CHEGA DE BARULHO ... ARTIGO DE MARCELO LOPES PEREIRA NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.




   Esse ano acompanhei a inúmeros concertos principalmente na Sala São Paulo, e com menor frequência no Theatro Mvnicipal, também frequentei o Theatro São Pedro, o MUBE, e a Fundação Maria Luísa e Oscar Americano, em diversos concertos de orquestras e grupos nacionais e internacionais. Infelizmente, o que temos de mais comum em todos esses lugares é um público barulhento, conversando fora de hora e até falando  alto. O pior de tudo, é que  em quase todos os concertos, sempre há um celular tocando fora de hora. É absurdamente incrível, como as pessoas ainda se esquecem de desligar esses aparelhos no sagrado momento dos concertos.
Alguns conseguem deixar o celular no silencioso, porém  quando sento em lugares elevados que permitem ver a plateia a cena é quase sempre a mesma, as telas iluminadas piscam como holofotes durante as apresentações, já flagrei  ao meu lado pessoas lendo e escrevendo e-mails enquanto fingem “assistir” ao concerto, simplesmente não conseguem se desligar das insanidades mundanas predominam em nossas atribuladas rotinas. É de praxe a equipe da Sala São Paulo ficar o concerto inteiro correndo atrás de espertinhos que insistem em ligar seus celulares e alguns tentam até filmar o que certamente não irão assistir depois. Muitos  já nem prestam atenção quando estão lá, porém irão exibir a gravação como uma espécie de “troféu cultural” para os outros, que nem imaginam o que é música de verdade.
Outro grave problema que ocorre, principalmente na Sala São Paulo devido a sua acústica sublime e chão de madeira, é a massiva queda de objetos durante a apresentação de quase todo o concerto. Acredito que devem cair bengalas, bolsas, celulares, dentaduras, pois é uma barulheira só, as vezes lembra uma construção.
Foto Internet
As sugestões a seguir valem para todas as salas de concerto que frequento:
Para que as quedas de objetos sejam evitadas ao máximo, sugiro que o público  seja orientado a obrigatoriamente colocar os objetos pessoais no chão, embaixo de sua cadeira, deve-se  criar um guarda volumes, para que as mulheres possam guardar suas imensas e inseparáveis bolsas.
Outra necessidade que existe, sem dúvida nenhuma é a instalação de bloqueadores de   celular, já que as pessoas não cooperam e sem sinal os estressados não conseguirão ler e mandar e-mails durante as apresentações, e não teremos os indesejados toques.
As bengalas dos idosos não devem ficar em pé, e sim deitadas no chão próximo à eles, a equipe de apoio deve estar preparada para ajudar esses idosos e colocarem e tirarem do chão suas bengalas, já que parte deles tem imensa dificuldade em realizar os movimentos necessários para isso, quando algum idoso de bengala  senta ao meu lado eu sempre peço e  lhe  ajudo a deitar sua bengala no chão para que ruídos de queda sejam evitados ao máximo.
Nos meses mais secos e frios todos nós tossimos mais, sugiro umidificadores e um controle mais rígido da temperatura das salas para que o ambiente fique melhor respirável, com a intenção de evitar tosses e espirros em demasia, que infelizmente acabam por ocorrer em ambientes fechados.
O mais importante de tudo é que as pessoas devem se conscientizar que estão numa sala de concertos, num momento muitas vezes sublime e transcendental e devem se comportar de acordo, e se esforçarem ao máximo para manterem o silêncio, tão necessário nessa hora absolutamente sagrada.
O silêncio que deve anteceder a qualquer apresentação musical de qualidade  deve ser sempre a primeira nota, e isso depende inteiramente do público presente. Nosso mundo insano, cheio de problemas e mentes barulhentas devem ser deixados do lado de fora, pois esse é o primeiro quesito para que qualquer pessoa possa ter uma experiência que é absolutamente única e inigualável a cada concerto de música clássica ou ópera.
Marcelo Lopes Pereira

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