas árias receberam interpretação exemplar: Miei rampolli femminini e Sia qualunque delle figlie, esta última recheada de precisos ataques de tagarelice. Enriqueceu ainda todos os ensembles de que participou e, de quebra, conquistou o público com seu carisma.
A mezzosoprano italiana Loriana Castellano foi uma encantadora Cenerentola. Se lhe faltou, em alguns raros momentos, melhor projeção, sua preciosa técnica de mezzo coloratura e seu lindo timbre proporcionaram enorme prazer aos ouvidos. Seus melhores momentos foram o dueto com Don Ramiro, já citado; as várias vezes em que entoou a canção Una volta c’era un re; o quinteto Parlar… Pensar… Vorrei…, no Finale do primeiro ato; seu solo final acompanhado de coro, Non più mesta; e a pequena joia que é o sexteto Questo è un nodo avviluppato, com seus deliciosos staccati – momento este, aliás, em que todos os solistas participantes brilharam. Foi uma noite notável da mezzo, que, além de cantar maravilhosamente, também é bem carismática e ótima atriz. Um nome que merece voltar mais vezes ao Brasil.
No geral, a produção da ópera deste gênio que é Rossini, se não foi inesquecível, teve muito mais aspectos positivos que negativos, e coloca o Theatro São Pedro definitivamente no mapa da ainda insuficiente cena lírica brasileira.
Leonardo Marques
Fonte: http://www.movimento.com/
No intervalo de aproximadamente 24h, pude apreciar dois importantes momentos deste início de ano da música clássica e lírica. Nesta sexta-feira, 22 de março, a Orquestra Petrobras Sinfônica abriu sua temporada com o primeiro concerto da Série Noturna Djanira: uma homenagem aos 200 anos de nascimento de Giuseppe Verdi, o mestre máximo da ópera italiana. Já no sábado, 23, o Theatro São Pedro, de São Paulo, apresentou a quinta récita de La Cenerentola, a primeira ópera a ser levada à cena lírica naquela casa este ano. Vamos pela ordem.
Orquestra Petrobras Sinfônica
Na noite de sexta-feira, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, a OPES, sob a regência de seu titular, Isaac Karabtchevsky, deu partida à sua temporada 2013 com um bom concerto. A orquestra, que também homenageará Wagner pelo mesmo motivo em agosto, lembrou já em sua primeira apresentação o gênio de Giuseppe Verdi.
A primeira parte do programa ofereceu as ditas “Quatro Peças Sacras”, uma espécie de canto de cisne do mestre italiano, de escrita bastante sofisticada. As peças são: Ave Maria (para coro a cappella), Stabat Mater (para coro e orquestra, com versos de Jacopone da Todi), Laudi alla Vergine Maria (para coro feminino a cappella, com versos retirados do Paraíso da Divina Comédia, de Dante Alighieri) e Te Deum (para coro e orquestra).
Nas quatro obras, destacaram-se a interpretação sensível e a sonoridade clara do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro, bem preparado por Julio Moretzsohn. Nas duas obras das quais participou, a OPES mostrou expressividade e intensidade. Bastante emocionante foi a interpretação do Stabat Mater.
A segunda parte foi recheada de famosos trechos de óperas. Começou com a abertura de A Força do Destino, que recebeu excelente interpretação, com destaque para a flauta de Marcelo Bonfim e para as cordas. Em seguida, ouvimos duas passagens corais: Va’ pensiero, da ópera Nabucco; e Vedi! Le fosche notturne spoglie (popularmente conhecida como “coro dos ferreiros”), de O Trovador. Mais uma vez, o Coro Sinfônico do Rio mostrou seus predicados, com interpretação sentida na primeira peça, e vibrante na segunda, sempre bem acompanhado pela orquestra.
Dois trechos de Aida encerraram o programa oficial, já preparando o público para a ópera completa que será apresentada na programação própria do Municipal a partir de 20 de abril, com o mesmo Karabtchevsky no pódio. Primeiro, ouvimos o prelúdio, com sua orquestração rica e sensível. Foi uma boa versão, ainda que não perfeita (senti falta de um melhor arremate em algumas frases). Logo depois, ouvimos a primeira parte da cena triunfal do segundo ato da obra (desde o Gloria all’Egitto, passando pela marcha triunfal e pela música do balé, até a segunda intervenção coral). Karabtchevsky impôs uma versão eletrizante desta célebre passagem, imprimindo um tempo mais rápido que o convencional, e que, para o meu gosto, funcionou muito bem em concerto, recebendo resposta à altura da orquestra e do coro.
Encerrado o programa, o maestro concedeu um bis, e exatamente um daqueles de levar o teatro abaixo: o dueto acompanhado de coro Libiam ne’ lieti calici, a famosa cena do brinde do primeiro ato de La Traviata. Não havia solistas escalados para a noite, e dois integrantes do Coro Sinfônico do Rio de Janeiro se responsabilizaram pelas partes de Violetta e Alfredo: a soprano Karla Araújo e o tenor Ivan Jorgensen. Como é comum acontecer em ocasiões como essas, o público jogou a favor, e a interpretação de ambos, se não foi perfeita, foi emocionante, com a soprano se destacando um pouco mais que o tenor.
La Cenerentola
Na noite seguinte, estava eu a postos no Theatro São Pedro para conferir a quinta récita de La Cenerentola (A Cinderela, ou A Borralheira, como preferirem), ópera-bufa em dois atos e cinco cenas, de Gioacchino Antonio Rossini, sobre libreto de Jacopo Ferretti, com base no famoso conto de Charles Perrault e em outros dois libretos anteriores: o de Charles Guillaume Etienne para a Cendrillon de Nicolò Isouard; e o de Francesco Fiorini para Agatina, o la virtù premiata, de Stefano Pavesi.
A trama é a clássica história de Cinderela, com algumas pequenas adaptações, como, por exemplo, um padrasto no lugar da madrasta, um bracelete em vez do sapatinho de cristal, um filósofo com poderes mágicos cumprindo a função da fada-madrinha, e a troca de identidade entre o príncipe e um de seus criados. O final, claro, é feliz, com Cinderela conquistando seu príncipe.
A atual produção do Theatro São Pedro está, em seus aspectos cênicos, praticamente sob a total responsabilidade do diretor italiano Davide Garattini, que, além dirigir, concebeu os cenários, e a iluminação da montagem. Os figurinos são do Istituto Europeo di Design. Tudo tem seus altos e baixos, e o ponto mais fraco é a iluminação completamente equivocada, com fortes contrastes entre as cenas, ora tudo muito claro, ora muito escuro. O efeito não funciona a contento.
Os cenários são bastante simples, e funciona melhor aquele da residência de Don Magnifico, enquanto o do castelo de Don Ramiro é bem menos satisfatório. Os figurinos são em geral corretos, destoando um pouco aqueles de Clorinda e Tisbe, exagerados no tom caricato. A direção de Garattini seque pelo mesmo caminho, com bom rendimento geral dos solistas, apesar do exagero na caricatura das duas irmãs, que em um ou dois momentos beira o mau gosto.
Nesta quinta récita, a Orquestra do Theatro São Pedro esteve bem, sob a condução de Emiliano Patarra, sem brilho maior, no entanto. Foi correta a interpretação da abertura da ópera. Já o Coro sem nome, que, até onde sei, não é fixo da casa e é arregimentado sempre que necessário, não foi nada bem. Preparados por Dálete Alécio, e sem qualquer senso de estilo, os coristas pareciam cantar para salvar a mãe da forca.
Apesar de algumas observações, relatadas a seguir, os solistas foram o ponto alto da noite. O Alidoro de Carlos Eduardo Marcos foi razoável, assim como razoavelmente satisfatória foi sua interpretação da ária Là del ciel nell’arcano profondo. Dando vida às irmãs Clorinda e Tisbe, as também irmãs Edna D’Oliveira (soprano) e Edneia de Oliveira (mezzosoprano), descontado o tom exageradamente caricato empregado pela direção em relação às suas personagens, tiveram boa atuação cênica e foram corretas vocalmente.
O barítono Homero Velho exibiu excelente interpretação cênica como Dandini, o criado que se passa por príncipe. Vocalmente, oscilou. Teve bons momentos, como o dueto com o verdadeiro príncipe (Zitto, zitto, piano, piano), que inicia o Finale do primeiro ato e depois evolui para um quarteto. Outro bom momento foi o dueto com Don Magnifico no segundo ato, Un segreto d’importanza. Vale destacar ainda sua ótima pronúncia em italiano, especialmente nos ataques de tagarelice típicos da ópera-bufa. Por outro lado, sua ária do primeiro ato, Come un’ape nei giorni d’aprile, ficou muito aquém do esperado, e sua técnica para enfrentar as coloraturas rossinianas se mostrou completamente ineficaz.
O tenor lírico-ligeiro uruguaio Leonardo Ferrando foi um ótimo príncipe Don Ramiro, e apresentou uma voz privilegiada de tenor leve, que só tem a evoluir com o tempo. Desde seu primeiro dueto com Cenerentola, Un soave non so che, passando pelo dueto já citado com Dandini e em todos os demais ensembles, o artista demonstrou talento e segurança. Sua grande ária no segundo ato, Sì, ritrovarla io giuro, foi muito bem cantada. Por outro lado, precisa caprichar mais no seu desempenho cênico. Ele pareceu muito preso às vezes, embora seja difícil precisar até que ponto a direção pode ter influenciado neste aspecto.
O barítono-bufo italiano Bruno Praticò teve ótima atuação como o barão Don Magnifico, padrasto da protagonista. Brilhante cenicamente, demonstrou ainda agilidade vocal adequada e capricho em sua performance. Suas duas árias receberam interpretação exemplar: Miei rampolli femminini e Sia qualunque delle figlie, esta última recheada de precisos ataques de tagarelice. Enriqueceu ainda todos os ensembles de que participou e, de quebra, conquistou o público com seu carisma.
A mezzosoprano italiana Loriana Castellano foi uma encantadora Cenerentola. Se lhe faltou, em alguns raros momentos, melhor projeção, sua preciosa técnica de mezzo coloratura e seu lindo timbre proporcionaram enorme prazer aos ouvidos. Seus melhores momentos foram o dueto com Don Ramiro, já citado; as várias vezes em que entoou a canção Una volta c’era un re; o quinteto Parlar… Pensar… Vorrei…, no Finale do primeiro ato; seu solo final acompanhado de coro, Non più mesta; e a pequena joia que é o sexteto Questo è un nodo avviluppato, com seus deliciosos staccati – momento este, aliás, em que todos os solistas participantes brilharam. Foi uma noite notável da mezzo, que, além de cantar maravilhosamente, também é bem carismática e ótima atriz. Um nome que merece voltar mais vezes ao Brasil.
No geral, a produção da ópera deste gênio que é Rossini, se não foi inesquecível, teve muito mais aspectos positivos que negativos, e coloca o Theatro São Pedro definitivamente no mapa da ainda insuficiente cena lírica brasileira.
Leonardo Marques
Fonte: http://www.movimento.com/
Na realidade quero parabenizar o Diretor do Theatro São Pedro, Paulo Ésper, que conseguiu fazer uma ópera de forma respeitável em um Theatro pequeno, com recursos bem menores que o Theatro Mvnicipal e foi uma montagem elegante, fugurinos interessantes, e as vozes foram adequadas principalmente na primeira récita.Tive a sensação de que os cantores já estavam mais cansados, na última apresentação que assisti dia 25 de março.
ResponderExcluirEspero que o Theatro cada vez mais se afirme na cena lírica brasileira, como um Theatro de Ópera e torço muito para que ele cresça e principalmente que sua jovem orquestra amadureça cada vez mais, sem dúvida nenhuma espero que eles continuem no caminho certo.