PARA A DIREÇÃO DA OSESP CONCERTO BOM É COM SALA VAZIA. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Sala São Paulo, foto Internet
A escolha do programa de um concerto não é algo aleatório. Existe lógica na seleção, combinam-se dois compositores de um mesmo período histórico ou obras que sejam complementares. Parece que essa regra não é levada em consideração pela direção da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Programas com disparidades e distantes um do outro são a regra das apresentações desse ano.
Sabemos que os nobres diretores da OSESP não gostam de concertos com lotação máxima, primeiro praticamente acabaram com o ingresso da hora, impedindo dezenas de pessoas de assistirem aos eventos a preços populares. Mais uma vez eles se superaram, a escolha do programa dessa semana foi no mínimo desastrosa, tivemos de Ludwig van BEETHOVEN o Concerto nº 5 Para Piano em Mi Bemol Maior, Op.73 - Imperador e de James MACMILLAN ,O Sacrifício: Três Interlúdios e para fechar a noite Albert ROUSSEL ,Baco e Ariana, Op.43: Suíte nº 2.
A primeira parte foi soberba, o famoso Concerto para piano Imperador é um dos mais belos do repertório. Convidaram uma das melhores pianistas da atualidade para tocá-lo, Hélène Grimaud tem uma técnica fantástica, toca com emoção e interpreta o concerto com vivacidade e maestria. Não tem medo de correr riscos e desce a mão no piano. A OSESP regida por Stéphane Denève teve o som das grandes orquestras do mundo, condução harmoniosa entre os naipes e uma sonoridade ímpar. Tudo perfeito.
Depois de um banquete desses é esperado algo do mesmo nível certo! Errado, algum gênio da programação da OSESP resolve colocar dois compositores praticamente desconhecidos por aqui. Não tenho nada contra MACMILLAN e ROUSSEL , não conheço a música deles e não vejo nada de interessante ter que ouví-los após um Beethoven. As músicas não combinam , deu até sono.
O público sabendo disso debandou, parte dele nem esperou o fim do intervalo e se mandou para casa. Alguns ainda sofreram e viram a obra de Macmillan e na pausa foram embora. Será que a direção da OSESP não sabe que um programa desses é fora dos padrões. Servir um banquete na primeira parte do concerto e depois oferecer um pão com mortadela dá nisso. Os diretores da OSESP devem gostar de concertos com sala vazia.
Ali Hassan Ayache
A escolha do programa de um concerto não é algo aleatório. Existe lógica na seleção, combinam-se dois compositores de um mesmo período histórico ou obras que sejam complementares. Parece que essa regra não é levada em consideração pela direção da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Programas com disparidades e distantes um do outro são a regra das apresentações desse ano.
Sabemos que os nobres diretores da OSESP não gostam de concertos com lotação máxima, primeiro praticamente acabaram com o ingresso da hora, impedindo dezenas de pessoas de assistirem aos eventos a preços populares. Mais uma vez eles se superaram, a escolha do programa dessa semana foi no mínimo desastrosa, tivemos de Ludwig van BEETHOVEN o Concerto nº 5 Para Piano em Mi Bemol Maior, Op.73 - Imperador e de James MACMILLAN ,O Sacrifício: Três Interlúdios e para fechar a noite Albert ROUSSEL ,Baco e Ariana, Op.43: Suíte nº 2.
A primeira parte foi soberba, o famoso Concerto para piano Imperador é um dos mais belos do repertório. Convidaram uma das melhores pianistas da atualidade para tocá-lo, Hélène Grimaud tem uma técnica fantástica, toca com emoção e interpreta o concerto com vivacidade e maestria. Não tem medo de correr riscos e desce a mão no piano. A OSESP regida por Stéphane Denève teve o som das grandes orquestras do mundo, condução harmoniosa entre os naipes e uma sonoridade ímpar. Tudo perfeito.
Depois de um banquete desses é esperado algo do mesmo nível certo! Errado, algum gênio da programação da OSESP resolve colocar dois compositores praticamente desconhecidos por aqui. Não tenho nada contra MACMILLAN e ROUSSEL , não conheço a música deles e não vejo nada de interessante ter que ouví-los após um Beethoven. As músicas não combinam , deu até sono.
O público sabendo disso debandou, parte dele nem esperou o fim do intervalo e se mandou para casa. Alguns ainda sofreram e viram a obra de Macmillan e na pausa foram embora. Será que a direção da OSESP não sabe que um programa desses é fora dos padrões. Servir um banquete na primeira parte do concerto e depois oferecer um pão com mortadela dá nisso. Os diretores da OSESP devem gostar de concertos com sala vazia.
Ali Hassan Ayache
mas se vc for mais fundo vai ver que estas coisas acontecem por causa de quem? de quem? e quem?
ResponderExcluirinclusive se soma à algumas idéias mirabolantes de "meia sala" nos concertos de câmara e recitais, com solistas virados pra sei lá onde, penalizando quem fica às costas deles. Sei que a Osesp não é mais aquela de dias de glória!!
Tudo pelas mãos de seu diretor artistico que "acha" que entende de música clássica. Pena, porque o público e a própria orquestra perde muito com isso.
Concordo, e os preços sempre altos e como diz o critico " pão com mortadela? depois de comer um banquete quem é que ao menos experimenta?" falta muita Coesão e mais sensibilidade ao potencial das pessoas de baixa renda.
ResponderExcluirCaro anônimo, pense bem:
ExcluirNão são todas as pessoas de alta renda que tem cultura,
nem todas as pessoas de baixa renda que tem baixa cultura.
É muito mais fácil termos pessoas de alta cultura e baixa renda, do que pessoas de alta renda e alta cultura, pois a cultura e o estudo não são nem um pouco valorizados no Brasil, nem quero entrar nessa seara,pois todos sabemos o que é bem valorizado no Brasil...
O Povo valoriza o que gosta, qual o seu preconceito em tudo isso?
ExcluirAh, esses conservadores e sua mentalidade retrógrada...é óbvio que, para atrair público para novos compositores e novas experimentações, é preciso usar, como isca, uma refeição já bastante conhecida, mastigada, digerida, testada e aprovada - enfim, o "mais do mesmo" que os amantes da nostalgia e do passado adoram ver repetido mil vezes, por terem preguiça de pensar sobre o novo, ou seja, sobre o que ainda não foi pensado. O Beethoven um dia foi novidade, e deve ter sido programado junto com autores já bastante tradicionais à sua época, e provavelmente algum crítico de visão míope e mentalidade tacanha deve ter achado um absurdo essa mistura...ou será que Bethoven já nasceu velho e tradicional?
ResponderExcluirPor acaso faz sentido manter uma orquestra do tamanho e qualidade da OSESP para tocar eternamente a Suíte nº 1 da "Carmen" de Bizet? Trate de aceitar o menu completo, que aliás, é muito interessante. Não conheço essa peça do McMillan, mas "Bacchus et Ariane" é belíssima e expõe muitas qualidades da orquestra.
ResponderExcluirParabéns à OSESP. Que continue o trabalho de aliar popularidade e qualidade de programação. Não se deixem cair na mesmice que costuma afetar nossos produtores culturais que nos obrigam a ouvir somente Beethoven e Rachmaninov.
P.S. : por que não reler artigo do maestro Osvaldo Colarusso publicado neste mesmo blog?
http://operaeballet.blogspot.com.br/2013/01/a-mesmice-na-musica-classica-exewmplo.html
Caro Geraldo,
ResponderExcluirNão é uma questão de ser tradicional ou conservador, mas sim uma questão de realidade. As pessoas que vão assistir concertos no Brasil, não tem mesma familiaridade com a música contemporânea como em países como França e Alemanha.
Segunda parte, diga-me quantos compositores de grade magnitude do século XX até hoje, fizeram música que emocionasse as pessoas?, que fizesse elas ficar com aquela melódia na cabeça para sempre? A música se tornou algo cerebral e acadêmico, e o que está em questão não é o atonalismo, mas sim as técnica de composições que se usa. Pode-se fazer musica, sem centro tonal e com muita dissonância, mas tem que ser intuitiva, não algo dentro de padrões (limitação).
Obrigado.
Carlos Hortmann
Ali, Acredito que o programa deveria ter sido invertido, a proposta foi muito boa, as músicas apresentadas na segunda parte também foram interessantes.
ResponderExcluirEm 2011 tivemos uma Sinfonia de Arnold Schoenberg, num concerto de Nelson Freire, o que sabiamente foi feito foi a inversão dos programas, escutei inúmeras queixas e lamúrias à respeito daquela Sinfonia, porém como tínhamos um Nelson Freire depois, ninguém se evadiu da Sala. E muitos conheceram a Schoenberg. Nesse caso o maior problema reside na falta de curiosidade do público em relação ao diferente e inusitado na música.
Oi parabéns pela critica, mas na minha opinião ta meio Amadora, você precisa estudar um pouco mais, nao pode sair assim escrevendo sem ter conhecimento técnico e habilidades musicais, você estuda música?
ResponderExcluirBjs
Keila Cavalcante
Ele não critico, é um aventureiro que pensa que sabe alguma coisa!
ExcluirCaro Carlos,
ResponderExcluirSe formos usar esse raciocínio, não é só com a música contemporânea que o Brasil não tem familiaridade, mas com a música erudita como um todo, de qualquer período, e aí deveríamos incentivar só pagode, axé, sertanejo, funk pornoerótico e batidão aqui. O que eu quero dizer é que muita música conhecida hoje, aceita e repetida à exaustão, e por isso tornada tradicional, um dia já foi nova e desconhecida também. Beethoven foi um "moderno" para a sua época, e deve ter sofrido o mesmo tipo de crítica e de resistência. Quanto a ser uma realidade..bem, as realidades estão aí para serem mudadas, e não para nos conformarmos a elas. Por fim, sou adepto de Edouard Hanslick, que, em seu polêmico livro "Do Belo Musical", discorda que a função da música seja provocar emoções e sentimentos.Veja bem, ele não nega que a música tenha a capacidade de emocionar, apenas defende que o critério para se julgar a música não seja a emoção, e sim a linguagem musical em si, as formas e as relações sonoras etc. Independentemente disso, eu me emociono quando ouço Stravinsky, Shostakovich, Bartok, entre outros, mas não é com base nisso que eu os aprecio.