ENFIM UM GRANDE PROGRAMA NA OSESP. MAS O PÚBLICO! CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

  
   Depois de algumas semanas com uma programação inconsistente a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo voltou no último dia 16 de Maio com um belo programa de música clássica. De Felix MENDELSSOHN-BARTHOLDY tivemos A Gruta de Fingal, Op.26 , de Wolfgang A. MOZART , Sinfonia Concertante em Mi Bemol Maior, KV 297b e pra fechar a noite Franz SCHUBERT , Sinfonia nº 9 em Dó Maior, D 944 - A Grande.
   Quem roubou a cena foi o maestro, John Nelson conduziu a OSESP com precisão, percebesse seu domínio sobre a música e principalmente sobre a orquestra. Gestos claros e limpos levaram a orquestra a tocar com precisão e com elevado nível de qualidade. O maestro não fica dando pulinhos , gesticulando e fazendo firulas ( Tortelier é especialista nisso) sem necessidade, rege o necessário em nome da boa musicalidade orquestral.
Gruta de Fingal, foto Internet
   A inspiração de Mendelssohn para a obra A Gruta de Fingal se deve a uma viajem a Escócia, o som emitido pela gruta deu inspiração a uma música de grande beleza melódica, dois grandes temas trazem uma música inspiradora. A OSESP tocou com inspiração , mostrou todas as belas melodias da obra.
   A Sinfonia Concertante de Mozart segue a tradição alemã para quatro instrumentos. Oboé, clarinete, trompa, fagote foram solados por músicos da casa, os três moviementos tem belos temas e foram apresentados de maneira satisfatória pela orquestra. Pequenas escorregadas e desencontros dos solistas ocorreram, mas nada que tirasse o dinamismo e o brilho da obra.
Schubert, foto internet
     Após um merecido intervalo vem a obra prima e Schubert, a Sinfonia número 9 , intitulada A Grande. A obra é recheada de  melodias que agradam ao ouvido em seus quatro longos movimentos, por isso o apelido. A OSESP tocou de forma arrasadora: força nos metais, suavidade nas cordas e uma bela emissão das madeiras fizeram a música de Schubert ficar grande. Grande apresentação!
   O ponto negativo foi o público, não os frequentadores assíduos e assinantes e sim os convidados de uma empresa patrocinadora do evento. Antes do início, no intervalo e no fim eles se esbaldaram em um regabofe reservado, colocaram suas melhores roupas e mostraram a cara para todos. A empresa teve reservado todo o coro e camarotes. A comezaina deve tê-los afetado. Tudo normal, lindo e maravilhoso desde que eles saibam comportar em um concerto. Palmas entre os movimentos foram exaustivas e fotos pra todos os lados também. Esse é o retrato dos executivos brasileiros, conseguem fechar grandes negócios e não sabem se portar em uma sala de concertos. Caro presidente da empresa Saint-Gobain quando convidar seus subordinados a um evento de música clássica mande fazer um manual de boa conduta.
Ali Hassan Ayache. 

Comentários

  1. Marcelo Lopes Pereira17 de maio de 2013 às 10:10

    Qualquer empresa patrocinadora que vá na OSESP pode fazer seu "regabofe", desde que seja aberto a todo o público, acho um absurdo eventos fechados em salinhas, em um local onde o Estado de São Paulo é o principal patrocinador.
    Ou faz-se o regabofe para todos ou para ninguém !

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  2. Quem é você pra falar do maestro Tortelier

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  3. Assisti a este concerto ontem as 16:30. Foi o primeiro concerto que presenciei (apesar de adorar música clássica) e achei espetacular o controle do maestro John Nelson. A sinfonia 9 de Schubert é uma das minhas sinfonias favoritas e a OSESP a executou muito bem. O público se comportou bem, tirando a sinfonia de tosses e um celular tocando durante A Gruta de Fingal. Esta tarde ficará para sempre na minha memória!

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