OSESP: ARMSTRONG REGE MOZART E WAGNER E O CONTRALTO NATHALIE STUTZMANN CANTA COM O FREIO DE MÃO PUXADO. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Dando sequência a sua temporada a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo apresentou no último dia 11 de Abril um programa de peso na Sala São Paulo. Mozart e Wagner, dois ícones da música mundial. De Mozart tivemos a bela Sinfonia nº 41 em Dó Maior, KV 551 - Júpiter e de Richard Wagner as canções ,Wesendonck Lieder , mais Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Amor e Os Mestres Cantores de Nürnberg: Prelúdio.
O maestro convidado para a noitada foi o experiente Sir Richard Armstrong, o homem entende de música clássica e mostrou todo seu talento junto da OSESP. Sua leitura da Sinfonia Júpiter de Mozart foi deveras interessante. Extraiu da orquestra uma musicalidade mozartiana com brilho e belas harmonias entre os naipes. Conseguiu a proeza de fazer os metais soarem luminosos. O homem tirou tudo que pode da orquestra.
A decepção da noite ficou por conta do contralto Nathalie Stutzmann, interpretar lieder não é para qualquer um, música intimista que exige técnica refinada e um monte de qualidades vocais. Muitas vezes lieder pode ser chato pacas, mas esse ciclo de canções é até interessante.
Nathalie Stutzmann,foto internet
O contralto cantou as canções Wesendonck Lieder de Wagner com freio de mão puxado. Sua voz soou baixa, sem volume e projeção. A mulher tem belos graves, muitas vezes densos e raros e um timbre luminoso, mas foi econômica em mostrá-los. Sentei no melhor lugar da Sala São Paulo, acústica impecável e foi duro ouvir a voz do contralto. Conversando com outros espectadores a impressão deles foi a mesma. A vovó que estava ao meu lado até imaginou que precisava consultar um otorrinolaringologista. Lieder é música intimista, mas quando se canta em um lugar com a presença de mais de mil pessoas tem que soltar a voz para ser ouvida . Não é como cantar na sala de casa.
Sir Richard Armstrong, foto internet
O ponto alto da noitada foi Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Amor. Armstrong fez da OSESP uma orquestra wagneriana de excelência, tempos corretos em uma partitura complicada. A leitura do Sir inglês emociona fazendo a orquestra tocar com qualidade marcante. Os Mestres Cantores de Nürnberg: Prelúdio encerrou a apresentação em clima de festa, fechou com gala uma noite em que a OSESP esteve , no mínimo , brilhante.
Ali Hassan Ayache
O maestro convidado para a noitada foi o experiente Sir Richard Armstrong, o homem entende de música clássica e mostrou todo seu talento junto da OSESP. Sua leitura da Sinfonia Júpiter de Mozart foi deveras interessante. Extraiu da orquestra uma musicalidade mozartiana com brilho e belas harmonias entre os naipes. Conseguiu a proeza de fazer os metais soarem luminosos. O homem tirou tudo que pode da orquestra.
A decepção da noite ficou por conta do contralto Nathalie Stutzmann, interpretar lieder não é para qualquer um, música intimista que exige técnica refinada e um monte de qualidades vocais. Muitas vezes lieder pode ser chato pacas, mas esse ciclo de canções é até interessante.
Nathalie Stutzmann,foto internetO contralto cantou as canções Wesendonck Lieder de Wagner com freio de mão puxado. Sua voz soou baixa, sem volume e projeção. A mulher tem belos graves, muitas vezes densos e raros e um timbre luminoso, mas foi econômica em mostrá-los. Sentei no melhor lugar da Sala São Paulo, acústica impecável e foi duro ouvir a voz do contralto. Conversando com outros espectadores a impressão deles foi a mesma. A vovó que estava ao meu lado até imaginou que precisava consultar um otorrinolaringologista. Lieder é música intimista, mas quando se canta em um lugar com a presença de mais de mil pessoas tem que soltar a voz para ser ouvida . Não é como cantar na sala de casa.
Sir Richard Armstrong, foto internetO ponto alto da noitada foi Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Amor. Armstrong fez da OSESP uma orquestra wagneriana de excelência, tempos corretos em uma partitura complicada. A leitura do Sir inglês emociona fazendo a orquestra tocar com qualidade marcante. Os Mestres Cantores de Nürnberg: Prelúdio encerrou a apresentação em clima de festa, fechou com gala uma noite em que a OSESP esteve , no mínimo , brilhante.
Ali Hassan Ayache
Ali, ontem estive lá, sentei na terceira fila da plateia, e infelizmente devo concordar com você, ela cantou com o freio de mão puxado, e eu senti isso na terceira fila (então o pessoal de trás a coisa ficou bem mais silenciosa!), talvez ela não estivesse bem, pois cheguei a escutar uma certa respiração ofegante por parte dela.
ResponderExcluirEspero que hoje ela esteja bem melhor, pois irei novamente lá para conferir.
Você provavelmente quis dizer que "lied" é música intimista, pois "lieder" é o plural. Um crítico de música deveria saber disso. Quanto aos "tempos corretos" da Orquestra, o que quer isso dizer? Existe uma única interpretação possível acerca da execução desses tempos, ou a obra dá alguma margem de escolha ao intérprete, dentro de uma faixa de possibilidades de tempos? Quem determina essa suposta "correção"? Os tempos são corretos para quem, sob a perspectiva de quem? Suponho que você também seja maestro e conheça a fundo os tempos "propostos" - e não "impostos" - pela partitura para fazer uma tal afirmação (compará-la apenas auditivamente com outra gravação não vale, pois seria tomar essa gravação como medida única).
ResponderExcluirAssisti o espetáculo sábado e achei fraca a apresentação da sinfonia 41 de Mozart que deve ser vibrante e me pareceu apagada e morna.
ResponderExcluirConcordo com a opinião sobre a contralto, estava na fila F e quase não a ouvia. Da mesma forma que a "vovó" saí pensando em marcar uma nova audiometria.
Felizmente Tristão e Isolda trouxeram a OSESP de volta e pude voltar contente para casa.
Como fui novamente no Sábado pude verificar que ela foi um pouco melhor, certamente o clima de São Paulo não a favoreceu, espero que sua voz melhore bastante até terça feira !
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