OSESP EM UM PROGRAMA SEM PÉ NEM CABEÇA. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

   Um programa sem pé nem cabeça, sem eira nem beira , assim defino a apresentação da OSESP dessa semana, tivemos  de Luís de Freitas BRANCO , Paraísos Artificiais , de João Guilherme RIPPER ,Cinco Poemas de Vinicius de Moraes encomenda Osesp. Estreia Mundial e após o intervalo Ludwig van BEETHOVEN , Sinfonia nº 7 em Lá Maior, Op.92. Não existe a menor relação entre as peças, mas fazer o que! A obra Paraísos Artificiais tem musicalidade lírica e uma inspiração romântica, nas mãos da maestrina Alondra de la Parra a orquestra mostrou forte musicalidade. Uma obra interessante do repertório do século XX.
Carmen Monarcha, foto Internet
   Vinicius de Moraes era um grande letrista de música, quando se aventurava no campo da poesia seus amigos o chamavam de "poetinha" . Apelido carinhoso ou irônico? A resposta é complexa e varia de acordo com o gosto do freguês. A ideia da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo de musicar cinco seus poemas é deveras interessante, o contratado para a composição foi João Guilherme Ripper. Sua visão musical dos poemas é melodiosa e açucarada, nada muito empolgante . Música correta que captura um pouco da atmosfera de Vinicius de Moraes. Camen Monarcha cantou os cinco poemas com voz lírica ,timbre escuro e de tamanho pequeno. Encoberta pela orquestra algumas vezes mostrou boa projeção em uma voz melodiosa e harmônica. No último dos poemas sua voz decaiu, demonstrou cansaço vocal e sofreu para se fazer ouvir. Cantar ao lado de Andre Rieu com um microfone é fácil dona Carmen, cantar natural em uma sala enorme a coisa complica.
 Alondra de la Parra, foto Internet
    A Sinfonia nº 7 em Lá Maior, Op.92 trouxe uma maestrina apressada nos tempos, correu e perdeu as nunces da belíssima música de Beethoven. Os músicos tiveram que rebolar para acompanhar o rápido ritmo da maestrina. Sua regência é moderna , com gestos simples e práticos. As trompas derraparam, as cordas estiveram em noite inspirada e as madeiras perfeitas. Diferente de alguns que adoram fazer firulas no tablado Alondra de la Parra rege com precisão e economia.
   Para melhorar tudo isso ela é de uma beleza estonteante, juntamente com Carmen Monarcha , outra gata do canto lírico, mostrou toda a exuberância e beleza feminina no palco. Afinal, é melhor ver as duas beldades que encarar um cabeludo feioso ou um careca.
Ali Hassan Ayache
ali.hassan.02@hotmail.com