ÓPERA PADRÃO FIFA NO THEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO + É POSSÍVEL FAZER ÓPERA COM ELENCO NACIONAL . ARTIGO DUPLO DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
Theatro da Paz, foto Internet
Exemplos não faltam para provar que é possível fazer ópera de qualidade com elenco nacional. A Valquíria de Wagner apresentada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro é toda feita com elenco de cantores brasileiros. Que segundo as críticas e comentários que chegaram não fizeram feio. O Festival de Ópera do Theatro da Paz 2013 a ser realizado em Belém do Pará é quase todo composto por cantores brasileiros. Mas não é só de cantores que se faz uma ópera, temos uma infinidade de diretores, cenógrafos , figurinistas, iluminadores e todos os postos da equipe técnica capacitados a fazer grandes espetáculos.
Não sou de maneira alguma contrário a vinda de estrangeiros, detesto a reserva de mercado, isso é um retrocesso maléfico em qualquer área. A questão que não se cala é, para que trazer estrangeiros iguais ou muitas vezes piores em qualidade aos que temos por aqui? Um gringo para ter o direito de cantar em nossas terras tem que ser melhor , mas muito melhor que nossos artistas. Lembro que cantores de fora ganham mais, chega a ser ofensivo a diferença de valores. Sem esquecer das passagens de avião, estadia em hotéis e alimentação.
Tomando um cafezinho com uma fonte soube que a direção do TMSP tinha a "intenção" de completar a tetralogia de Wagner com a ópera Siegfried . Ofereceram como única opção de datas ao maestro Malheiro o período em que ele comanda o Festival Amazonas de Ópera em 2014. O maestro se sentiu lisonjeado e recusou o convite. Soube também que o soprano Eiko Senda não consta mais na programação da ópera Jupira e Cavalleria Rusticana , ela foi trocada por Elena lo Forte como vocês podem ver abaixo. A diferença de cachês dela para os artistas estrangeiros era exorbitante e a cantora decidiu cair fora. Temos uma excelente opção aqui no Brasil, o soprano Marina Considera de voz belíssisma ja faz por merecer uma chance de cantar no municipal paulista. Essa mesma fonte me confidenciou que a próxima baixa será o tenor Atalla Ayan, é ver pra crer.Quem cantará a Aida no lugar de Maria Jose Siri?
As mensagens do diretor John Neschling em uma famosa rede social fazem parecer que o Theatro Municipal é uma harmonia só, um paraíso na terra. Todos tocam divinamente bem em todos os concertos, ninguém erra nada e funcionários trabalham com um sorriso estampado na cara de felicidade. Uma frase dele chama a atenção: " Os ensaios para a Aida que estão correndo a todo vapor na cúpula do nosso Theatro tem entusiasmado a quem canta e a quem ouve. Fico extremamente feliz ao receber dos nossos coristas agradecimentos por ter trazido Marco Gandini para dirigir cenicamente a produção. E também fico encantado ao ouvir o Coro aplaudir com entusiasmo os solistas que ensaiam a plena voz. A excitação da pré-estréia é contagiante. Ainda mais quando..." .
Nessa mesma rede o famoso maestro nos dá detalhes da produção, diz que : "são mais de 1.500 metros quadrados de superfície de cenário, onde há diversas colunas de 10 metros de altura (mais 2 metros de viga)- altura de edifícios de 4 andares! Foram usados mais de 500 litros de tinta e vernizes, mais de 7 toneladas de ferro, mais de 8000 parafusos. Um olho de esmalte, por exemplo, que adorna o cenário tem 13 metros de comprimento e 2 metros e meio e altura. Nossos figurinos usaram mais de 500 metros de tecido e nossa iluminação usa mais de 300 refletores. E mais desses detalhes poderiam ajudar a termos uma ideia da grandiosidade do que estamos produzinho".
Ano que vem teremos Copa do Mundo de futebol, fizemos e estamos fazendo estádios padrão FIFA caríssimos, um dos fatores que levou a galera às ruas. Neschling acaba de inventar a Ópera padrão FIFA.
Ali Hassan Ayache
Jupyra
Exemplos não faltam para provar que é possível fazer ópera de qualidade com elenco nacional. A Valquíria de Wagner apresentada no Teatro Municipal do Rio de Janeiro é toda feita com elenco de cantores brasileiros. Que segundo as críticas e comentários que chegaram não fizeram feio. O Festival de Ópera do Theatro da Paz 2013 a ser realizado em Belém do Pará é quase todo composto por cantores brasileiros. Mas não é só de cantores que se faz uma ópera, temos uma infinidade de diretores, cenógrafos , figurinistas, iluminadores e todos os postos da equipe técnica capacitados a fazer grandes espetáculos.
Não sou de maneira alguma contrário a vinda de estrangeiros, detesto a reserva de mercado, isso é um retrocesso maléfico em qualquer área. A questão que não se cala é, para que trazer estrangeiros iguais ou muitas vezes piores em qualidade aos que temos por aqui? Um gringo para ter o direito de cantar em nossas terras tem que ser melhor , mas muito melhor que nossos artistas. Lembro que cantores de fora ganham mais, chega a ser ofensivo a diferença de valores. Sem esquecer das passagens de avião, estadia em hotéis e alimentação.
Tomando um cafezinho com uma fonte soube que a direção do TMSP tinha a "intenção" de completar a tetralogia de Wagner com a ópera Siegfried . Ofereceram como única opção de datas ao maestro Malheiro o período em que ele comanda o Festival Amazonas de Ópera em 2014. O maestro se sentiu lisonjeado e recusou o convite. Soube também que o soprano Eiko Senda não consta mais na programação da ópera Jupira e Cavalleria Rusticana , ela foi trocada por Elena lo Forte como vocês podem ver abaixo. A diferença de cachês dela para os artistas estrangeiros era exorbitante e a cantora decidiu cair fora. Temos uma excelente opção aqui no Brasil, o soprano Marina Considera de voz belíssisma ja faz por merecer uma chance de cantar no municipal paulista. Essa mesma fonte me confidenciou que a próxima baixa será o tenor Atalla Ayan, é ver pra crer.Quem cantará a Aida no lugar de Maria Jose Siri?
As mensagens do diretor John Neschling em uma famosa rede social fazem parecer que o Theatro Municipal é uma harmonia só, um paraíso na terra. Todos tocam divinamente bem em todos os concertos, ninguém erra nada e funcionários trabalham com um sorriso estampado na cara de felicidade. Uma frase dele chama a atenção: " Os ensaios para a Aida que estão correndo a todo vapor na cúpula do nosso Theatro tem entusiasmado a quem canta e a quem ouve. Fico extremamente feliz ao receber dos nossos coristas agradecimentos por ter trazido Marco Gandini para dirigir cenicamente a produção. E também fico encantado ao ouvir o Coro aplaudir com entusiasmo os solistas que ensaiam a plena voz. A excitação da pré-estréia é contagiante. Ainda mais quando..." .
Nessa mesma rede o famoso maestro nos dá detalhes da produção, diz que : "são mais de 1.500 metros quadrados de superfície de cenário, onde há diversas colunas de 10 metros de altura (mais 2 metros de viga)- altura de edifícios de 4 andares! Foram usados mais de 500 litros de tinta e vernizes, mais de 7 toneladas de ferro, mais de 8000 parafusos. Um olho de esmalte, por exemplo, que adorna o cenário tem 13 metros de comprimento e 2 metros e meio e altura. Nossos figurinos usaram mais de 500 metros de tecido e nossa iluminação usa mais de 300 refletores. E mais desses detalhes poderiam ajudar a termos uma ideia da grandiosidade do que estamos produzinho".
Ano que vem teremos Copa do Mundo de futebol, fizemos e estamos fazendo estádios padrão FIFA caríssimos, um dos fatores que levou a galera às ruas. Neschling acaba de inventar a Ópera padrão FIFA.
Ali Hassan Ayache
ANTÔNIO FRANCISCO BRAGA
JUPYRA
PIETRO MASCAGNI
CAVALLERIA RUSTICANA
15 ter 20h | 17 qui 20h | 19 sab 20h | 20 dom 18h | 22 ter 20h | 24 qui 20h | 26 sab 20h | 27 dom 18h
Orquestra Sinfônica Municipal
Coral Lírico
Victor Hugo Toro – Regente
Pier Francesco Maestrini – Direção Cênica
Juan Guillermo Nova – Cenografia
Luca Dall’Alpi – Figurinos
Pascal Merat – Desenho de luz
Jupyra
Angeles Blancas Gulin (15, 19, 22, 24, 27)
Elena Lo Forte (17, 20, 26)
Carlito
Marcello Vannucci (15, 19, 22, 26)
Fernando Portari (17, 20, 24, 27)
Rosália
Marina Considera (15, 17, 20, 24, 27)
Taís Bandeira (19, 22, 26)
Quirino
Angelo Veccia (15, 17, 20, 22, 24, 27)
Davi Marcondes (19, 26)
Santuzza
Angeles Blancas Gulin (15, 19, 22, 24, 27)
Elena Lo Forte (17, 20, 26)
Turiddu
Fernando Portari (15, 19, 22, 26)
Richard Bauer (17, 20, 24, 27)
Alfio
Angelo Veccia (15, 17, 20, 22, 24, 27)
Davi Marcondes (19, 26)
Lola
Adriana Clis (15, 19, 22, 26)
Mere Oliveira (17, 20, 24, 27)
Lucia
Lídia Schäffer
Aida
Lídia Schäffer
AGOSTO
GIUSEPPE VERDI
AIDA
09 sex 20h | 11 dom 18h | 13 ter 20h | 15 qui 20h | 17 sab 20h |
18 dom 18h | 20 ter 20h | 22 qui 20h | 24 sab 20h | 25 dom 18h
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Coral Lírico
Balé da Cidade de São Paulo
John Neschling – Regente
Marco Gandini – Direção Cênica
Italo Grassi – Cenografia
Simona Morresi – Figurinos
Valerio Tiberi – Desenho de Luz
Marco Berriel – Coreografia
Aida
Maria Billeri (11, 15, 18, 24)
Amneris
Tuija Knihtlä (09, 13, 17, 20, 22, 25)
Laura Brioli (11, 15, 18, 24)
Amonasro
Anthony Michaels-Moore (09, 11, 15, 18, 22, 25)
Rodrigo Esteves (13, 17, 20, 24)
Radamés
Gregory Kunde (09, 17, 20, 22, 25)
Stuart Neill (11, 13, 15, 18, 24)
Ramphis
Luiz-Ottavio Faria (09, 11, 13, 15, 18, 20, 22, 25)
Carlos Eduardo Marcos (17, 24)
Faraó
Carlos Eduardo Marcos (09, 13, 20, 22, 25)
Lukas D’Oro (11, 15, 17, 18, 24)
Mensageiro
Eduardo Trindade (09, 13, 17, 20, 24)
Gilberto Chaves (11, 15, 18, 22, 25)
Sacerdotisa
Laryssa Alvarazi (09, 13, 17, 20, 24)
Paola Rodriguez (11, 15, 18, 22, 25)
E com todo esse aparato, a produção não tem dinheiro pra comprar um mísero lanchinho (um sanduiche de metro, como era no passado recente) para levar aos camarins dos cantores, que ficam às vezes até seis horas no Theatro em dias de récita e não podem sair à rua para tomar um café no boteco da esquina durante o intervalo porque estão maquiados e vestidos com seus figurinos. Ou então, têm que se amontoar na cantina localizada no subterrâneo do Theatro, num espaço onde mal cabem umas vinte pessoas confortavelmente, e torcer para que haja bolos e salgadinhos em quantidade suficiente para dar conta da demanda, que é atendida por uma única vendedora. Satisfação garantida. Pura alegria. Entusiasmante.
ResponderExcluirEsse comentário acima descreve uma situação que passei diversas vezes em empresas que já trabalhei atualmente trabalho em um lugar que além de ter um salário irrisório nem recebo ticket para meu almoço o que me obriga a almoçar em casa, e os idiotas não percebem o quanto isso diminui a minha produtividade...
ResponderExcluirInfelizmente a cultura de exploração é o que impera em nosso país onde os detentores do poder e do capital ganham muito e os trabalhadores ficam a míngua...
Realmente, isso que o comentarista anônimo colocou apenas expressa a mesquinharia que vivemos nesse país, os músicos, cantores e trabalhadores do Mvnicipal assim como eu e os outros trabalhadores merecem muito mais respeito por parte de seus empregadores, pois os ingressos das óperas no Mvnicipal tem um preço bem salgado e vejo que esse dinheiro não é destinado aos trabalhadores que farão essas maravilhosas óperas.
Na realidade o comentário acima me deixa indignado
Só para deixá-lo mais indignado, solidário amigo Indignado, saiba que essas produções envolvem cifras milionárias de orçamento, mas não há dinheiro pra comprar dois sanduíches de metro para cada um dos dois camarins coletivos da peãozada (o masculino e o feminino). Motivador, não?! Tratamento VIP. Padrão FIFA. Totalmente excelente.
ResponderExcluirGostaria de saber o que é feito com tamanho orçamento afinal nunca sobra dinheiro para peãozada, será que ele se perde inocentemente no meio do caminho ? Existe uma lenda de um país cujo governo roubou mais de US$ 200 bilhões ? Será que fazemos parte dessa lenda ?
ResponderExcluirCusto de 1 técnico de palco italiano = custo de 3 técnicos de palco brasileiros . Capisci?
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