AIDA X OSESP. BARBER, BRITTEN E COPLAND NA SALA SÃO PAULO EM 15/08/2013. CRÍTICA DE ALI HASSAN AYACHE NO BLOG DE ÓPERA E BALLET.

  Sala SP, foto Internet

 Depois de muitas invencionices no programa a OSESP entra com  obras voltadas à compositores do século XX. Na fria noite do dia 15 de Agosto tivemos casa cheia, lembro que na mesma hora o Theatro Municipal de São Paulo apresentava , Aida de Verdi. No futebol seria o clássico da rodada com a Sala São Paulo ficando em segundo plano. Imaginei que o público debandasse para a ópera , fato que não ocorreu. Tem gente para todos os eventos, um agradável empate.
  Mei-Ann Chen é a regente convidada, a OSESP é recheada de convidados, só falta inventar o cargo de Diretor Artístico Convidado. A maestrina Taiwanesa rege com gestos rápidos e marcações precisas, mostrando a força e os contrastes  musicais interessantes da obra Meditação e Dança da Vingança de Medeia Op. 23, de Samuel Barber , extraiu da OSESP sonoridade volumosa e lírica. A peça de Barber acentua diversas mudanças de ritmos visando mostrar as facetas da personagem: traição , amor pelos filhos , ódio ao amado e forte sentimento de vingança são espressos em ritmos densos unidos a uma sonoridade intensa.
    O Concerto Para Violino em Ré Menor, Op.15 de Britten é uma obra fria , mostra ritmos interessantes começando com um primeiro movimento rápido e depois atacando dois movimentos lentos. A música é moderna, não tem as belas melodias dos clássicos e consegue ser altamente crítica e política. Descreve nas tonalidades espanholas os horrores da Guerra Civil e da Segunda Grande Guerra. Karen Gomyo é uma bela e atraente violinista, deixo os vovôs de queixo caído, nessa noite ninguém turou uma pestana. A bonitona solou o concerto com grande técnica, mostrou todas as notas e descreveu todos os tons em volume ora acentuado e muitas vezes baixo. Entrou de cabeça na frieza da música de Britten e fez um concerto correto e nada empolgante.
Karen Gomyo, foto Internet
   A Sinfonia nº 3 de Aaaron Copland tem música estadunidense na veia, os sabidões dizem que ela reflete uma "complexidade extraordinária" e nela se vê  "o mundo em crise". Tudo conversa fiada, lorota das grandes. Sua música tem melodias agradáveis e gostosas de se ouvir que lembram os musicais de Nova Yorque. Nada complexa e nada de crise existencial, mostra a euforia da vitória dos Estados Unidos na Segunda Grande Guerra. A Sinfonia nº 3 não leva a grandes reflexões sobre a humanidade, sua composição é inspirada em ritmos americanos e tem diversão garantida aos ouvidos. Partitura sem maiores complicações que a OSESP tirou de letra . 
Ali Hassan Ayache