RECITAL DÁ INÍCIO AO CONCURSO MARIA CALLAS 2013. CRÍTICA DE LEONARDO MARQUES NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

Premiados de edições anteriores se apresentaram no Theatro São Pedro-SP.

 MOSAICO-600

Neste sábado, 13 de abril, foi aberto oficialmente o 11° Concurso Brasileiro de Canto Maria Callas. Um recital reunindo alguns dos vencedores e/ou premiados em edições anteriores do certame bienal foi o pontapé inicial deste importante evento.
O programa da apresentação, no Theatro São Pedro, em São Paulo, contou com vários trechos de ópera, todos bem acompanhados ao piano pelo regente italiano Marco Boemi, que, na véspera, regera a Orquestra do Theatro São Pedro durante recital do tenor catalão José Bros.
A noite foi aberta pelas representantes da 2ª edição do concurso (1995), as irmãs Edna D’Oliveira e Edneia de Oliveira, respectivamente soprano e mezzosoprano. Edna cantou, do Otello, de Verdi, a Ave Maria; enquanto Edneia atacou, com certa dificuldade, O don fatale, do Don Carlo, do mesmo compositor. Em seguida, ambas interpretaram, de Aida, sempre de Verdi, o dueto do segundo ato, Fu la sorte dell’armi. A sensação que ficou foi que as irmãs não escolheram bem as peças que apresentaram.
Após o que, entrou no palco o tenor Marcello Vannucci, representando a 3° edição do concurso (1997), que, se não foi perfeito, deu muito boa conta da ária Celeste Aida, naturalmente também da Aida verdiana. Em seguida, a soprano Silviane Bellato, premiada na 4ª edição (1999), ofereceu Pace, pace, mio Dio, da ópera A Força do Destino, sempre de Verdi. Considerando que a solista não estava em boas condições de saúde, foi uma boa interpretação.
Logo depois, exibiram-se dois representantes da 5ª edição do Maria Callas (2001): o barítono David Marcondes, que exibiu uma voz bastante segura e muito bem projetada em Eri tu, de Un Ballo in Maschera (sempre Verdi); e a mezzosoprano Magda Painno, que cantou razoavelmente a Habanera, da Carmen, de Bizet.
Da 6ª edição (2003), apresentaram-se a soprano Marília Vargas e o tenor Richard Bauer. Este ofereceu, com alguma dificuldade, da Tosca, de Puccini, a ária Recondita armonia; enquanto Marília interpretou, do Romeu e Julieta, de Gounod, a ária Je veux vivre. Salvo por uma nota aguda não muito bem encaixada no finalzinho da ária, foi uma linda interpretação da soprano, que demonstrou boa técnica e um belo timbre.
A mezzosoprano Keila de Moraes (7ª edição, 2005), outra que não estava bem de saúde, segundo informações recebidas depois do recital, apresentou uma ária rara em terras brasileiras: Adieu Forêts, da ópera A Donzela de Orleans (Joana D’Arc), de Tchaikovsky. A solista não começou muito bem, mas foi crescendo ao longo da apresentação, conseguindo razoável resultado final. Logo depois, apresentou-se a soprano Taís Bandeira (8ª edição, 2007), que ofereceu ótima interpretação de outra raridade: a ária Höre ich Zigeunergeigen, da opereta Gräfin Mariza, de Imre Kálmán Koppstein.
Encerrando o recital, apresentaram-se a mezzosoprano Ana Lúcia Benedetti (9ª edição, 2009) e o tenor Giovanni Tristacci (10ª edição, 2011). Benedetti ofereceu ótima versão de Acerba voluttà, da ópera Adriana Lecouvreur, de Francesco Cilea (compositor ignorado pelos teatros brasileiros, sempre faço questão de registrar), apresentando muito boa técnica e um lindo timbre. Já Tristacci pareceu dar um passo maior que a perna ao enfrentar a terrível ária de Edgardo, em Lucia di Lammermoor, Fra poco a me ricovero.
Feita a conta final, foi um agradável recital, que terminou com todos no palco cantando o brinde de La Traviata (Libiam ne’ lieti calici), com alguns tenores e sopranos se revezando nas partes solistas, enquanto os demais faziam o coro. Bela homenagem ao mestre máximo da ópera.
Leonardo Marques
Fonte: http://www.movimento.com/

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