OSESP COM PROGRAMAÇÃO SEM FRESCURINHAS MODERNAS. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.
O concerto da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (OSESP para os íntimos) do último dia 04 de Julho (feriado na Gringolandia) teve dois diferenciais: Primeiro, devido a um pequeno acidente a substituição da maestrina Marin Alsop por Roberto Tibiriça e uma troca de repertório. Segundo, a transmissão ao vivo pela internet patrocinada por um banco de bacanas, fato que possibilita qualquer pessoa do mundo assistir ao concerto no conforto de seu lar.
Por incrível que pareça acertaram na programação, sem as frescurinhas modernas das últimas semanas tivemos de Sergei PROKOFIEV a Sinfonia nº 1 em Ré Maior, Op.25 - Clássica, de Wolfgang A. MOZART o Concerto nº 5 Para Violino em Lá
Maior, KV 219 - Turco e após o intervalo de Antonín DVORÁK a Sinfonia nº 8 em Sol Maior, Op.88 .
A Sinfonia nº 1 em Ré Maior, Op.25 - chamada de Clássica de Sergei PROKOFIEV é uma das mais admiradas e executadas do compositor. A OSESP comandada por Roberto Tibiriça fez uma apresentãção limpa, música tocada em grande estilo que mostra todas as sutilezas e as belas melodias da peça. A peça lembra as sinfonias de Mozart e Haydn com uma orquestração simples e sons harmônicos e os músicos da melhor orquestra brasileira entenderam isso e nos transportaram para esse universo.
O Concerto nº 5 para violino em Lá Maior, KV 219 - Turco é um dos cinco compostos por Mozart quando assumiu o cargo de mestre de concertos da corte do Príncipe-Arcebispo Colloredo. Querido de solistas famosos como Yehudi Menuhin é o mais executado e o mais elaborado da série dos cinco concertos compostos. Seus três movimentos mostram o violino como uma grande estrela, fazem dele um ator de teatro com andamentos melodiosos que muitas vezes se repetem ao longo da obra.
O jovem violinista Stefan Jackiw solou com grande habilidade e bom manejo do instrumento o Concerto nº 5 para violino, mostrou a atmosfera de Mozart em uma execução inspirada. Sua técnica é apurada e mostra o estilo clássico e de câmara do concerto. Solista que não se arrisca, toca na zona de conforto e faz uma apresentação correta.
Stefan Jackiw, foto internet.
Roberto Tibiriça fez uma regência com gestos claros e curtos, trouxe ao público uma música que dialoga com o solista com entradas corretas. Soube deixar os solos do violino como ator principal, não quis que sua orquestra aparecesse mais que o solista. Chamado de última hora fez um excelente trabalho com a OSESP.
Ali Hassan Ayache
Ali, esse concerto sem dúvida nenhuma é muito mais interessante que o da semana passada.
ResponderExcluirFico extremamente desconfortável com microfones numa sala de concertos, sinceramente quando cheguei na semana passada e vi os microfones, pensei: "assim até eu posso cantar "
O que são "frescurinhas modernas", senhor crítico? Poderia explicar? Seria mais um preconceito por parte de quem só vive do (e no) passado?
ResponderExcluirNenhum comentário sobre a sinfonia 8 de Dvorak, que pra mim é de longe o melhor do programa?
ResponderExcluirCaro Anônimo,
ResponderExcluirA orquestra já havia tocado a oitava do Dvorak no ano passado, e foi muito boa a repetição dessa sinfonia nesse ano, afinal a orquestra merecia um descanso, pois, depois de quatro apresentações na semana passada, mais uma viagem a Campos do Jordão a orquestra sem dúvida merecia um bom programa.